Imagine viajar para o Jalapão a bordo de um Fusca. Até chegar ao Parque Estadual, em Tocantins, para apreciar as belezas naturais, o motorista precisa saber que irá enfrentar alguns perrengues.
Mas, se a ideia é deixar um legado de que devemos ir atrás de nossos sonhos, a parceria com esse veículo passa a ser uma grande aventura.
Foi o que vivenciou um hamburguense neste mês (fevereiro). Em férias do trabalho por 15 dias, o supervisor de vendas, Jorge Krummenauer, 55 anos, saiu no dia 17 de sua casa rumo à região Norte do País.
“Levei cinco dias para chegar ao Jalapão e fiquei um dia lá aproveitando dois fervedouros (espécie de piscina natural na qual a pessoa não afunda) Buritizinho e o do Ceiça, além da Cachoeira do Formiga”, conta. A previsão é chegar até o final desta semana em Novo Hamburgo.
Krummenauer conta que segue as redes sociais de locais turísticos e foi dessa forma que escolheu o Jalapão. “Eu achei muito bonito e escolhi ir para lá. O real motivo foi pela beleza do lugar”, comentou.
O outro motivo da viagem foi mostrar às suas filhas que é importante ir atrás dos sonhos. “Temos que lutar e batalhar”, acrescenta o hamburguense.
Ele tem a torcida e apoio da esposa, a professora aposentada Cláudia Carina Boufler Krummenauer, das filhas Manuela Krummenauer Spohr, 22 anos, e Mariana Krummenauer, 17, e do genro Gustavo Froelich Spohr, responsável pela produção de conteúdo para o Instagram, onde publica imagens da viagem (@jala.fusca) e de Leonardo Pavani, namorado de Mariana, que também dá bastante incentivo.
Krummenauer foi sozinho. Sua esposa ficou em casa com a filha mais nova e amigos e sobrinho não conseguiram ir junto. “Eu decidi ir sozinho”, conta, informando que até o final desta semana (até dia 3) pretende estar em solo hamburguense que será avô em abril e pretende contar essa viagem ao neto Luis Miguel Spohr, ‘futuro dono do Fusca’, estimulando a família a viver novas aventuras.
E o Fusca?
O supervisor de vendas comprou o Fusca bege 1983 de um sobrinho há seis meses. Antes, porém, já foi dono de outros três da Volkswagen. “Eu fui arrumando uma ou outra coisa para aguentar a viagem”, sublinha.
E aguentou?
O hamburguense conta que passou por alguns obstáculos. “Eu me emociono, pois hoje (na segunda-feira, dia 26) fiquei empenhado, mas é importante ressaltar que a estrada mostra que ainda existem pessoas boas. Várias me ajudaram, pois Fusca chama atenção. É velho e querem ajudar”, salienta.
Além do mais, conta, os seguidores do Instagram, que acompanham sua viagem, incentivaram para não desistir. “É importante esse apoio e incentivo das pessoas. Isso me enche de orgulho”, comenta.
Para quem quiser aventurar-se de carro, Krummenauer recomenda ir de carro 4×4 ao Jalapão. Ele explica que a quantidade de areia faz com que outros veículos afundem muito.
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“Mas se quiser ir de Fusca pode ir. Eu fui e, inclusive, várias pessoas lá no Jalapão tiraram foto com Fusca”, lembra, exemplificando com uma agente de turismo e proprietária de uma pousada fotografou para postar em seu Instagram, incentivando turistas a irem para lá com outros carros.
Os fervedouros
“Os fervedoros são chamados assim pela borbulha da água, de baixo para cima. E tu não afunda nesses lugares. O outro ponto no Jalapão foi a Cachoeira da Formiga. “É um lugar excepcional com água cristalina e temperatura muito boa”, detalha.
Outras viagens
- Quando Krummenauer tinha 16 anos, viu o pai Armando Krummenauer, já falecido, e seu tio Celibio Krummenauer viajarem de ônibus para a Argentina. “A partir daquele instante sempre tive vontade de viajar e conhecer o mundo”, comenta.
- Em 1993, foi à Argentina de Fusca ano 1974 para visitar parentes de segundo grau. Seu pai Armando Krummenauer, a mãe Noemia Amélia Krummenauer e irmão mais novo José Ademir Krummenauer foram juntos.
- Outras viagens foram feitas, porém em um Fusion 2011 que percorreu Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Argentina.