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SAÚDE

Filha faz denúncia de negligência no atendimento da mãe idosa em hospital da Serra gaúcha

Após cair e fraturar joelho, moradora da Região das Hortênsias não teria recebido o atendimento adequado; Brigada Militar foi acionada na casa de saúde

Mônica Pereira
Publicado em: 31/05/2023 às 11h:19 Última atualização: 26/03/2024 às 15h:00
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Quatorze dias após sofrer uma queda na chácara em que mora, em Nova Petrópolis, Maria Dolores Cardoso Silveira, de 65 anos, ainda sofre com a dor e as consequências do ferimento. A filha da idosa, Micheli da Silveira Corrêa, acusa a casa de saúde do município da Serra gaúcha de negligência no atendimento da mãe.

Hospital de Nova Petrópolis



Hospital de Nova Petrópolis

Foto: PMNP/Divulgação

Tudo começou em 16 de maio depois que Maria caiu um tombo enquanto pegava gravetos de lenha. Levada ao Hospital de Nova Petrópolis, passou pela emergência e foi liberada. “Foram feitos os exames e disseram que ela não tinha nada e mandaram embora. Avisaram que era para esperar e ir no posto de saúde, se não melhorasse”, conta a Micheli.

Ainda seguindo com o incômodo e sem conseguir caminhar direito, a idosa foi até uma unidade de saúde e teve o mesmo retorno. “Pediram para ela monitorar e esperar mais uns dias para fazer novos exames”, relata a filha.Na última sexta-feira (26), Maria passou mal e buscou atendimento no posto de saúde do Centro de Nova Petrópolis. “Quando ela chegou lá, o médico só olhou e viu que ela estava com o joelho fraturado e avisou que isso tinha ocasionado uma hemorragia. Com o pedido do médico, tivemos acesso ao primeiro laudo dela, de 16 de maio, e lá já mostrava a gravidade do caso”, destaca Micheli, que mora em Campo Bom, mas está em Nova Petrópolis acompanhando a mãe.

Brigada Militar foi acionada

“Levamos ela para o hospital e foi bem complicado, tive que insistir para que ela tivesse atendimento. Queriam que ela fosse para casa para depois voltar e realizar o exame. A atendente que estava falando comigo no início estava sendo atenciosa, mas outra se intrometeu dizendo que eu estava ensinando ela a trabalhar”, frisa.

Foi, então, que a Brigada Militar foi acionada pela funcionária da casa de saúde para averiguar um caso de injúria. Conforme a ocorrência, a mulher teria sido ofendida por Micheli. Um termo circunstanciado foi confeccionado para dar segmento na denúncia.

“Depois que a Brigada chegou, em dez minutos a minha mãe estava dentro do quarto”, pondera. “A minha mãe estava correndo risco de vida. O médico falou para a gente da gravidade”, aponta Micheli.

Maria precisava fazer um exame mais elaborado, chamado ecodoppler, que permite a visualização do fluxo sanguíneo. A idosa aguardou até a segunda (29) de tarde quando conseguiu o exame.

Com o resultado, Maria teve alta do Hospital de Nova Petrópolis ainda na segunda e continuará o atendimento no Hospital Arcanjo São Miguel, em Gramado, pois precisará de cirurgia. “Achamos que ela ficaria no hospital até a transferência, mas mandaram ela para casa. Ela não pode caminhar e nem pôr o pé no chão por ordens médicas”, pondera Micheli.

“Ela está com a perna imóvel, sente muita dor, tem a fratura no joelho e mais a infecção. Foram muitos dias e tudo poderia ter sido solucionado se tivessem dado o atendimento adequado”, ressalta a filha da idosa. 

"Não foi prejudicada"

Conforme o gerente administrativo do Hospital de Nova Petrópolis, Henrique Gomes, a paciente foi atendida na emergência, ficou em supervisão e, posteriormente, foi internada. “Sobre as acusações [de negligência], a gente abriu uma sindicância interna para apurar os fatos e descobrir realmente o que aconteceu”, destaca.

Ainda de acordo com Gomes, não foi possível agendar o exame na sexta-feira. “Foi solicitada uma ecodoppler e, na sexta-feira, a gente não dispunha no hospital, teríamos que agendar em outro estabelecimento e não conseguimos. Não tinha o médico que realiza o exame no hospital, pois ele faz os atendimentos dois dias por semana”, explica.

Henrique atesta também que a disponibilidade independe do exame ser pago de forma particular ou não. “Ela não foi prejudicada em nada. Recebeu o tratamento e assistência médica o tempo todo”, conclui.

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