CIÊNCIA E INOVAÇÃO

Feevale será sede de instituto nacional que vai monitorar a circulação de vírus em pessoas e animais; saiba mais

Rede de cooperação em ciência, tecnologia e inovação conta com universidades brasileiras e do exterior e terá a coordenação da Feevale

Publicado em: 18/12/2023 15:27
Última atualização: 19/12/2023 10:35

A Feevale dá mais um passo importante na área da pesquisa e inovação. Do final deste ano até 2028, a universidade de Novo Hamburgo, será sede de um Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT). O anúncio foi feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


Feevale será a sede de instituição nacional de pesquisa e inovação Foto: Divulgação/Universidade Feevale

 A instituição fará parte de uma rede que terá recursos de R$ 5,3 milhões e funciona em parceria com instituições de quatro Estados – Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul – e, também, da Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

Os recursos são provenientes do MCTI, CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A verba será disponibilizada para pesquisas de alto nível.

Na Feevale, o instituto será coordenado pelo professor Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da universidade hamburguense. Pelo Estado, participa também a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Segundo Spilki, entre as atividades do grupo está monitorar a circulação de novos vírus em animais silvestres e verificar a dinâmica de circulação de diferentes agentes virais em seres humanos e animais domésticos. Também haverá margem de recursos para investigar casos novos e não resolvidos pelos métodos convencionais de diagnóstico, em diferentes espécies e nas pessoas.

“O projeto nos permite trabalhar na fronteira mais importante, no sentido de antecipar novas pandemias. Esse tipo de informação também é relevante, no dia a dia, para os órgãos que monitoram saúde animal e humana e, ainda, para auxiliar na conservação de espécies da fauna brasileira”, explica.

O programa nacional

O projeto foi selecionado na última chamada pública do programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs), em 2022. O programa foi criado em 2008 e se caracteriza por grandes projetos de pesquisa de longo prazo em redes nacionais ou internacionais de cooperação científica, envolvendo pesquisadores e bolsistas das mais diversas áreas para o desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e de formação de recursos humanos.

Cada um dos INCT atualmente em execução no Brasil atua em um tema de diferentes áreas do conhecimento, seja de Ciências Humanas, Biológicas, Exatas ou Agrárias, envolvendo milhares de pesquisadores e bolsistas em temáticas complexas. Os projetos são estruturados em subprojetos, muitos dos quais descentralizados nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa.

Saúde humana e animal

Estes institutos não possuem estrutura física, são espalhados pelo País, e a Feevale será a sede, a coordenadora desta rede. Para isso, irá utilizar toda a sua estrutura, incluindo Novo Hamburgo, Porto Alegre e a partir da ampliação do Feevale Techpark de Campo Bom.

 O coordenador substituto do INCT, Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), salienta a importância da parceria entre vários institutos, para o estabelecimento de uma rede ativa e prospectiva.

“Essa rede tem uma parte gerada pela Rede Corona-ômica.BR/MCTI, que já foi uma parceria de muito sucesso, liderada pelo Fernando Spilki e pela Universidade Feevale. Essa nova rede de vigilância vai nos permitir expandir não só questões de coronavírus, mas de outros patógenos que são importantes para a saúde humana e animal”, afirma.

De acordo com a pesquisadora Helena Lage Ferreira, da Faculdade Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), o INCT aprovado tem o enfoque em vigilância genômica e de saúde única. Para Helena, haverá um grande impacto científico para o país, pois somará os esforços já estruturados para o monitoramento e os estudos avançados dos vírus emergentes e reemergentes, como Zika, SARS-CoV-2 e influenza aviária. “Com isso, teremos o INCT para impulsionar as pesquisas nessa área, juntando lideranças da virologia com diferentes perfis para monitorar e ajudar no controle dos vírus emergentes”, diz Helena.  

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