ESTATÍSTICAS
Furtos têm queda de mais de 60% no começo do ano em São Leopoldo
Em janeiro, maioria dos indicadores criminais se mantiveram baixos
Última atualização: 26/02/2024 08:30
Depois de fechar 2023 com queda histórica em determinados tipos criminais dos últimos cinco anos, o Município leopoldense começou 2024 mantendo índices abaixo dos registrados em períodos passados. Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP/RS) revelam os números de ocorrências registradas em janeiro na cidade trazendo uma queda expressiva de 62,5% nos furtos, que somaram 180 casos neste ano contra 480 registrados no mesmo período do ano passado.
Na comparação com janeiro de 2023, o primeiro mês deste ano também teve redução nos homicídios, que caíram de 5 para 4. No furto de veículos foram 27 ocorrências neste ano e 40 em 2023. Já os estelionatos caíram de 160 no ano passado para 105 casos neste ano.
O único tipo de crime dentre os analisados mensalmente pela SSP que apresentou aumento em São Leopoldo foi o roubo de veículos, que passou de 17 ocorrências no ano passado para 24 neste.
Combate
Diretor da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (3ª DPRM), o delegado Eduardo Hartz destaca que a redução dos crimes na cidade é resultado de uma série de fatores. "São Leopoldo vem reduzindo ano a ano os principais indicadores de criminalidade, notadamente os crimes violentos como roubos de veículo, roubos a pedestres, roubos a estabelecimentos comerciais, roubos a residências e homicídios. Esses crimes violentos vêm sendo combatidos com inteligência, integração e muita dedicação de todos os órgãos de segurança pública e dos atores da persecução penal."
Análises, inteligência e monitoramento diário
Segundo Hartz, o combate aos crimes é feito por meio do acompanhamento diário das ocorrências e da análise dos indicadores criminais a partir do sistema de Gestão Estatística da Segurança Pública (GESeg). “Estas iniciativas permitem que a Polícia Civil e a Brigada Militar planejem as suas ações, respectivamente de investigação e de policiamento ostensivo/ preventivo, de modo a direcionar as investidas de cada instituição de acordo com as necessidades do período”, comenta. O delegado frisa, ainda, a importância da prisão dos autores para a redução dos delitos.
“O controle, especialmente dos roubos, é favorecido pela maior possibilidade de obtenção de mandados de prisão a partir de representação do delegado de polícia junto ao Poder Judiciário. Por tratar-se de crime violento, é mais comum a decretação de prisões nos crimes de roubo. Não tenho dúvida de que a prisão é um fator essencial para o controle do indicador criminal”, destaca.
A estratégia da prisão dos autores, foi a utilizada para frear casos de roubos de veículos após leve alta em janeiro. Segundo o comandante do 25º BPM, o tenente-coronel Flori Chesani Júnior a inteligência da BM identificou o bairro com maior incidência e com base nas características dos autores realizou uma série de prisões em flagrante. O bairro não é divulgado pelo coronel para não prejudicar ações em andamento.
Dificuldade no controle dos crimes de furtos
Por não serem crimes praticados com violência contra a pessoa, os furtos, segundo o delegado Hartz, apresentam menor possibilidade de decretação de prisão dos suspeitos. “Sabe-se que mesmo nos casos de flagrante, para que haja a manutenção da prisão, é necessária a conversão do flagrante em preventiva. A 1ªDP de São Leopoldo, titularizada pela delegada Cibelle Savi, fez operações importantes de repressão aos furtos em 2023, obtendo êxito em demonstrar ao Poder Judiciário, por meio de robusto acervo probatório, a prática de furtos em residências por grupo criminoso organizado. Em razão dessa demonstração, foi possível obter mandados de prisão preventiva em desfavor dos autores. Essas prisões, que foram mantidas, refletiram diretamente no controle dos furtos”, diz.
Direcionamento de esforços e preocupação com crimes contra a vida
Hartz destaca que com base nas informações contidas no GESeg, a Polícia tem conhecimento dos locais, dias e horários de maior incidência de determinado crime e linhas de tendência, se de aumento ou queda. “Essas análises servem para o direcionamento dos esforços da instituição, no caso da Polícia Civil, de acordo com os dados verificados. Sabe-se que o crime é bastante dinâmico e os órgãos de segurança pública precisam estar atentos para esta característica”, destaca.
Conforme o comandante do 25.º BPM, o tenente-coronel Flori Chesani Júnior, no planejamento das ações há grande atenção em relação aos crimes contra a vida, como homicídios e latrocínios (roubo de seguido de morte). “Por isso, me preocupo muto com o roubo, como o de veículos, porque pode incidir para um latrocínio”, diz. “Para a definição das nossas ações, a integração e a troca de informações com outros órgãos, como a Polícia Civil, tem sido fundamental”, acrescenta.
Números em baixa no Estado
A queda nos números de crimes vista em São Leopoldo é percebida, também, no Estado neste começo de ano. Um dos destaques em nível estadual é a redução de 22% dos roubos de veículos, passando de 358 casos no ano passado para 281 em 2024. Segundo a SSP, trata-se do menor número da série histórica para o mês desde 2002. Comparado ao pico de registros, ocorrido em 2017, quando mais de 1,7 mil veículos foram roubados em um único mês, a redução vista em 2024 é ainda mais expressiva: de 79,5%.
“Estamos constantemente atuando para enfraquecer e acabar com as organizações criminosas, e isso se faz com a asfixia financeira das quadrilhas. Por isso também atuamos no combate ao crime de lavagem de dinheiro e aos crimes patrimoniais. Na última semana de janeiro, já começamos a verificar uma tendência de redução dos índices de mortes violentas avaliados”, destaca o titular da SSP, o secretário Sandro Caron.
Gestão integrada e monitoramento
O diretor-geral da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Leopoldo, José Calos Pedrozo, também destaca o trabalho integrado como um dos fatores principais para a manutenção na baixa dos crimes na cidade. Ele chama a atenção para a importância do Gabinete de Gestão Integrada (GGI). “É onde a gente consegue sentar, discutir os problemas e definir estratégias integradas de policiamento preventivo e ostensivo junto da Polícia Civil e da Brigada”, diz. Ele frisa, ainda, que o combate aos furtos e roubos é feito com auxílio do sistema de videomonitoramento, que conta com 55 pontos urbanos, além de 250 câmeras nas escolas municipais.