TRADIÇÃO

Festival considerado o Oscar da cultura gaúcha abre as portas nesta semana com representantes da região

Competidores levam dança, música e tradição ao palco do Enart, em Santa Cruz do Sul

Publicado em: 12/11/2024 16:06
Última atualização: 14/11/2024 17:28

Horas de ensaio em vários dias da semana. A preparação das entidades que estarão presentes na 37ª edição do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) é intensa. O festival, conhecido como o Oscar da cultura gaúcha, abre suas portas nesta sexta-feira (15), no Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul. Serão três dias de competição com a participação de mais de 4,5 mil artistas amadores de todo o Estado.

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Às vésperas do Enart, preparação segue intensa em CTGs da região Foto: Deivis Bueno/Estampa da Tradição

A região de cobertura do Grupo Sinos será representada no festival por seis Regiões Tradicionalistas (RTs): 12ª, 15ª, 22ª, 23ª, 27ª e 30ª. São dezenas de representantes dos vales do Sinos, Caí e Paranhana, Litoral Norte e regiões Metropolitana e das Hortênsias.

“As entidades não chegam a Santa Cruz sem preparação, elas passam por intensos ensaios e participam de inter-regionais. Por isso, a expectativa é cautelosa, pois estamos em um festival de grandes competidores, mas estamos ansiosos”, afirma o coordenador da 30ª RT, Carlos Moser.

O Enart conta com 25 modalidades competitivas, incluindo danças tradicionais, chula, declamação, trova, gaita e outros. Entre tantos talentos, a chula é uma das apresentações para ficar de olho, já que o campeão da categoria no ano passado é o peão Vitor Schimmelpfenig, do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Guapos do Itapuí, de Campo Bom, que buscará o bicampeonato. 

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Jovem de Campo Bom defende o título de campeão na chula Foto: Arquivo pessoal

A preparação para defender o título tem sido intensa e cheia de animação. “Essa é minha terceira participação no Enart, neste ano defendendo o título. A preparação é muito intensa, ensaios de segunda a segunda. Estou muito ansioso, esse é um festival muito importante, e é uma honra pisar naquele palco sagrado”, afirma Schimmelpfenig.

Memória e emoção se unem no Enart

A competição de danças tradicionais carrega muito mais do que apenas as coreografias conhecidas pelo Estado. Os grupos também levam ao palco um pedaço da memória do povo gaúcho. Neste ano, o CTG Guapos do Itapuí contará a história da Colônia de Sacramento, no Uruguai.

“Nossa principal característica é contar a história dos principais personagens que contribuíram para a formação do gaúcho. Neste ano, voltaremos onde tudo começou, esse é o legado e a energia de nossos ancestrais”, explica o diretor artístico Everton Ferreira.

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CTG Guapos do Itapuí promete emocionar. Foto: Deivis Bueno/Estampa da Tradição

Já a força da mulher gaúcha estará em foco no CTG M’Bororé, de Campo Bom. O grupo, que se destaca frequentemente em festivais e rodeios, prestará um tributo à figura feminina. “A expectativa é muito grande, e a preparação, intensa. Na seletiva para o Enart, ficamos em terceiro lugar. Agora, é aguardar a apresentação em Santa Cruz”, pondera o patrão Inácio Arno.

O trabalho dos peões e prendas para chegar ao palco do festival não é fácil. No CTG Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, de Novo Hamburgo, a preparação para o Enart e demais eventos começou ainda no ano passado.

“Mais uma vez, estaremos representando Novo Hamburgo, sendo o único grupo de danças do município no Enart. A expectativa é fazer uma boa apresentação e, com tudo correndo bem, conseguir a classificação para a finalíssima no domingo”, destaca o patrão e dançarino Sidinei Pereira Gonchoroski.

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Programação

Considerado o maior festival de arte amadora da América Latina, o Enart deve receber mais de 60 mil espectadores até o domingo (17). A abertura oficial do evento está marcada para esta sexta-feira (15), às 17h30min, com a chegada da imagem da Nossa Senhora da Medianeira e uma apresentação do DTG Poncho Verde, de Panambi, campeão do Enart 2023.

Além das competições, a programação do evento também conta com atividades especiais para celebrar a cultura rio-grandense. Para a presidente do MTG, Ilva Goulart, o festival mostrará a força e resiliência do povo gaúcho.

"Tivemos o Rio Grande assolado por enchentes, com CTGs que foram completamente inundados. Mas, com grande resiliência, a maioria das entidades trabalhou na reconstrução, auxiliando a comunidade, oferecendo alimentos e apoio", afirma.

As pulseiras diárias para prestigiar o Enart custam R$ 15, e o passe permanente para os três dias sai por R$ 30 ou R$ 60. Visitantes que levarem um brinquedo novo para doação poderão obter a pulseira solidária com desconto. Os ingressos podem ser adquiridos no site minhaentrada.com.br.

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