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ÁGUA E RECLAMAÇÕES

"Falta água por um dia inteiro": As reclamações levadas por moradores de cidade da região durante ouvidora itinerante

Acionados após uma série de problemas relatados pela população, a Agesan protocolou nove processos administrativos apenas durante a manhã desta quinta-feira

Eduardo Amaral
Publicado em: 09/01/2025 às 14h:39 Última atualização: 09/01/2025 às 18h:21
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Em menos de duas horas de atendimento à população, a ouvidoria itinerante da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Rio Grande do Sul (Agesan-RS) atendeu quase 20 pessoas em Estância Velha. Acionados após uma série de problemas relatados pela população, a Agesan protocolou nove processos administrativos apenas durante a manhã desta quinta-feira (9).

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O autônomo Marco Antônio Ramos Azambuja, 61, levou a conta de água para reclamar a cobrança realizada pela Aegea | abc+



O autônomo Marco Antônio Ramos Azambuja, 61, levou a conta de água para reclamar a cobrança realizada pela Aegea

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

O atendimento direto à população é uma resposta da Agesan-RS às inúmeras reclamações dos moradores da cidade, especialmente dos bairros Sol Nascente e do Loteamento União. A falta de água durante os finais de semana tem sido uma constante, mas também há reclamações constantes em relação ao atendimento da Aegea Saneamento, empresa que comprou a Corsan do governo do Estado, assumindo assim o tratamento e distribuição de água no município.

Antes, a gente ia buscar atendimento e tinham pelo menos três pessoas para nos atender, agora vamos lá e tem apenas uma”, reclama o autônomo Marco Antônio Ramos Azambuja, 61, morador do bairro Lago Azul. Durante a manhã desta quinta, ele foi mais um a buscar o atendimento da ouvidoria da Agesan-RS para solucionar problemas que não conseguiu resolver com a empresa.

Cobranças e leituras

Uma das reclamações mais recorrentes entre os clientes da Aegea é quanto às leituras dos relógios de água em cada cidade. Azambuja foi um dos casos, já que buscou a Agência de regulação do Estado por não concordar com o resultado da sua leitura de relógio.

“Quando eu e a família morávamos com sete pessoas nós gastávamos na média de 10, 12 metros de água por mês. Está vindo agora 30 metros com 3 pessoas”, reclama ele que vive em um pátio que tem duas casas dividindo o mesmo relógio de água.

Junto com a cobrança que considera abusiva, Azambuja também reclama da constante falta de água. “Desde que mudou [a empresa] é isso aí, às vezes falta água por um dia inteiro”, relata Azambuja.

Espera de melhora

Com a presença da Agesan-RS na cidade, a expectativa de Azambuja e dos outros que procuraram o atendimento, realizado no saguão da prefeitura ao longo da quinta-feira, é de uma melhora no serviço prestado além de soluções mais rápidas para seus problemas. “Espero que melhore, porque se eles continuarem se achando que podem fazer o que querem e todo mundo tem que ficar quieto o serviço vai acabar voltando para o Estado.”

A ouvidoria itinerante realizou atendimento em dois horários, pela manhã das 9h30 às 12 horas, e a tarde das 13h30 às 16h30. Uma nova agenda está prevista para a próxima semana, na sexta-feira (17), quando o atendimento na sede da Aegea-Corsan.

Processos e ações

Ouvidora da Agesan-RS, Natália Müller Schierholt ficou responsável por atender a população de Estância Velha nesta quinta. Apenas pela parte da manhã foram cerca de seis processos internos abertos pela ouvidoria. “É um processo que tem prazo máximo de 30 dias, prorrogável por mais 30 só em circunstâncias especiais, quando precisam envolver a nossa fiscalização técnica. Mas o nosso processo tem uma média de duração de 20 dias”, explica Natália.

De acordo com ela, o principal problema relatado pelos moradores foi em relação a cobranças indevidas e leituras de relógios. “A questão justamente de esgoto, ou solaria negativa, que são pessoas sem ligação de esgoto que estão sendo cobradas de disponibilidade de esgoto, ou ainda pessoas que estão com a solaria negativa referente à caixinha de inspeção, que é a caixinha que o usuário tem que se ligar e essa caixinha leva pra rede”, relata Natália.

Outro problema é quanto aos chamados vazamentos ocultos, quando o usuário não consegue detectar um vazamento. “Vazamento oculto, são bem recorrentes em todos os municípios que atendemos, algumas casas elas acabam tendo fugas de água devido essas rachaduras internas, onde é difícil de visualizar e identificar na fatura, ela leva um tempo para conseguir identificar”, relata Natália.

A ouvidora explica que nestes casos a responsabilidade é dividida entre o cliente e a empresa. “A gente tem orientado eles a fazerem uns testes, fazerem um reparo para assim depois pedir uma redução pelo vazamento oculto. Só que isso só pode ser feito em até três faturas. Entendemos que a partir de três faturas o usuário já deve ter percebido o vazamento e ele deveria ter tido uma atitude”, explica Natália.

De acordo com ela, as reclamações já se acumulavam pelas vias eletrônicas, telefone e site. Contudo, a presença da Agência na cidade melhora o atendimento aos moradores. “Quando tem muitos problemas, a gente aproveita e faz essa ouvidoria itinerante pra justamente abrir esses processos, porque tem muitas pessoas que têm dificuldade em mandar e-mail, mandar documentação. Como nós temos algumas documentações obrigatórias, não tem como fazer tudo por 0800”, relata ela sobre o projeto iniciado ainda em 2023.

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