CONTAGEM REGRESSIVA
Faltam 500 dias para o Bicentenário do Berço da Colonização Alemã
Confira como estão os preparativos para a grande festa que vai marcar os 200 anos da imigração alemã na região e no País e também o aniversário de São Leopoldo
Última atualização: 02/02/2024 15:56
A partir de hoje faltam 500 dias. Um ano e pouco mais de quatro meses. "Este é o tempo para fazermos a festa dos 200 anos da imigração alemã no Brasil. Mas por que se festejaria a chegada destes imigrantes? Normalmente pensamos ser por terem desenvolvido a cidade de São Leopoldo e o Vale do Sinos. Pouco se divulga o valor real deste fluxo: a mudança relevante socioeconômica do Rio Grande do Sul, se não do Brasil", enfatiza Renata Rotermund, presidente do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (MHVSL).
"Nós, aqui no Estado, saímos de uma situação de latifundiários pecuaristas para uma economia de empreendedores, com lotes de pequenas plantações, tendo seus excedentes sendo negociados na região e capital, e artesãos que deram origem à industrialização massiva em pouco tempo. Também houve uma mudança drástica na educação, pois em cada picada aberta havia um centro com local para culto religioso e, ao lado, obrigatoriamente uma sala de aula. Na cidade-base, São Leopoldo, foram criados centros educacionais relevantes até hoje e que foram ou são referência no País", reflete Renata.
Para ela, é necessária urgência para esse momento fundamental. Ela lembra da intensa mobilização do passado, como a celebração dos 100 anos da colonização alemã e o sesquicentenário. "Se para uma festa de casamento ou formatura hoje em dia o planejamento é feito com mais de um ano, o que podemos dizer de concreto sobre o que ocorrerá nesta data de 25 de julho de 2024 na cidade que é Berço da Imigração Alemã no Brasil? Todas as instituições estão fazendo a sua parte? Ou será que o saudável orgulho que motivou e inspirou as celebrações anteriores foi substituído por um tímido constrangimento frente ao nosso descaso?", questiona.
Casa do Imigrante
"Apesar de esforços de muitos, seguimos com a Casa do Imigrante em ruínas. Nossa Praça do Imigrante permanece em condições constrangedoras para visitação. Por tudo isto, quando se pensa em 500 dias, vemos que o tempo já se esgotou para termos celebrações à altura do legado dos pioneiros. Mas nem tudo está perdido. Convidamos a todos a utilizarmos esse marco de 500 dias para se engajarem de coração e alma nessas celebrações", completa Renata.
Projeto Iconicidades
Uma parte da Casa do Imigrante, que abrigou os primeiros imigrantes, desabou no dia 5 de março de 2019. A recuperação do local pelo Complexo Casa da Feitoria/Museu do Imigrante é uma proposta contemplada e que integra o projeto Iconicidades, do governo do Estado. O trabalho está na etapa de anteprojetos até abril. A próxima etapa tem como base o desenvolvimento dos projetos executivos (arquitetônico e complementares).
Ato pelos 500 dias na Assembleia Legislativa
O presidente do Instituto São Leopoldo 2024 (ISL 2024), André Rotta, ressalta que o momento precisa realmente ser de forte mobilização. "Os 500 dias marcam o início oficial da contagem regressiva para o bicentenário em todo o Brasil através das mais diversas atividades que estamos realizando e é o início da grande homenagem que o Brasil fará aos povos germânicos que tanto contribuíram para o Brasil, mas principalmente para o desenvolvimento de São Leopoldo, que após sua chegada, em 20 anos, se desenvolve tanto e tão rápido que em 1846 já se emancipa de Porto Alegre."
Rotta destaca que, para marcar os 500 dias, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, atendendo a uma demanda do ISL 2024 e da Comissão do Bicentenário da Sociedade Civil, irá realizar um ato alusivo aos 500 dias para o bicentenário da imigração alemã no Brasil. A cerimônia será realizada nesta quarta-feira (15), às 16h30, no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia. Será possível acompanhar o ato pelas redes sociais do Legislativo (www.youtube.com/@tvalrs). E também com ênfase na data, Rotta enfatiza que nesta segunda-feira (13), às 17 horas, ocorre uma breve homenagem aos 500 dias para o bicentenário da imigração alemã no Brasil em celebração a ser realizada na República das Cervejas, em São Leopoldo.
Projetos estratégicos
O titular da Secretaria-Geral de Governo (SGG), Nelson Spolaor, destaca que ações estão em andamento. Ele também enfatiza o trabalho do Comitê do Bicentenário de São Leopoldo. "Muitos projetos estratégicos para melhorar significativamente a cidade estão avançando. Queremos que ocorra uma grande integração da população e que tenhamos muitos motivos para celebrar os 200 anos com grandes projetos e melhorias da cidade. E que a cidade possa se transformar cada vez mais em uma referência para o Estado e que possamos contribuir, como berço da imigração, para o desenvolvimento da região."
