Com a pia cheia de louça e sem perspectiva de normalização, Maria Jenoveva dos Reis Pinto, 31 anos, moradora do bairro Lago Azul, em Estância Velha, enfrenta novamente o transtorno causado pela falta de água.
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Há mais de 24 horas sem abastecimento, a dona de casa relata as dificuldades: “Tenho dois filhos pequenos e não consigo preparar comida ou dar banho neles. Tive que comprar mais pão para alimentar meus filhos durante o dia”, garante.
Segundo Maria, ao entrar em contato com a Corsan na noite passada, a companhia informou inicialmente que o serviço seria restabelecido no amanhecer desta terça-feira (3). Porém, até o momento, isso não aconteceu.
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Outro ponto destacado pela moradora foi a desorganização no atendimento da companhia. “Abrimos um protocolo ontem [segunda], mas hoje disseram que não havia registro. Isso é inadmissível. O sentimento é de raiva, porque isso não é um fato isolado, nós estamos sofrendo todas as semanas com a falta de água”, relata.
Não são apenas os moradores do Lago Azul que estão enfrentando este problema. Clientes da Corsan/Aegea que residem nos bairros Campo Grande e Bela Vista estão na mesma situação.
Conforme a companhia, foi identificado, na manhã desta terça-feira, um vazamento oculto (quando a água não chega à superfície) na Rua Santos Dumont, no bairro Bela Vista, que causa oscilações na pressão da água e pontos de desabastecimento nestes três bairros.
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Equipes da Corsan já estão realizando o reparo na rede e o abastecimento deve ser restabelecido gradualmente no início da tarde. A companhia esclarece que recebeu notificações dos moradores sobre a falta de água na noite de segunda-feira (2) e iniciou a busca pelo vazamento, que foi localizado apenas nesta manhã.
Banho de canequinha
Simone Pimentel, também moradora do Lago Azul, compartilha a frustração: “Estou tendo que dar banho no meu filho com caneca. Tomei banho assim também. É revoltante não ter sequer um aviso de que vai faltar água. A Corsan poderia usar redes sociais ou até carro de som para informar”, pontua.
Além das dificuldades práticas, como cozinhar e manter a higiene básica, Simone aponta para a falta de preparo das famílias para lidar com a situação. “Minha caixa d’água tem apenas 500 litros, e isso não dá para quase nada. Nós economizamos [água], mas precisamos ser avisados. Essa demora no restabelecimento é uma falta de respeito”, opina.
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Com a chegada do verão, a preocupação com a segurança do abastecimento se intensifica. “Se agora, com temperaturas amenas, já enfrentamos problemas, imagina quando o calor aumentar?”, questiona Simone.
Falta de água recorrente em Estância Velha
A falta de água não é nenhuma novidade para os moradores do Lago Azul, assim como para quem vive nos bairros Encosta do Sol e Sol Nascente. O desabastecimento se tornou recorrente nesta região de Estância Velha.
Os moradores cobram não apenas a Corsan, mas também a atuação da prefeitura para intermediar uma solução definitiva. “O prefeito é o representante legal da cidade, e ele deveria se envolver e pressionar a Corsan por melhorias. O povo não pode continuar sendo prejudicado assim”, finaliza Simone.
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Por meio da assessoria, a prefeitura garante que está rotineiramente solicitando atenção da Corsan para as questões envolvendo os bairros da cidade, tais como Lago Azul, Nova Estância, Sol Nascente e outros. “A empresa de saneamento inclusive já está instalando novos reservatórios no bairro União”, diz a nota.