CAMPO BOM

Franquia e iFood se pronunciam após mensagem de cliente com teor racista em pedido; saiba qual é a lanchonete

Donos se surpreenderam ao receber uma observação ofensiva em um pedido de lanche na noite de terça-feira

Publicado em: 16/11/2023 11:01
Última atualização: 17/11/2023 21:04

A franquia Hora Do Pastel e o iFood se pronunciaram sobre o caso de racismo registrado em uma lanchonete em Campo Bom, no Vale do Sinos. Os proprietários da franquia, localizada no Centro da cidade, se surpreenderam ao receber uma observação ofensiva em um pedido na noite de terça-feira (14).


"Não gosto de pessoas assim encostando na minha comida": Polícia investiga crime de racismo em pedido de lanche Foto: Arquivo pessoal

"Última vez veio um motoboy negro. Peço a gentileza que mande um branco. Não gosto de pessoas assim encostando na minha comida", disse a cliente. Minutos após ter feito o pedido através de um aplicativo, ela chamou o restaurante através do chat on-line e enviou a mesma mensagem. 

A pastelaria é do casal Daniela Rodrigues e Gabriel Fernandes da Cunha. A proprietária relata que é ela mesma que recebe as encomendas e responde aos clientes. "Eu disse para ela que o pedido dela seria cancelado imediatamente, que não gostaríamos que ela comprasse mais conosco e que ela era racista."


"Não gosto de pessoas assim encostando na minha comida": Polícia investiga crime de racismo em pedido de lanche Foto: Arquivo pessoal

Segundo Daniela, seu marido costuma fazer entregas quando a demanda é muito alta. Assim, ela acredita que ele já tenha feito uma entrega para essa pessoa.

A empresária diz, ainda, que ligou para o condomínio de onde o pedido veio, mas que o síndico afirmou que não havia nenhuma moradora com aquele nome no residencial, nem mesmo o número do apartamento é real. "Esse endereço é um endereço falso. O condomínio existe, mas o número do apartamento não existe. Não tem nenhuma moradora com esse nome."

"Não passará impune", diz franquia

A franquia se manifestou através de um story no Instagram, onde diz que: "repudia veementemente os comentários racistas proferidos imotivadamente, em atitude criminosa". "Tamanha agressão não passará impune", acrescenta. 


Franquia se pronuncia após mensagem de cliente com teor racista em pedido de lanche Foto: Reprodução/Instagram

iFood diz que cliente criou a conta no mesmo dia

Segundo o iFood, que se pronunciou através de nota nesta quinta-feira (16), a "cliente em questão criou uma conta no nosso app na data de 14/11/2023, realizando esse único pedido". Ou seja, a conta foi criada no mesmo dia em que o crime foi cometido. 

"O iFood repudia veementemente qualquer atitude racista, seja ela física ou verbal. Assim que tomamos conhecimento do caso ocorrido na cidade Campo Bom, identificamos que o cliente em questão criou uma conta no nosso app na data de 14/11/2023, realizando esse único pedido.

Além disso, buscamos contato com os donos do restaurante para prestar o apoio necessário. Já estamos tomando as providências para o bloqueio do cliente e seguimos à disposição das autoridades para quaisquer informações necessárias. É importante ressaltar que esse tipo de comportamento fere totalmente os termos de uso da plataforma e que não toleramos nenhum tipo de discriminação.

Toda vez que um entregador ou restaurante parceiro identifica um pedido com dados errados ou comportamentos discriminatórios, a orientação é informar diretamente a plataforma sobre o ocorrido, para que possamos tomar as providências imediatamente.

Nesses casos, de violências física e verbais, os entregadores parceiros do iFood contam com o suporte da Central de Apoio Jurídico e Psicológico, serviço em parceria com a organização global de advogadas negras, Black Sisters In Law, que disponibiliza uma advogada para acompanhar o caso de maneira personalizada e humanizada. Para ter acesso, os profissionais precisam acessar a área de Alerta de Casos Graves, dentro do app iFood para Entregadores, e realizar a denúncia com todas as informações do caso."

Polícia busca identificar cliente

Os donos fizeram uma denúncia na Polícia Civil. O delegado Rodrigo Câmara explica que o caso é investigado, mas que a suposta cliente ainda não foi identificada.

O delegado destaca que busca esclarecer qual foi a motivação do crime. "Se a intenção foi ofender alguém especificamente, vai responder pelo crime de injúria racial. Por outro lado, se a intenção foi discriminar um grupo de pessoas em razão da cor da pele, então deve responder por um dos tipos penais de racismo."

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