ESTELIONATO
Golpistas se passam por vice-prefeito do Vale do Sinos para pedir dinheiro a servidores públicos
"Vão continuar insistindo", alerta empresário de Porto Alegre que também está sendo vítima dos vigaristas
Última atualização: 04/03/2024 16:39
Não é novo o golpe de se passar por outra pessoa no WhatsApp para pedir dinheiro a parentes e amigos, mas agora uma quadrilha está fixando alvo em políticos e empresários. As vítimas mais recentes são o vice-prefeito de Ivoti, Marcelo Fröhlich, e o contabilista Vilson Noer, membro do conselho gestor de grandes corporações no Estado. Segundo os dois, ninguém do círculo profissional ou familiar acreditou na história. Os vigaristas vêm usando o mesmo número no revezamento de falsas identidades.
Fröhlich, que é também secretário de Administração da cidade do Vale do Sinos, fez boletim de ocorrência nesta terça-feira (18). "Mesmo que a narrativa do pedido de dinheiro seja absurda, sem nexo, tratei de informar o golpe a muita gente para que ninguém caia por distração." Os estelionatários usaram a mesma foto do perfil do vice-prefeito no WhatsApp, igual à que tem no currículo de professor publicado na Internet.
Perfil falso
Na tentativa de convencer colegas na administração municipal e de outros órgãos públicos, a quadrilha chegou a simular transferências bancárias do vice-prefeito. Os dados da conta e o CPF, porém, são falsos. Forjaram solicitações em nome dele e citaram o prefeito, Martin Kalkmann, como avalista da proposta. "Montam o perfil falso e cruzam informações de pessoas públicas para criar uma narrativa, por mais insólita que seja", salienta o vice-prefeito.
Entre as pessoas achacadas, estão o secretário do Meio Ambiente, Ismael Petry, e o diretor da autarquia Água de Ivoti, Adriano Graeff. "Um negócio sem sentido, ainda mais em relação ao Marcelo, que jamais pediria dinheiro", comenta Petry.
"Me sinto mal com isso", comenta empreendedor
Depois do vice-prefeito ivotiense, a quadrilha partiu para o contabilista Vilson Noer, liderança empresarial várias vezes presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, fundador da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) e conselheiro das Lojas Colombo e da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), entre outras funções.
Até a noite desta quarta-feira (18), o grupo criminoso ainda se passava por ele. "Me sinto mal com isso, mas o que vou fazer?", comenta Noer, que publicou o alerta do golpe em suas redes sociais.
Ele conta que ficou sabendo por uma prima de Nova Petrópolis. "Com a foto que uso no Facebook e Instagram, mandaram mensagens para ela dizendo que tive que trocar de telefone e que estava precisando de dinheiro para completar uma conta." O pedido era de R$ 2 mil, com a promessa de rápida devolução. "É um horror. Vão continuar insistindo, mas acho que ninguém do meu círculo vai cair nessa fria."
Número continua ativo, mas ninguém atende
A reportagem ligou e enviou mensagem para o número usado pela quadrilha. Ninguém atendeu e não houve retorno. É o (51) 99825-6088. Continua ativo. Apesar de ser DDD da região metropolitana de Porto Alegre, não significa que os golpistas estejam no Estado.
Os trapaceiros podem comprar o chip e usar em qualquer lugar do País. "É uma forma de buscar confundir a investigação ou tornar mais morosa a descoberta da autoria", declara Thiago Albeche, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). "Não é um golpe necessariamente praticado de dentro dos presídios", acrescenta o delegado.
Não é novo o golpe de se passar por outra pessoa no WhatsApp para pedir dinheiro a parentes e amigos, mas agora uma quadrilha está fixando alvo em políticos e empresários. As vítimas mais recentes são o vice-prefeito de Ivoti, Marcelo Fröhlich, e o contabilista Vilson Noer, membro do conselho gestor de grandes corporações no Estado. Segundo os dois, ninguém do círculo profissional ou familiar acreditou na história. Os vigaristas vêm usando o mesmo número no revezamento de falsas identidades.
Fröhlich, que é também secretário de Administração da cidade do Vale do Sinos, fez boletim de ocorrência nesta terça-feira (18). "Mesmo que a narrativa do pedido de dinheiro seja absurda, sem nexo, tratei de informar o golpe a muita gente para que ninguém caia por distração." Os estelionatários usaram a mesma foto do perfil do vice-prefeito no WhatsApp, igual à que tem no currículo de professor publicado na Internet.
Perfil falso
Na tentativa de convencer colegas na administração municipal e de outros órgãos públicos, a quadrilha chegou a simular transferências bancárias do vice-prefeito. Os dados da conta e o CPF, porém, são falsos. Forjaram solicitações em nome dele e citaram o prefeito, Martin Kalkmann, como avalista da proposta. "Montam o perfil falso e cruzam informações de pessoas públicas para criar uma narrativa, por mais insólita que seja", salienta o vice-prefeito.
Entre as pessoas achacadas, estão o secretário do Meio Ambiente, Ismael Petry, e o diretor da autarquia Água de Ivoti, Adriano Graeff. "Um negócio sem sentido, ainda mais em relação ao Marcelo, que jamais pediria dinheiro", comenta Petry.
"Me sinto mal com isso", comenta empreendedor
Depois do vice-prefeito ivotiense, a quadrilha partiu para o contabilista Vilson Noer, liderança empresarial várias vezes presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, fundador da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) e conselheiro das Lojas Colombo e da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), entre outras funções.
Até a noite desta quarta-feira (18), o grupo criminoso ainda se passava por ele. "Me sinto mal com isso, mas o que vou fazer?", comenta Noer, que publicou o alerta do golpe em suas redes sociais.
Ele conta que ficou sabendo por uma prima de Nova Petrópolis. "Com a foto que uso no Facebook e Instagram, mandaram mensagens para ela dizendo que tive que trocar de telefone e que estava precisando de dinheiro para completar uma conta." O pedido era de R$ 2 mil, com a promessa de rápida devolução. "É um horror. Vão continuar insistindo, mas acho que ninguém do meu círculo vai cair nessa fria."
Número continua ativo, mas ninguém atende
A reportagem ligou e enviou mensagem para o número usado pela quadrilha. Ninguém atendeu e não houve retorno. É o (51) 99825-6088. Continua ativo. Apesar de ser DDD da região metropolitana de Porto Alegre, não significa que os golpistas estejam no Estado.
Os trapaceiros podem comprar o chip e usar em qualquer lugar do País. "É uma forma de buscar confundir a investigação ou tornar mais morosa a descoberta da autoria", declara Thiago Albeche, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). "Não é um golpe necessariamente praticado de dentro dos presídios", acrescenta o delegado.
Fröhlich, que é também secretário de Administração da cidade do Vale do Sinos, fez boletim de ocorrência nesta terça-feira (18). "Mesmo que a narrativa do pedido de dinheiro seja absurda, sem nexo, tratei de informar o golpe a muita gente para que ninguém caia por distração." Os estelionatários usaram a mesma foto do perfil do vice-prefeito no WhatsApp, igual à que tem no currículo de professor publicado na Internet.