O governo do Rio Grande do Sul pretende lançar ainda nesta semana a consulta pública da concessão do chamado Bloco 2 de rodovias, que inclui 415 quilômetros entre as regiões de Venâncio Aires e Erechim.
O Bloco 2 contempla rodovias do Vale do Taquari que foram duramente castigadas pelas enchentes de 2023 e a grande tragédia climática de maio de 2024. “A grande preocupação é garantir que, caso os eventos voltem a acontecer, as comunidades não fiquem isoladas”, disse ao Valor Econômico o secretário estadual da Reconstrução, Pedro Capeluppi.
Segundo ele, como inclui rodovias do Vale do Taquari, o projeto precisou ser revisto no que diz respeito a resiliência. A altura de pontes e a necessidade de obras de drenagem foram revistas, por exemplo. Pelo menos 16 pontes previstas terão que ser em cotas mais elevadas que o previsto inicialmente.
O projeto de concessão prevê investimentos na ordem de R$ 6,7 bilhões. A maior fatia será por conta da concessionária que vencer o leilão, previsto para o segundo semestre do ano.
O Estado garante que irá aportar R$ 1,3 bilhão. O dinheiro sairá do Fundo do Plano Rio Grande, criado justamente para financiar a reconstrução do Estado após a tragédia de maio de 2024.
Em entrevista ao Valor Econômico, o secretário disse que está confiante na atração de investidores mesmo com os riscos climáticos que recaem sobre as estradas do Bloco 2 do plano de concessões.
A exemplo das rodovias do Vale do Caí e da Serra que integram o Bloco 3, já concedido, o Bloco 2 vai operar o formato free flow, ou seja, sem praças de pedágio ou cancelas. A cobrança será automática, modelo ainda pouco utilizado no Brasil. A cobrança prevista é de R$ 0,23 por quilômetro percorrido.
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