NEGÓCIOS
Exportações da indústria crescem 6,4% em São Leopoldo
Empresas leopoldenses faturaram 588,65 milhões de dólares com as vendas internacionais no ano passado
Última atualização: 22/01/2024 11:45
O volume de vendas para além das fronteiras é um dos importantes dados positivos do ano que se encerrou e serve de reforço fundamental para os movimentos iniciais de 2023. As exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul apresentaram um crescimento de 21,7% em 2022 comparativamente ao ano anterior, o que representa US$ 3,05 bilhões a mais. Balanço divulgado na última semana. Apesar de não tão alto, São Leopoldo acompanhou esse avanço.
Conforme a Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL), a partir de informações divulgadas pelo Ministério da Economia, o Município registrou em 2022 um aumento de 6,4% no faturamento com as vendas internacionais, com US$ 588,65 milhões.
Em São Leopoldo, as exportações foram marcadas por produtos procedentes do setor metalmecânico, evidenciando a força dos manufaturados com maior valor agregado. Segundo a Acist-SL, este dado aponta que São Leopoldo participou com 2,8% do total exportado pelo Rio Grande do Sul. A balança comercial, por sua vez, ficou em US$ 113,89 milhões, pois importou o equivalente a US$ 474,75 milhões.
Consolidação
Na avaliação de Marcelo Mariani, vice-presidente de Indústria da Acist-SL, os dados apontam que São Leopoldo consolida sua posição como fabricante de manufaturados de alto valor agregado desenvolvido por empresas que investem em tecnologia e inovação. Os principais produtos embarcados pelas indústrias leopoldenses foram armas de fogo e aparelhos semelhantes, com 27% do total, seguido por ferramentas pneumáticas, com 23%, partes reconhecíveis como destinadas a motores e aparelhos mecânicos para projetar, dispersar ou pulverizar, com 5,4%.
Ainda segundo a equipe econômica da Acist-SL, couro e peles também tiveram desempenho positivo, com 3,4% de participação ( US$ 19,8 milhões) sobre o total exportado por São Leopoldo em 2022. "Podemos ampliar ainda mais este potencial. Para isto, é necessário que tenhamos uma política de Estado que privilegie a industrialização, com investimentos fortes em qualificação da mão de obra, redução tributária e suporte para a internacionalização", aponta Mariani.
Acompanhamento da política de Estado para as exportações
São Leopoldo, a partir de detalhamento da Acist-SL, exportou para vários lugares do mundo em 2022. Porém, os Estados Unidos foram o destino principal dos manufaturados produzidos em solo leopoldense, detendo 43,5% do total faturado, representando US$ 256 milhões. A China foi o segundo maior comprador, com 4,95%. A Argentina contribuiu com 3,37%. São Leopoldo também exporta para Alemanha, Colômbia, México, Hong Kong, Peru, Bolívia e Uruguai, entre outros.
O bom desempenho é fator fundamental na balança comercial e os dados positivos devem ser comemorados. Mas para Mariani, é importante realizar um acompanhamento da política de Estado do novo governo para o setor. No entendimento dele, ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre como será o comportamento neste ano de 2023.
Elevação dos preços das exportações
De acordo com dados organizados pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em uma avaliação geral do Estado, o aumento nas exportações, com as vendas externas apresentando um avanço de 21,7%, se deve, preponderantemente, à elevação dos preços dos produtos exportados (+12,9%), que apresentaram variação acima da quantidade exportada (+7,7%). De acordo com o balanço das exportações do RS apresentado pela federação, comparando-se especificamente com o período pré-pandemia (2019), houve um crescimento de 37,4% nas vendas externas.
Ainda conforme o levantamento, as quantidades exportadas, de lá para cá, aumentaram em 11,3%, enquanto os preços cresceram 23%. A equipe da Fiergs reforça que 16 dos 23 setores da economia gaúcha aumentaram as vendas externas, sendo que 20 setores superaram o nível pré-pandemia em 2022. Para se ter uma ideia do desempenho, apenas no mês de dezembro, por exemplo, as exportações da indústria de transformação gaúcha somaram US$ 1,46 bilhão, alta de 2,2% frente ao mesmo mês do ano anterior.
Alta no mercado mundial
O setor que mais se destacou, no acumulado do ano, de acordo com dados da equipe da Fiergs, comparado ao mesmo período de 2021, foi o de alimentos (+US$ 1,32 bilhão, alta de 29,1%), tendo Índia (+US$ 294,7 milhões), Espanha (+US$ 272,9 milhões) e Vietnã (+US$ 46,2 milhões) como destinos com maiores aumentos no ano. A exportação de óleo de soja bruto, principal produto demandado pelo mercado indiano, apresentou avanço de US$ 340,9 milhões no período. Quanto às demandas de Espanha e Vietnã, o principal produto demandado ficou por conta de Farelo de soja (+US$ 168,1 milhões e +US$ 98,6 milhões, respectivamente).