Segundo Spolaor, há um conjunto de investimentos com foco em 2024 como a revitalização da Rua Independência, o complexo do anexo do Hospital Centenário, a revitalização do patrimônio histórico cultural e a nova sede da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp). "Temos comissões específicas no Comitê do Bicentenário, formado por integrantes da sociedade civil e administração municipal, que seguem trabalhando intensamente. Nos próximos dias realizaremos nova reunião da comissão executiva."
Memória das mobilizações do passado
Renata lembra que há um século se formou um grande movimento envolvendo instituições comunitárias e prefeituras para a celebração dos 100 anos da colonização alemã no Brasil. "Foi esse grupo que planejou e viabilizou diversas obras e eventos, entre eles a construção de um monumento junto à margem esquerda do Rio dos Sinos, no local de desembarque dos primeiros imigrantes, além de um hospital de referência no Vale (Hospital Centenário). Meio século depois, já em 1974, a cidade se preparou e celebrou, em grande estilo, o sesquicentenário da imigração alemã. Além da maciça participação da comunidade, através das escolas e associações, aquela celebração lançou as bases do desenvolvimento futuro de São Leopoldo, com a abertura de novas fronteiras urbanas e industriais, possibilitando novos investimentos produtivos. No aspecto cultural, São Leopoldo ganhou renovada sua biblioteca e uma grande praça foi aberta no Centro."
Jornada da Alemanha até São Leopoldo
Conforme dados do acervo histórico do MHVSL, eles partiram em um veleiro em 5 de maio de 1824 em uma penosa travessia pelo Atlântico. Chegaram ao 4 de junho ao Rio de Janeiro. Embarcaram na sequência em um navio costeiro até Porto Alegre. Foram recebidos ainda a bordo pelo então presidente da Província, José Feliciano Fernandes Pinheiro (futuro Visconde de São Leopoldo).
Após seguiram em outra embarcação pelas sinuosas águas do Rio dos Sinos em direção ao seu destino final. As primeiras famílias alemãs chegaram em São Leopoldo em 25 de julho de 1824.
Hoje, 13 de março de 2023, marca os 500 dias para a celebração do bicentenário da imigração alemã. E a Praça do Imigrante, também chamada Praça Centenário, foi construída sobre um aterro junto ao antigo "Porto das Telhas", tendo sido o local de desembarque desses primeiros imigrantes alemães. Ao centro da praça encontra-se o monumento pelo centenário da imigração.
A partir de hoje faltam 500 dias. Um ano e pouco mais de quatro meses. "Este é o tempo para fazermos a festa dos 200 anos da imigração alemã no Brasil. Mas por que se festejaria a chegada destes imigrantes? Normalmente pensamos ser por terem desenvolvido a cidade de São Leopoldo e o Vale do Sinos. Pouco se divulga o valor real deste fluxo: a mudança relevante socioeconômica do Rio Grande do Sul, se não do Brasil", enfatiza Renata Rotermund, presidente do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (MHVSL).
"Nós, aqui no Estado, saímos de uma situação de latifundiários pecuaristas para uma economia de empreendedores, com lotes de pequenas plantações, tendo seus excedentes sendo negociados na região e capital, e artesãos que deram origem à industrialização massiva em pouco tempo. Também houve uma mudança drástica na educação, pois em cada picada aberta havia um centro com local para culto religioso e, ao lado, obrigatoriamente uma sala de aula. Na cidade-base, São Leopoldo, foram criados centros educacionais relevantes até hoje e que foram ou são referência no País", reflete Renata.
Para ela, é necessária urgência para esse momento fundamental. Ela lembra da intensa mobilização do passado, como a celebração dos 100 anos da colonização alemã e o sesquicentenário. "Se para uma festa de casamento ou formatura hoje em dia o planejamento é feito com mais de um ano, o que podemos dizer de concreto sobre o que ocorrerá nesta data de 25 de julho de 2024 na cidade que é Berço da Imigração Alemã no Brasil? Todas as instituições estão fazendo a sua parte? Ou será que o saudável orgulho que motivou e inspirou as celebrações anteriores foi substituído por um tímido constrangimento frente ao nosso descaso?", questiona.
Casa do Imigrante
"Apesar de esforços de muitos, seguimos com a Casa do Imigrante em ruínas. Nossa Praça do Imigrante permanece em condições constrangedoras para visitação. Por tudo isto, quando se pensa em 500 dias, vemos que o tempo já se esgotou para termos celebrações à altura do legado dos pioneiros. Mas nem tudo está perdido. Convidamos a todos a utilizarmos esse marco de 500 dias para se engajarem de coração e alma nessas celebrações", completa Renata.
Projeto Iconicidades
Uma parte da Casa do Imigrante, que abrigou os primeiros imigrantes, desabou no dia 5 de março de 2019. A recuperação do local pelo Complexo Casa da Feitoria/Museu do Imigrante é uma proposta contemplada e que integra o projeto Iconicidades, do governo do Estado. O trabalho está na etapa de anteprojetos até abril. A próxima etapa tem como base o desenvolvimento dos projetos executivos (arquitetônico e complementares).
