Um homem de 40 anos está desaparecido há uma semana no Vale do Sinos. De acordo com familiares de Adan Ubatuba Cesca, ele teria saído da casa de um irmão no bairro Imigração Norte, em Campo Bom, na sexta-feira passada (24), alegando que trabalharia “para os lados de Lomba Grande”, sem mencionar local exato e contratante.
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Segundo Eder Ubatuba Cesca, irmão de Adan, ele é autônomo e presta serviços de construção, limpeza de terrenos e reparos elétricos. Da segunda a quinta-feira (23), o homem estava na casa do caçula deles, trabalhando. Na quinta à noite, comentou sobre o suposto trabalho do dia seguinte, quando desapareceu.
“Depois do trabalho, ele buscaria o filho dele de quatro anos na casa da ex-companheira. Mas não apareceu”, conta Eder. A mulher tinha uma viagem marcada, e por isso deixou a criança na casa de outro irmão, que mora na frente da residência de Adan no bairro São Luís, em Sapiranga.
“Ela fez isso porque quando ele não está em casa, depois busca o menino no meu irmão. Ele e meu sobrinho são apegados e ele sempre buscou lá depois”, relata Eder. A mulher ainda teria enviado uma mensagem ao ex-companheiro no fim da tarde do dia 21. O texto foi recebido e apenas visualizado.
Sem rastros
Adan teria ficado dormindo até mais tarde no dia do desaparecimento. O irmão caçula e a cunhada saíram para trabalhar pela manhã. Por conta disso, não se sabe o horário exato que ele deixou a residência.
Como sofre com crises de epilepsia e convulsões, costumava relatar à família quando os primeiros sintomas apareciam. Porém, de acordo com Eder, nos últimos dias, antes de sair, não indicou essa possibilidade.
Embora estivesse em processo de separação com a companheira, a mulher mantém um aplicativo de localização compartilhado com o ex. Ela verificou na esperança de achar Adan, mas o último registro foi na quinta à noite, ainda quando ele estava na casa do irmão em Campo Bom. Eder explica que o aplicativo pode ser desligado a qualquer momento.
A família foi na casa de Adan em Sapiranga e encontraram o local fechado. Porém, conseguiram entrar na residência. “Estava tudo normal, não tinham roubado nada e nem sinais que foi mexido”, detalha Eder. As ferramentas de trabalho também não foram levadas pelo homem.
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Inicialmente, os familiares acreditavam que Adan teria saído com a sua motocicleta Yamaha/Cripton. No entanto, o veículo foi encontrado trancado dentro da casa, nos fundos da residência do irmão caçula. “Lá era o único lugar que não tínhamos olhado ainda, pois como o local está vazio, sem locação e trancado por fora com cadeado, imaginamos que não estaria lá dentro. Mas, decidimos olhar por descargo de consciência, e a moto estava lá”, relata Eder.
“Não sabemos por onde começar, pois nem fazemos ideia de horário que ele saiu para pedir imagens de câmeras de vigilância, por exemplo”, desabafa o irmão do desaparecido.
Visto por motoboy
A família teve cautela para iniciar a divulgação do sumiço de Adan. Isso porque os pais são idosos, com 65 e 62 anos. “Minha mãe passou por um transplante de rins há cerca de 10 meses, então não pode se estressar”, conta. “Ela é uma mulher forte, mas o baque sempre vem depois. O meu pai não é de demonstrar sentimentos. Quando é nosso aniversário, a forma de expressar o amor é ‘parabéns, guri’, é o jeito dele. Mas com a situação ele está todo choroso”, completa Eder.
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Na segunda-feira (27), após a conversa com os pais, a família registrou o desaparecimento de Adan na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo. “Como ele passou o final de semana sem dar qualquer notícia, ficamos ainda mais preocupados e procuramos a Polícia”. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Município.
A família recebeu informações de um grupo de motoboys de Novo Hamburgo. Um deles teria visto o homem desaparecido caminhando no final da sexta-feira próximo à Estrada da Integração, em Lomba Grande. “Eu estive por lá, fui em comércios e falei com algumas pessoas, mas nada de novas informações. Deixei panfletos num bar, numa padaria e num mercadinho. Também deixei num ponto onde guardam barcos perto do rio”, detalha Eder.
Mutirão de buscas
A família organiza um mutirão de buscas para este fim de semana, no sábado (2) e no domingo (3). De acordo com Eder, um grupo no WhatsApp já tem centenas de pessoas mobilizadas a encontrar Adan. “Espero que possamos achá-lo logo. É muito angustiante essa situação”, desabafa.
Segundo a família, a saída para as buscas serão em dois locais: em Campo Bom, na Avenida Bahia, 1438, no bairro Imigrante, a partir das 7h30; e em Novo Hamburgo, em frente à padaria Pamafi, na Rua Arcedino Francisco da Conceição, 20, no Loteamento Integração, em Lomba Grande, a partir das 8h40.
Quem tiver informações sobre Adan pode fazer contato pelos telefones: (51) 99777-7373, com Eder; (51) 99431-2875, com Alan; e (51) 99952-2370, com Alex.