A greve em Esteio continua repercutindo e, após a paralisação total dos trabalhadores rodoviários desta segunda-feira, o sindicato peticionou junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) um novo pedido de mediação. A reunião, que ocorreu entre as 17h e 19h e foi transmitida ao vivo pelo Youtube, ocorreu de forma pacífica e resultou em algumas propostas feitas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Além disso, uma nova audiência foi marcada para às 13h30 dessa terça-feira (5) para debater o assunto.
Entre as propostas sugeridas pelo MPT estavam o aumento do vale-alimentação para R$ 25,00, reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); 5% de adicional de dupla função, com primeiro pagamento em abril, aumento gradativo para 10% para setembro e para 15% em janeiro de 2025.
O MPT também propôs que os grevistas não sofressem desconto salarial pelos dias parados e tivessem garantia no emprego de até 90 dias. No entanto, caso voltem a descumprir a medida judicial, os trabalhadores podem ser submetidos a uma multa diária de R$ 2 mil reais.
Acordo descumprido
Desde o início da greve, no último dia 26, há um acordo judicial com o TRT-4 para manter o funcionamento de 35% da frota em horários de pico (das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 20h30) e 15% nos demais períodos. O esquema vinha sendo mantido nos últimos dias. Em suas redes sociais, o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, se manifestou sobre a situação no início da manhã desta segunda-feira (4).
“O Sindicato dos Rodoviários, de forma abusiva e ilegal, descumpre decisão judicial e impede todos os ônibus de saírem hoje para atender ao transporte coletivo de passageiros em Esteio. É mais uma demonstração da sua falta de compromisso com a população.”
Ele ressalta que “ainda na sexta-feira solicitamos à Justiça do Trabalho que decida logo e encerre esta situação que só prejudica os usuários do transporte, mas infelizmente o Judiciário ainda não se manifestou. Estamos ingressando novamente no processo hoje com o objetivo de que isso possa ter fim”.
Motivo da greve
O tesoureiro do sindicato, Wilson Caetano, alega que as reivindicações se tratam da recuperação de direitos trabalhistas que os profissionais possuíam antes, mas que foram perdidos durante a pandemia de Covid-19. Entre os pedidos estão o adicional de 15% sobre o salário-base para dupla função e o vale-refeição de R$ 30. Desde o começo da pandemia, segundo Caetano, o vale-refeição diário da categoria passou a ser no valor de R$ 20.
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