A família de Leonardo Adams, de 21 anos, que morreu em um acidente de trânsito na Flórida, nos Estados Unidos, decidiu ressignificar o momento de dor autorizou a doação dos órgãos dele. A mãe do jovem, Rosângela Soares, afirma que esse era um desejo do filho. “Eu e ele já havíamos conversado várias vezes sobre doação de órgãos”, relembra.
Foto: Arquivo pessoal
Ela viajou com o filho e um amigo para o país norte-americano em outubro do ano passado, mas recorda que o desejo de Leonardo vem de antes da viagem ao exterior. “Há alguns anos, houve uma campanha em Novo Hamburgo que solicitavam doador de medula, para um menino, nós fomos para fazer nosso cadastro como doador. E lá deixamos nossos nomes também para o cadastro de doador de órgãos”, conta Rosângela.
Diante da tragédia que vitimou o filho, que morreu após ser atingido por um carro que teria ultrapassado o sinal vermelho, ela relata que ficou em choque e que, no primeiro momento, nem lembrou do assunto.
O pedido partiu do hospital. “Eles me procuraram, disseram que todos os órgãos dele estavam aptos para doar e salvar muitas vidas. Me perguntaram se era vontade dele doar e se eu poderia autorizar. Minha primeira reação foi lembrar que sim, esse era um desejo que ele já havia manifestado”, explica.
De acordo com Rosângela, a família ainda aguarda que todos os documentos fiquem prontos para ter a liberação do corpo e prosseguir com o translado para o Brasil. No fim da semana passada, o irmão de Leonardo, de 17 anos, que preferiu não se identificar, disse que a família foi para os Estados Unidos para ficar ao lado de Rosângela e acompanhar os trâmites.
A família e amigos do jovem realizam vaquinhas virtuais para ajudar com os gastos hospitalares e fúnebres, visando trazer o seu corpo para a cidade onde ele cresceu, em Taquara, no Vale do Paranhana. “Ainda não temos uma data prevista para a chegada dele no Brasil, espero que na próxima semana toda a documentação esteja pronta”, afirma Rosângela.
De acordo com ela, uma empresa norte-americana e outra brasileira estão envolvidas no processo de trazer o corpo de Leonardo para o seu País de origem. Ele será trazido a São Paulo e “depois seguirá até Porto Alegre e depois para a nossa cidade (Taquara) onde será feita a despedida do nosso Léo”, conclui.
A morte do gaúcho ainda é investigada pela polícia norte-americana. Segundo a mãe de Leonardo, o xerife do caso conversou com a família e disse que não pode passar muitas informações para não prejudicar a investigação. No entanto, ela conta que “as autoridades já sabem que foi causado por pessoas que estavam cometendo outros crimes utilizando esse veículo em vários condados do Estado”.
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Como ajudar
Foto: Arquivo pessoal
Amigos de Leonardo no Brasil criaram a campanha “Ajude a trazer o Léo pra casa”. A iniciativa tem como objetivo arrecadar R$ 50 mil para ajudar no traslado do corpo do jovem, que era morador do Vale do Paranhana.
A arrecadação é feita através do site Vakinha. Até as 16h30 desta quarta-feira (12), a plataforma indicava 189 contribuições, totalizando R$ 14.768.16. É possível doar por pix através deste da chave:3644191@vakinha.com.br.
Já vaquinha criada pela namorada de Leonardo, Rayssa Gonçalves, de 26 anos, foi feita pela plataforma norte-americana Gofundme. O valor pode ser doado em real, a plataforma converte automaticamente para dólar. É necessário cartão de crédito ou débito internacional para fazer a operação. Em alguns casos é possível habilitar a função direto pelo aplicativo do banco. É possível contribuir com qualquer valor.
A meta é arrecadar 30 mil dólares. Se converter esse valor para o real, o objetivo da arrecadação seria alcançar cerca de R$ 150 mil, considerando o preço do dólar nesta quarta-feira.
Até as 16h30, o site indicava que havia sido arrecadado 9.091 dólares (cerca de R$ 44 mil). O valor é oriundo de 262 colaborações. Para doar, clique neste link.
“O americano (site) é mais importante em razão de que os custos mais altos serão aqui nos Estados Unidos. As pessoas podem doar mesmo aí do Brasil porque o sistema converte o valor automático. Já a vaquinha brasileira eu terei que fazer o câmbio e isso pode demorar muito no sistema bancário”, enfatiza a mãe de Leonardo.