ESTADOS UNIDOS

FURACÃO MILTON: "Está um caos", os relatos de gaúchos que moram na Flórida

Fenômeno deve atingir solo nas próximas horas em áreas da costa da Flórida

Publicado em: 09/10/2024 17:26
Última atualização: 09/10/2024 18:15

O Furacão Milton, que deve atingir a costa da Flórida nas próximas horas desta quarta-feira (9), está previsto para ser uma das tempestades mais fortes e com poder de destruição elevado. Desde a tarde de domingo (6), autoridades dos Estados Unidos alertam sobre os riscos e orientam a população de algumas localidades para evacuarem as áreas litorâneas.


Imagens de satélite do furacão Milton nesta quarta-feira (9) Foto: Noaa/Reprodução

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É o caso da família do leopoldense e gerente em uma empresa de logística Maurício Einsweiler, 37 anos, que mora na cidade de Cape Coral, no condado de Lee, há mais ou menos oito anos. Ele precisou sair de casa por conta dos estragos que Milton deve causar na cidade, já que há muitos canais de água no município e há risco de alagamentos. Por isso, Einsweiler, a esposa e os dois filhos, de 6 e 2 anos, buscaram abrigo na casa do irmão, na cidade de Fort Myers.

“Recebemos diversos alertas das autoridades, pois ficamos em uma zona de evacuação. Estou desde domingo fazendo tudo o que precisa para proteger a casa. Coloquei proteções de furacão, comprei estoque de água, comida, reforcei as grades e tirei tudo o que fica no andar de baixo para o andar de cima, pois há risco de alagar”, afirma Einsweiler.

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O gaúcho, que morava em Portão antes de se mudar para o país americano, descreve que, desde os avisos e as notícias, passou a faltar mantimentos em alguns mercados, assim como gasolina. “A cidade está um caos. Alguns comércios já começaram a fechar ainda na terça-feira, e os que estavam abertos já tinham prateleiras vazias. Para abastecer o carro, precisei ir em quatro postos de gasolina”, relembra Einsweiler.


Maurício e a família Foto: Arquivo pessoal

Desde que está no país, ele e a família já vivenciaram alguns furacões, pois é comum esse tipo de fenômeno na região, mas estão apreensivos com os alertas de que será um dos maiores, já que pode atingir a categoria 5. “Essa noite eu praticamente não dormi. Acordei várias vezes. Por mais que agora a gente saiba que estamos protegidos, o que estão falando é que está vindo um ‘monstro’”, relata Einsweiler.

Entre as preocupações, o gaúcho afirma que tranquilizar a família que mora em São Leopoldo é uma tarefa difícil. “Os nossos pais acabam sofrendo. Sempre pedimos para que tentem ficar tranquilos, mas é difícil, por conta das notícias. Isso que a gente acaba nem falando tudo para eles”, diz.


Proteções para evitar danos as residências são instaladas por vizinhos Foto: Arquivo pessoal

Gaúcho que se mudou para Orlando relata estratégias de prevenção

Quem também se prepara para a chegada do Furacão Milton é o ex-morador de Novo Hamburgo Luciano Menezes, 51, que atua como agente de carga em Orlando, cidade que mora há 7 anos. Ele conta que já pegou três furacões desde que se mudou para o país. Ele destaca, no entanto, que o sistema de prevenção nos Estados Unidos funciona muito bem.

“Nós já estamos há dias recebendo avisos sobre o que vai acontecer e temos todas as orientações. Para quem nunca passou por isso, é como se fosse uma situação de guerra. Mas, para nós, apesar de estarmos apreensivos, já nos preparamos antes para evitar o que der”, afirma Menezes.

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O gaúcho ressalta que a casa em que mora conta com portas e janelas anti furacão, e quando ocorrem alertas como o do Furacão Milton, procura recolher os itens que geralmente ficam no pátio da residência. No trabalho, a estratégia que utilizou foi levantar todas as cargas. “Agora vamos ficar em casa. E temos que ter fé. Deus está com a gente”, diz. Além disso, ele relata que a comunidade de brasileiros costuma se ajudar muito nos Estados Unidos. “Fiz contato com alguns amigos que moram nas cidade litorâneas, que devem ser mais atingidas, e ofereci minha residência. Os brasileiros se ajudam muito aqui”, comenta.

Empresário foi a trabalho para a Flórida

O Vice Presidente de Economia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos, André Momberger, 59 anos, chegou em Orlando no dia 27 de setembro, um dia depois da passagem do Furacão Helene. Agora, no entanto, está fora da Flórida, e está com passagens compradas para voltar a Novo Hamburgo na sexta-feira (11).

“Houve um pouco de pânico. As estradas ficaram completamente lotadas. Meu sócio, por exemplo, levou 9 horas para fazer um trajeto que leva 4 horas e meia”, conta. Por ter ficado alguns dias em Orlando a trabalho, alguns amigos se mostraram preocupados por conta da previsão de chegada do Furacão Milton. “Me resta agora saber o que vai acontecer na sexta-feira. Mas estou em segurança, bem longe da Flórida”, afirma Momberger.

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