Gaúcha baleada na infância luta por uma vaga na seleção paralímpica de natação

Vítima de um acidente de arma de fogo aos 11 anos que causou paralisia nos membros inferiores, a canoense Beatriz Machado de Almeida, de 18 anos, se tornou para paratleta de natação há cerca de um ano. A jovem foi convidada para participar pela primeira vez do Camping Escolar Paralímpico, que ocorre de 5 a 11 de fevereiro no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

Beatriz é a única paratleta representante de Canoas. Ela integra o programa Atleta Cidadão do Futuro (ACF) da Prefeitura de Canoas. A treinadora de paranatação Fernanda Michaelsen, do ACF Paradesporto, também foi convocada para participar das atividades do evento.

Por meio do programa ACF Paradesporto, Beatriz treina durante a semana nas piscinas do Sesc Canoas e do Poliesportivo La Salle do Unilasalle que são parceiros da Prefeitura e do Programa. Das 20 vagas ofertadas, 17 estão preenchidas. "Quando começamos na piscina do Sesc oito meses atrás eram disponibilizadas duas raias. Com o sucesso do programa, o Sesc ampliou o espaço cedido e hoje damos aulas e treinamentos em toda a piscina", ressalta Fernanda.

Mudança de vida

Beatriz conta que por indicação de uma prima, ela conheceu a oportunidade de se tornar uma paratleta na natação. "Está sendo muito bom, tudo que tenho conquistado é graças ao esporte. A possibilidade de participar de programas sociais que estimulam e fomentam a área esportiva são essenciais para quem vem de vulnerabilidade social", destaca a moradora do bairro Mathias Velho.

A jovem também se prepara para disputar o Campeonato Brasileiro de Paranatação que ocorre de 11 a 13 de fevereiro em São Paulo. Beatriz e mais oito paratletas de natação e dois técnicos do ACF. "Também vou estar como técnica", diz Fernanda.

Metas no paradesporto

Integrar a seleção brasileira de natação paralímpica é o principal sonho de Beatriz. "Pela primeira vez terei a chance de treinar com membros da seleção. A ansiedade está batendo", confessa a paratleta.

A treinadora Fernanda conta que a jovem está entre as três melhores paratletas a nível nacional. "Estamos na expectativa que ela consiga uma bolsa do governo federal para ajudar nos custos", salienta.

Beatriz necessita de uma cadeira de rodas para se deslocar para longas distâncias. Ela utiliza muletas atualmente. Interessados em auxiliar a jovem podem entrar em contato pelo telefone (51) 99535-3459 ou pelo Instagram @paratleta_beatriz.