Ato pelos 500 dias na Assembleia Legislativa
O presidente do Instituto São Leopoldo 2024 (ISL 2024), André Rotta, ressalta que o momento precisa realmente ser de forte mobilização. "Os 500 dias marcam o início oficial da contagem regressiva para o bicentenário em todo o Brasil através das mais diversas atividades que estamos realizando e é o início da grande homenagem que o Brasil fará aos povos germânicos que tanto contribuíram para o Brasil, mas principalmente para o desenvolvimento de São Leopoldo, que após sua chegada, em 20 anos, se desenvolve tanto e tão rápido que em 1846 já se emancipa de Porto Alegre."
Rotta destaca que, para marcar os 500 dias, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, atendendo a uma demanda do ISL 2024 e da Comissão do Bicentenário da Sociedade Civil, irá realizar um ato alusivo aos 500 dias para o bicentenário da imigração alemã no Brasil. A cerimônia será realizada nesta quarta-feira (15), às 16h30, no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia. Será possível acompanhar o ato pelas redes sociais do Legislativo (www.youtube.com/@tvalrs). E também com ênfase na data, Rotta enfatiza que nesta segunda-feira (13), às 17 horas, ocorre uma breve homenagem aos 500 dias para o bicentenário da imigração alemã no Brasil em celebração a ser realizada na República das Cervejas, em São Leopoldo.
Projetos estratégicos
O titular da Secretaria-Geral de Governo (SGG), Nelson Spolaor, destaca que ações estão em andamento. Ele também enfatiza o trabalho do Comitê do Bicentenário de São Leopoldo. "Muitos projetos estratégicos para melhorar significativamente a cidade estão avançando. Queremos que ocorra uma grande integração da população e que tenhamos muitos motivos para celebrar os 200 anos com grandes projetos e melhorias da cidade. E que a cidade possa se transformar cada vez mais em uma referência para o Estado e que possamos contribuir, como berço da imigração, para o desenvolvimento da região."
Segundo Spolaor, há um conjunto de investimentos com foco em 2024 como a revitalização da Rua Independência, o complexo do anexo do Hospital Centenário, a revitalização do patrimônio histórico cultural e a nova sede da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp). "Temos comissões específicas no Comitê do Bicentenário, formado por integrantes da sociedade civil e administração municipal, que seguem trabalhando intensamente. Nos próximos dias realizaremos nova reunião da comissão executiva."
Memória das mobilizações do passado
Renata lembra que há um século se formou um grande movimento envolvendo instituições comunitárias e prefeituras para a celebração dos 100 anos da colonização alemã no Brasil. "Foi esse grupo que planejou e viabilizou diversas obras e eventos, entre eles a construção de um monumento junto à margem esquerda do Rio dos Sinos, no local de desembarque dos primeiros imigrantes, além de um hospital de referência no Vale (Hospital Centenário). Meio século depois, já em 1974, a cidade se preparou e celebrou, em grande estilo, o sesquicentenário da imigração alemã. Além da maciça participação da comunidade, através das escolas e associações, aquela celebração lançou as bases do desenvolvimento futuro de São Leopoldo, com a abertura de novas fronteiras urbanas e industriais, possibilitando novos investimentos produtivos. No aspecto cultural, São Leopoldo ganhou renovada sua biblioteca e uma grande praça foi aberta no Centro."
Jornada da Alemanha até São Leopoldo
Conforme dados do acervo histórico do MHVSL, eles partiram em um veleiro em 5 de maio de 1824 em uma penosa travessia pelo Atlântico. Chegaram ao 4 de junho ao Rio de Janeiro. Embarcaram na sequência em um navio costeiro até Porto Alegre. Foram recebidos ainda a bordo pelo então presidente da Província, José Feliciano Fernandes Pinheiro (futuro Visconde de São Leopoldo).
Após seguiram em outra embarcação pelas sinuosas águas do Rio dos Sinos em direção ao seu destino final. As primeiras famílias alemãs chegaram em São Leopoldo em 25 de julho de 1824.
Hoje, 13 de março de 2023, marca os 500 dias para a celebração do bicentenário da imigração alemã. E a Praça do Imigrante, também chamada Praça Centenário, foi construída sobre um aterro junto ao antigo "Porto das Telhas", tendo sido o local de desembarque desses primeiros imigrantes alemães. Ao centro da praça encontra-se o monumento pelo centenário da imigração.
"Nós, aqui no Estado, saímos de uma situação de latifundiários pecuaristas para uma economia de empreendedores, com lotes de pequenas plantações, tendo seus excedentes sendo negociados na região e capital, e artesãos que deram origem à industrialização massiva em pouco tempo. Também houve uma mudança drástica na educação, pois em cada picada aberta havia um centro com local para culto religioso e, ao lado, obrigatoriamente uma sala de aula. Na cidade-base, São Leopoldo, foram criados centros educacionais relevantes até hoje e que foram ou são referência no País", reflete Renata.