Após levar um tiro na cabeça durante um assalto na madrugada desta terça-feira (24) em Novo Hamburgo, o motorista de aplicativo Luis Evencio Figuera Melendez, de 36 anos, conta que, em três anos na atividade, essa foi a primeira vez que passou por uma situação como essa. “É ruim, não é fácil”, relata.
A bala o atingiu de raspão. Ele recebeu atendimento médico e, na tarde desta terça, já estava em casa, em Parobé. O motorista destaca que agora os planos ainda estão incertos, mas que irá tirar um tempo para avaliar se vai permanecer na atividade.
“Ainda não tive tempo de pensar sobre isso, mas por enquanto vou continuar, porque não tenho mais o que fazer, sabe? É trabalho”, diz. “Vou aguardar uma semana, descansar um pouco, pensar bem nas coisas, conversar com a minha família e aí vamos ver o que vai acontecer mais para frente.”
Aqui no Rio Grande do Sul, Melendez e a família moram de aluguel em uma residência no bairro Alvorada. Com ele, vivem a esposa, os três filhos e a mãe.
O assalto
O profissional relata que havia acabado de finalizar uma corrida de São Leopoldo até o bairro São Jorge, em Novo Hamburgo, perto da RS-239, por volta da 00h10, e esperava ser acionado para outra viagem quando dois homens armados se aproximaram e anunciaram o assalto. Ao ordenarem que ele descesse do carro, Melendez tentou argumentar.
“Quando ele me abordou e colocou o revólver na minha cara, eu falei para ele, olhando ele de frente: ‘cara eu sou motorista de aplicativo, eu tô trabalhando’. Falei de tudo para ele, que meu carro não tem seguro. Fiquei apavorado. Mas ele falava: ‘não, perdeu, perdeu, desce do carro, desce do carro’. Daí eu desci do carro”, conta.
No entanto, no momento de desespero, ele se pendurou na janela do carro e tentou impedir que fossem embora com GM Classic. Com a reação, os ladrões dispararam duas vezes. Além do tiro que atingiu Melendez, outro disparo perfurou o banco do veículo.
Ele se recorda que não acreditava no que estava acontecendo. “Eu só pensava na minha família”, relata, afirmando que o carro é o que gera a fonte de renda dele e dos familiares.
Após ser ferido, a vítima passou a gritar por socorro, o que chamou a atenção de pessoas que passavam por perto. A suspeita é que a atitude fez com que os criminosos desistissem de levar o veículo. A dupla fugiu a pé e com o celular de Melendez.
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