RODOVIA DO PARQUE

Extensão da BR-448 até Portão vai custar R$ 1,67 bilhão

Valor foi informado durante Seminário de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana do Rio Grande do Sul, realizado nesta sexta, na Unisinos

Publicado em: 24/03/2023 16:19
Última atualização: 26/02/2024 09:26

A extensão da BR-448 de Sapucaia do Sul até Portão vai custar aos cofres federais R$ 1,67 bilhão. A informação foi trazida pelo superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hiratan Pinheiro da Silva, no Seminário de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana do Rio Grande do Sul, realizado nesta sexta-feira (24), na Unisinos, em São Leopoldo. O evento reuniu autoridades federais, estaduais e municipais, além de lideranças empresariais de todo o Estado, sendo a BR-448 o assunto de encerramento do encontro.

O consórcio Magna e Enecon, vencedor da licitação de R$ 6,3 milhões, já trabalha na elaboração dos estudos e projetos básicos de engenharia para a obra. Serão 18,7 quilômetros de pista dupla, ligando a rodovia federal até o entroncamento com a RS-240, em Portão. O estudo foi contratado em fevereiro desde ano e deve ficar pronto em janeiro de 2024. Estima-se que a rodovia receba 40 mil veículos diariamente.

Ligações previstas para a extensão da BR-448 até Portão Foto: Reprodução/Dnit
De Sapucaia do Sul até Portão estão previstas cinco interseções: uma saída para Esteio, ligação com Nova Santa Rita (Estrada Itapuí) e mais três em Portão, sendo a última no entroncamento com a RS-240, no cruzamento com a Rua Portão, via que segue para Estância Velha. Ainda há previsão de construção de uma ponte sobre o Rio dos Sinos, que ficará em meio a um trecho da rodovia em elevada. A extensão dessa obra sobre a várzea do rio terá quase quatro quilômetros, evitando o barramento de águas e interferências ambientais.Conforme Hiratan, a decisão de construir mais elevadas aumenta consideravelmente o custo da rodovia. No entanto, há um ganho ambiental importante e menos interferências com terraplanagens.

Do custo estimado de R$ 1,67 bilhão, R$ 10 milhões são para projetos, R$ 1,54 bilhão para a execução das obras, R$ 77 milhões para supervisão, R$ 31 milhões destinados à gestão ambiental e R$ 11,8 milhões para desapropriações.

“Essa rodovia tem um padrão de velocidade maior que a BR-116, com os acessos em dois níveis”, descreveu o superintendente. De acordo com ele, será uma estrada com traçado confortável de dirigir com características semelhantes à BR-290 (free way), já que não são previstas obras de urbanização nos arredores.

Projeção de como será a ligação entre a BR-448 e a RS-240, em Portão Foto: Reprodução/Dnit

Prazo para conclusão

Levando em conta o período de um ano para realização dos projetos executivos e mais os três anos previstos para a realização das obras, o prolongamento da BR-448 estaria pronto em 2027. No entanto, Pinheiro alerta que ainda não se sabe quanto tempo levará e qual será a complexidade do licenciamento ambiental. A BR-448 fica localizada em área protegida da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, repleta de banhados.

Na primeira etapa da BR-448, com extensão de 22 quilômetros e inaugurada em 2013, quem emitiu o documento foi a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), órgão que deverá ser acionado novamente.

Quando começar, deve continuar

Representante da Câmara dos Deputados no evento, o deputado Lucas Redecker preside a Frente Parlamentar em Defesa da Extensão da BR-448, instalada em 2019. De acordo com ele, a diretoria-geral do Dnit, em Brasília, garantiu nesta semana a continuação das obras da Rodovia do Parque.

“Quando terminar o projeto, no ano que vem, já será realizada a licitação”, declarou Redecker. Em 2021, a extensão da BR-448 recebeu da bancada gaúcha R$ 5,8 milhões em emendas, recurso que integrou o orçamento do Dnit para a realização do projeto executivo.

Extensão até Caxias

Trajeto completo para o traçado futuro da Br-448 até a Serra Foto: Reprodução/Dnit
Ainda em fase de planejamento, há a extensão da BR-448, do entroncamento com a RS-240 até Caxias do Sul, com 82,6 quilômetros e tráfego projetado de 23 mil veículos por dia. Neste momento, o Dnit tem a aprovação para realizar o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA).

“Este é um empreendimento bem superior, cerca de R$ 8 bilhões, com proporção de obras maiores e custos mais altos”, disse Pinheiro.

Mas o superintendente salientou que é preciso planejar, mesmo sabendo que obras públicas são reguladas pela disponibilidade de recursos. Ele citou como exemplo as melhorias da BR-116, no bairro Scharlau, em São Leopoldo, que tiveram início em 2005 e serão executadas em 2023, 18 anos depois.

O presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Celestino Loro, que foi painelista, defendeu a continuidade dos estudos e a construção até Caxias. “Aqui é uma oportunidade de construir consenso. Levo comigo o desafio de provocar a Serra”, disse. Ele citou o caso da construção da Rota do Sol, que levou 70 anos até que a via estivesse concluída, com municípios que passaram a se desenvolver devido à melhoria na infraestrutura.

BR-448 trouxe desenvolvimento

Rodrigo Batistella, prefeito de Nova Santa Rita e presidente da Granpal, foi enfático ao descrever os benefícios que a construção da BR-448 trouxe à cidade. “Somos a cidade que mais cresce, com maior PIB per capita da região metropolitana e maior e mais completo polo logístico do Estado”, ressaltou.

Para ele, não há dúvidas de que investir em infraestrutura é o caminho para promover o desenvolvimento. Batistella ainda sugeriu a criação de um comitê a partir do seminário e pediu mais atenção ao transporte coletivo, fundamental para melhorar a mobilidade da população.

Já o deputado estadual Pepe Vargas declarou que é preciso manter a mobilização, de modo que não aconteça o que se viu nos últimos anos, com obras a “conta gotas” nas rodovias federais.

Kiko Hoff, prefeito de Portão, solicitou que o Dnit dê atenção às demandas do município. Entre as sugestões trazidas, está a a solicitação de mais ligações com vias do interior, a fim de estimular o desenvolvimento dessas comunidades.

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