A explicação principal para o incremento na demanda por farelo de soja foi estiagem que atingiu a Espanha em julho de 2022 - essa foi a maior seca em 1.200 anos no país ibérico. “O bom resultado do ano reflete principalmente o aumento dos preços dos produtos, movimento influenciado pelo crescimento da economia mundial no ano passado. Para 2023 ainda temos algumas incertezas, em especial por conta da expectativa de desaceleração da atividade econômica global, como resposta ao aumento dos juros internacionais”, ressalta o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Ênfase na área de tecnologia e inovação
O ano também iniciou com mobilização justamente na área de tecnologia e inovação. O primeiro encontro de 2023 da Governança do Tecnosinos aconteceu na última semana, reunindo representantes da Unisinos, Prefeitura de São Leopoldo e Acist-SL, que formam a tríplice hélice na tomada de decisões do Parque Tecnológico. Oportunidade de discutir os principais projetos para 2023, que foram apresentados pelo gestor do Tecnosinos e diretor da Unitec, Silvio Bittencourt, como a realização do Censo Tecnosinos.
Trata-se de um levantamento que está em processo de apuração dos dados das empresas do parque. Os resultados da pesquisa serão essenciais para a definição de novas estratégias, além de trazer transparência na comunicação das informações. O evento contou ainda com o vicepresidente de Tecnologia da Acist-SL, Daniel Klafke; o reitor da Unisinos, padre Sérgio Mariucci; e o prefeito Ary Vanazzi.
Balança comercial apresenta superávit no País
Na outra ponta, o Estado importou US$ 15,7 bilhões em produtos. Segundo a Fiergs, incremento de US$ 4,01 bilhões nas importações de 2022. A principal origem dos produtos importados foram Estados Unidos, Argentina e Rússia. Com relação aos setores, houve incremento nas importações de extração de petróleo e gás, químicos e derivados do petróleo e biocombustíveis. A maior parte dos aumentos das importações está relacionada a combustíveis. No Brasil, o valor exportado em 2022 cresceu 19,1% e o valor importado foi 24,3% maior do que o registrado em 2021. O superávit do país fechou em US$ 61,8 bilhões, superior aos US$ 61,4 bilhões de 2021.
O volume de vendas para além das fronteiras é um dos importantes dados positivos do ano que se encerrou e serve de reforço fundamental para os movimentos iniciais de 2023. As exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul apresentaram um crescimento de 21,7% em 2022 comparativamente ao ano anterior, o que representa US$ 3,05 bilhões a mais. Balanço divulgado na última semana. Apesar de não tão alto, São Leopoldo acompanhou esse avanço.
Conforme a Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL), a partir de informações divulgadas pelo Ministério da Economia, o Município registrou em 2022 um aumento de 6,4% no faturamento com as vendas internacionais, com US$ 588,65 milhões.
Em São Leopoldo, as exportações foram marcadas por produtos procedentes do setor metalmecânico, evidenciando a força dos manufaturados com maior valor agregado. Segundo a Acist-SL, este dado aponta que São Leopoldo participou com 2,8% do total exportado pelo Rio Grande do Sul. A balança comercial, por sua vez, ficou em US$ 113,89 milhões, pois importou o equivalente a US$ 474,75 milhões.
Consolidação
Na avaliação de Marcelo Mariani, vice-presidente de Indústria da Acist-SL, os dados apontam que São Leopoldo consolida sua posição como fabricante de manufaturados de alto valor agregado desenvolvido por empresas que investem em tecnologia e inovação. Os principais produtos embarcados pelas indústrias leopoldenses foram armas de fogo e aparelhos semelhantes, com 27% do total, seguido por ferramentas pneumáticas, com 23%, partes reconhecíveis como destinadas a motores e aparelhos mecânicos para projetar, dispersar ou pulverizar, com 5,4%.
Ainda segundo a equipe econômica da Acist-SL, couro e peles também tiveram desempenho positivo, com 3,4% de participação ( US$ 19,8 milhões) sobre o total exportado por São Leopoldo em 2022. "Podemos ampliar ainda mais este potencial. Para isto, é necessário que tenhamos uma política de Estado que privilegie a industrialização, com investimentos fortes em qualificação da mão de obra, redução tributária e suporte para a internacionalização", aponta Mariani.
