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ANTIGOS PROBLEMAS

Faltam merendeiras nas escolas da rede estadual; veja quando situação deverá ser resolvida

Problema é um dos principais apontados em levantamento do Cpers

Renata Strapazzon
Publicado em: 04/03/2024 às 07h:02 Última atualização: 04/03/2024 às 07h:08
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O ano letivo de 2024 começou na rede estadual de ensino gaúcha no último dia 19 de fevereiro com velhos problemas enfrentados pelas escolas. Levantamento feito pelo Cpers-Sindicato aponta uma carência expressiva de recursos humanos para atuar em áreas como merenda, manutenção, administrativo e limpeza.

No Pedrinho, serviço neste início de ano vem sendo feito por professores e funcionários



No Pedrinho, serviço neste início de ano vem sendo feito por professores e funcionários

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Até o último dia 27, representantes de 200 instituições de ensino já haviam respondido ao questionário do sindicato, que pretende traçar um perfil da situação da rede. O número representa aproximadamente 8,5% do total de escolas estaduais RS que é de 2.342. Somadas, estas 200 escolas têm falta de 272 agentes educacionais, maior escassez do quadro.

“Os dados, ainda preliminares, do Radar do Cpers, assim como os do Censo Escolar de 2023, divulgado pelo Inep no dia 22, confirmam que as melhorias na oferta da educação pública no Rio Grande do Sul ainda deixam a desejar. A luta do Cpers por melhores estruturas, valorização do ensino e dos educadores tem respaldo científico e estatístico e seguirá com força ao longo de 2024”, informa o sindicato em seu site oficial.

Informações

Segundo a entidade, o formulário permanece aberto até o dia 21 de março no endereço eletrônico https://cpers.com.br/ para que mais escolas relatem a sua situação. “Os dados serão compilados e utilizados para divulgar a real dimensão dos problemas da rede estadual de educação”, destaca o Cpers. Diretor do 14ª núcleo do sindicato e também diretor da Escola Estadual de Ensino Médio Olindo Flores da Silva, no bairro Scharlau, Luiz Henrique Becker, destaca a importância da participação das escolas no levantamento.

“As informações das escolas são de máxima importância para identificar os reais problemas na rede estadual de educação, se contrapondo (com dados reais sobre a situação nas escolas) à propaganda do governo, onde afirma que projeto educacional está funcionando bem”, destaca. Ele frisa, ainda, que o relatório também apontou, até agora, falta de monitores para acompanhamento de alunos com deficiência e problemas estruturais graves nas escolas estaduais como a falta de condições de utilização de salas de aula, de setores, de área para prática de educação física. Além da ameaça de fechamento de turmas e de escolas.

Serviço deve ser normalizado ainda nesta semana

Conforme Becker, na Olindo Flores há apenas uma cozinheira para atender aos três turnos, quando o ideal seria pelo menos uma por turno. “Na escola, temos seis alunos que não almoçam porque vêm direto de curso técnico ou do trabalho e no meio da tarde a gente dá uma fruta, bolacha, suco, achocolatado”, diz.

Segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), o contrato com a empresa terceirizada responsável pelo serviço está em fase de assinatura para preencher 278 postos de trabalho. A previsão é de que as profissionais cheguem nas escolas até o final da semana.

Desvio de função no Pedrinho

Uma das maiores escolas da rede em São Leopoldo, com mais de mil estudantes matriculados, o Instituto Estadual de Educação Pedro Schneider, o Pedrinho, no Centro, também enfrenta o mesmo problema. No local, segundo o diretor Vinícius Vilella, não há merendeiras, quando o ideal seriam quatro nos períodos da manhã e da tarde e, pelo menos, duas à noite. “Por aqui a direção e a equipe pedagógica trabalham diariamente em desvio de função para poder garantir ao menos um lanche aos alunos”, explica.

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