O estudante Fernando Rippel Ferreira, de 16 anos, nunca viu o ídolo Ayrton Senna da Silva competir “ao vivo e a cores”. Quando ele nasceu, Senna já havia morrido há cerca de 14 anos, após o trágico acidente na curva Tamburello, durante o GP de Ímola, na Itália, no dia 1º de maio de 1994. Ser de uma geração que não viu o piloto conquistar vitórias e alardear para o mundo o orgulho de ser brasileiro, não impediu o jovem morador de Portão de se apaixonar pela história do tricampeão mundial de Fórmula 1. Hoje, ele se tornou um verdadeiro fã, coleciona objetos, pesquisa a fundo tudo o que é relacionado ao esporte e ao esportista. De memória, sabe responder perguntas bem específicas sobre automobilismo, Senna, as equipes nas quais pilotou, corridas memoráveis que venceu e as atitudes esportivas e sociais que teve.
“Soube sobre ele (Ayrton Senna) via redes sociais. Passei a admirar tudo o que ele fez. Assisti vídeos, pesquisei sobre a sua vida, a sua morte. Pode fazer qualquer pergunta, que eu sei responder tudo sobre o Ayrton Senna”, conta.
Fernando foi além. Mandou confeccionar réplicas de itens usados por Senna ao longo de sua trajetória nas pistas, como o capacete, o macacão e o boné. Fernando transparece a sua idolatria sem medo e vai até a escola “fardado” como Senna, carregando uma bandeira do Brasil amarrada junto ao pescoço, como se fosse a capa de um super-herói. Senna não tinha super-poderes, mas certamente é um herói nacional e um ídolo de projeção mundial.
Na última quinta-feira (15), o estudante foi até a Escola Estadual de Ensino Médio 9 de Outubro, na cidade de Portão, onde estuda, com o traje semelhante ao que o seu ídolo vestia quando competia pela equipe McLaren. Fernando conversou com seus colegas e expôs lições que o campeão das pistas deixou para todos, inclusive para aqueles que nasceram depois da sua morte.
Os planos do jovem são fundar um fã clube, conhecer o Instituto Ayrton Senna e visitar outras escolas e instituições para levar a sua mensagem inspiradora para crianças, adolescentes, adultos e idosos.
O rapaz sorri, se emociona e demonstra toda a sua alegria em poder compartilhar o seu conhecimento com quem quer que seja. Para ele, o que importa é levar adiante as mensagens positivas e o ensinamentos que o seu ídolo deixou em vida. “Gostaria muito que vocês compreendessem isso”, reforçou durante a sua fala para os demais colegas.
Fernando se coloca à disposição para receber convites de quem deseja auxiliá-lo a “espalhar” as lições inspiradoras. “Podem me enviar mensagem”, avisa. O contato pode ser feito via perfil fernando_rippel na rede social Instagram.
Ídolo e fã
“A paixão do Fernando é um exemplo. E esse momento dele poder falar com a turma, de ser tema de uma reportagem, é a prova de que nós podemos correr atrás de nossos sonhos”, destaca a professora Letícia Silveira, que dá aulas na disciplina de Educação Física.
“Gostaríamos de levar o Fernando também na Escola Ayrton Senna, em Novo Hamburgo, pois tem tudo a ver com o tema”, comenta a também professora Shirley Tamiozzo, de Artes.
A professora Renata Silveira também foi até a sala para acompanhar o aluno e parabenizá-lo pela iniciativa.
Colegas acompanharam atentamente os relatos sobre os desafios que Senna literalmente ultrapassou nas pistas, quando parecia impossível vencer. As histórias sobre o espírito esportivo que o campeão demonstrava, o sentimento de patriotismo, a obstinação de superar qualquer adversidade, mas também o lado humano, o cidadão por trás do ídolo, os projetos sociais que foram criados com o seu nome, a sua marca.
Planos para o futuro
Fernando curte tudo o que é relacionado a automóveis. “Eu piloto kart como lazer, mas também gosto de veículos antigos”, admite. Ele ainda não definiu a profissão que pretende seguir, mas cita algumas áreas de interesse como mecânica, pilotagem, vendas e comunicação. “O Senna também era um empresário e tinha muita visão. Ele foi o responsável pela vinda da Audi para o Brasil. Também lançou produtos. Então eu posso talvez ser youtuber, ou vendedor, quem sabe mecânico. Existem muitas possibilidades”, diz.
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