SERRA GAÚCHA

FESTIVAL DE CINEMA: Filme sobre a trajetória de skatista de Novo Hamburgo é premiado em Gramado

Produção que retrata a história de skatista da modalidade downhill recebeu três Kikitos

Publicado em: 19/08/2024 18:30
Última atualização: 17/09/2024 16:13

Dirigido pela hamburguense Melissa Brogni e pelo porto-alegrense Gabriel Motta, Pastrana trouxe para Novo Hamburgo o Kikito de melhor filme na competição de Curtas-Metragens Brasileiros no 52º Festival de Cinema de Gramado. A obra marca o retorno de uma produção gaúcha no topo da categoria, que desde 2015 não conquistava o prêmio principal.

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Melissa Brogni e Gabriel Motta recebem Kikito de Melhor Filme na Mostra de Curta-Metragens Brasileiros, em Gramado. Foto: Cleiton Thiele / Agência Pressphoto

Premiado na noite de sábado (17), no Palácio dos Festivais, Pastrana competia com outros 11 curtas, sendo um gaúcho e o restante do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Amazonas, Ceará, Pernambuco e Paraná. Realizado e distribuído pela Okna Produções, a equipe do curta ainda levou para a casa prêmios nas categorias Melhor Fotografia, com Livia Pasqual, e Melhor Montagem, com Bruno Carboni.

Os curtas disputaram Kikitos em dez categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Trilha Musical, Melhor Direção de Arte e Melhor Desenho de Som. "O Festival de Gramado era um dos principais que a gente queria entrar e competir, porque é o grande festival do Estado e também porque grande parte da história envolve a cidade de Novo Hamburgo. Estamos imensamente gratos por isso, e por tantos elogios e tanta gente que foi tocada", afirma Melissa.

A produção audiovisual é uma homenagem de Melissa, skatista profissional de downhill e bicampeã mundial na modalidade, ao atleta e amigo Alysson Nascimento, conhecido pelo apelido Pastrana em referência ao piloto de motocross Travis Pastrana. O jovem catarinense, que morava em Novo Hamburgo e colocou a cidade no mapa de premiações nacionais e mundiais do esporte, faleceu em 2018, aos 18 anos, enquanto participava de uma prova no Mundial do Skate Downhil, no Rio de Janeiro.


Equipe de Pastrana ainda levou para a casa os prêmios de Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Foto: Cleiton Thiele / Agência Pressphoto

"Todo o diálogo que tem no filme é uma carta que eu escrevi para ele [Pastrana] em 2020, dois anos depois do acidente. Escrevi isso pensando num desabafo, numa saudade muito grande. A minha ideia não era fazer um vídeo de internet, eu queria que chegasse em outras pessoas, e nesse formato cinematográfico. Isso só tocou tanto as pessoas porque é um relato 'muitíssimo' sincero, então essa é a parte mais importante", conta Melissa.

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Para além da competição nacional em Gramado, Pastrana também recebeu aplausos e prêmios na Mostra de Curtas Gaúchos como a Melhor Produção Executiva, com Graziella Ferst e Marlise Aúde, e a Associação de Críticos de Cinema do RS reconheceu o curta como a Melhor Produção. 

Vem mais por aí

De 22 de agosto a 1º de setembro, Pastrana estará no 35º Kinoforum, o Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Além disso, em novembro, o curta-metragem entra para a grade de programação do Canal Brasil. "O Festival de Gramado é um berço e eu nem tenho palavras para dizer o quanto é importante ter tido esse reconhecimento", reforça Melissa, que lembrou o empenho de toda a equipe por trás da produção cinematográfica.

Mais hamburguenses premiados

A hamburguense Ray Fisch, especialista em sonoplastia, também esteve na equipe de algumas produções premiadas em Gramado. Na Mostra de Curtas Gaúchos, o filme Flor, de Esteio, recebeu o prêmio de Melhor Desenho de Som, com Fábio Baltar. Ray atuou como técnica de som na produção. 

Já na modalidade de Longas Gaúchos e Curtas Nacionais, Ray atuou em duas produções premiadas: Um corpo só, longa-metragem gaúcho que recebeu Melhor Filme pelo Júri Popular, e Ana Cecília, curta-metragem gaúcho que foi agraciado pela mesma premiação. “Sempre muito importante entrar com filme no festival porque de certa forma para nós que trabalhamos no Rio Grande do Sul se torna referência. É uma rede de apoio e de novos trabalhos”, afirma.

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