A Paquetá The Shoe Company, com sede em Sapiranga, voltou a ser assunto nessa semana. A calçadista atrasou novamente o salário de seus colaboradores, o que motivou uma manifestação na manhã desta terça-feira (9). Os funcionários cobraram da direção da empresa uma posição efetiva sobre o cenário atual.
Segundo o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga, Júlio Cavalheiro Neto, que acompanhou a situação, a empresa não efetuou o pagamento referente ao mês de abril.
“Estão sem salários e sem produzir. É uma situação muito difícil que a empresa terá que resolver se dará continuidade ou não. Acompanhamos de perto a situação e estamos aguardando o que pode acontecer próximos dias. A empresa tem proposta de pagamento até o dia 15 de maio. A direção e o setor jurídico do Sindicato estão vendo se tem uma alternativa para garantir o mínimo que é o direito do colaborador de receber seus vencimentos”, afirma Neto.
O presidente do Sindicato também confirmou que houve demissões na matriz, em Sapiranga, na semana passada.
A calçadista foi procurada pela reportagem, por meio de seus contatos telefônicos, mas não atendeu aos chamados. A empresa, até a publicação da reportagem, também não emitiu nenhum comunicado oficial sobre o assunto.
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Crise financeira
Desde junho de 2019, a Paquetá está em recuperação judicial. A companhia tem uma dívida estimada pelos administradores judiciais em R$ 428 milhões e cerca de 12 mil credores. Mesmo assim, segue entre as maiores varejistas do País, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Em 2022, a companhia vendeu a Esposende, operação de varejo multimarcas com 48 lojas no Nordeste, ao Grupo Dok.
O prazo para a recuperação judicial se encerra este ano e acredita-se que o grupo deve solicitar um novo pedido.
O grupo vem demitindo diversos colaboradores na fábrica de Sapiranga e também nas unidades existentes no Ceará e na Bahia.
Em conversa com o Jornal Exclusivo em março, o grupo calçadista informou que as demissões ocorrem por conta de uma recessão mundial que tem afetado o mercado calçadista e que não estariam relacionadas ao processo de recuperação judicial.
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