Tradicionalismo

Fogão de Cupinzeiro mantém a tradição dos tropeiros no Acampamento Farroupilha de Sapiranga

Peça utilizada no piquete do Velho Maus resgata a chama da cultura campeira

Publicado em: 17/09/2024 14:07
Última atualização: 17/09/2024 15:07

No coração do Acampamento Farroupilha de Sapiranga, um verdadeiro símbolo da tradição gaúcha e engenhosidade a partir da natureza atrai a atenção dos visitantes. Um fogão a lenha construído com um cupinzeiro exibe suas chamas no piquete do Velho Maus enquanto ferve a água para o café, assa cucas e aquece a comida para servir junto ao churrasco.


Paulo César Castilhos prepara um café como os tropeiros faziam Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

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Integrante do piquete, Paulo César Castilhos, 49 anos, explica que o cupinzeiro era muito usado por tropeiros que cruzavam os pampas, assim como aqueles que tinham suas vidas dedicadas ao campo. “Há muitos anos, essa era a opção que tinha. É uma estrutura muito forte, que resiste ao fogo e cumpre o que se pede”, afirma.

Devido a sua composição de terra e resíduos orgânicos, o cupinzeiro é ideal para suportar o intenso calor das labaredas. A estrutura tem parte de seu interior retirada, enquanto a parte superior possui um buraco que serve como a boca do fogão. Na base, são inseridas as lenhas e o fogo é aceso.

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Para fazer o café, no entanto, não basta apenas aquecer a água à moda antiga. Todo o processo deve ser tal qual os tropeiros. “Eles não tinham filtro nem coador. Então aqui nós também não usamos. Colocamos a chaleira no fogão, e quando a água ferve, a gente coloca o pó de café direto na água. Aí basta tirar um tronco de lenha do fogo e mergulhar dentro da chaleira para fazer o pó descer e se misturar”, ensina Castilhos.

Paulo César Castilhos prepara um café como os tropeiros faziamDário Gonçalves/GES-Especial
Paulo César Castilhos prepara um café como os tropeiros faziamDário Gonçalves/GES-Especial
Paulo César Castilhos prepara um café como os tropeiros faziamDário Gonçalves/GES-Especial

Feito isso, o café “loco de especial” só precisa ser servido. Contudo, não pode ser de qualquer forma. Honrando os costumes, Castilhos limpa a mesa e estende a bandeira do Rio Grande do Sul para, aí sim, colocar a caneca e encher de café. “Assim eram os cafés dos tropeiros”, finaliza.

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