Acompanhamento da política de Estado para as exportações
São Leopoldo, a partir de detalhamento da Acist-SL, exportou para vários lugares do mundo em 2022. Porém, os Estados Unidos foram o destino principal dos manufaturados produzidos em solo leopoldense, detendo 43,5% do total faturado, representando US$ 256 milhões. A China foi o segundo maior comprador, com 4,95%. A Argentina contribuiu com 3,37%. São Leopoldo também exporta para Alemanha, Colômbia, México, Hong Kong, Peru, Bolívia e Uruguai, entre outros.
O bom desempenho é fator fundamental na balança comercial e os dados positivos devem ser comemorados. Mas para Mariani, é importante realizar um acompanhamento da política de Estado do novo governo para o setor. No entendimento dele, ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre como será o comportamento neste ano de 2023.
Elevação dos preços das exportações
De acordo com dados organizados pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em uma avaliação geral do Estado, o aumento nas exportações, com as vendas externas apresentando um avanço de 21,7%, se deve, preponderantemente, à elevação dos preços dos produtos exportados (+12,9%), que apresentaram variação acima da quantidade exportada (+7,7%). De acordo com o balanço das exportações do RS apresentado pela federação, comparando-se especificamente com o período pré-pandemia (2019), houve um crescimento de 37,4% nas vendas externas.
Ainda conforme o levantamento, as quantidades exportadas, de lá para cá, aumentaram em 11,3%, enquanto os preços cresceram 23%. A equipe da Fiergs reforça que 16 dos 23 setores da economia gaúcha aumentaram as vendas externas, sendo que 20 setores superaram o nível pré-pandemia em 2022. Para se ter uma ideia do desempenho, apenas no mês de dezembro, por exemplo, as exportações da indústria de transformação gaúcha somaram US$ 1,46 bilhão, alta de 2,2% frente ao mesmo mês do ano anterior.
Alta no mercado mundial
O setor que mais se destacou, no acumulado do ano, de acordo com dados da equipe da Fiergs, comparado ao mesmo período de 2021, foi o de alimentos (+US$ 1,32 bilhão, alta de 29,1%), tendo Índia (+US$ 294,7 milhões), Espanha (+US$ 272,9 milhões) e Vietnã (+US$ 46,2 milhões) como destinos com maiores aumentos no ano. A exportação de óleo de soja bruto, principal produto demandado pelo mercado indiano, apresentou avanço de US$ 340,9 milhões no período. Quanto às demandas de Espanha e Vietnã, o principal produto demandado ficou por conta de Farelo de soja (+US$ 168,1 milhões e +US$ 98,6 milhões, respectivamente).
A explicação principal para o incremento na demanda por farelo de soja foi estiagem que atingiu a Espanha em julho de 2022 - essa foi a maior seca em 1.200 anos no país ibérico. “O bom resultado do ano reflete principalmente o aumento dos preços dos produtos, movimento influenciado pelo crescimento da economia mundial no ano passado. Para 2023 ainda temos algumas incertezas, em especial por conta da expectativa de desaceleração da atividade econômica global, como resposta ao aumento dos juros internacionais”, ressalta o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Ênfase na área de tecnologia e inovação
O ano também iniciou com mobilização justamente na área de tecnologia e inovação. O primeiro encontro de 2023 da Governança do Tecnosinos aconteceu na última semana, reunindo representantes da Unisinos, Prefeitura de São Leopoldo e Acist-SL, que formam a tríplice hélice na tomada de decisões do Parque Tecnológico. Oportunidade de discutir os principais projetos para 2023, que foram apresentados pelo gestor do Tecnosinos e diretor da Unitec, Silvio Bittencourt, como a realização do Censo Tecnosinos.
Trata-se de um levantamento que está em processo de apuração dos dados das empresas do parque. Os resultados da pesquisa serão essenciais para a definição de novas estratégias, além de trazer transparência na comunicação das informações. O evento contou ainda com o vicepresidente de Tecnologia da Acist-SL, Daniel Klafke; o reitor da Unisinos, padre Sérgio Mariucci; e o prefeito Ary Vanazzi.
Balança comercial apresenta superávit no País
Na outra ponta, o Estado importou US$ 15,7 bilhões em produtos. Segundo a Fiergs, incremento de US$ 4,01 bilhões nas importações de 2022. A principal origem dos produtos importados foram Estados Unidos, Argentina e Rússia. Com relação aos setores, houve incremento nas importações de extração de petróleo e gás, químicos e derivados do petróleo e biocombustíveis. A maior parte dos aumentos das importações está relacionada a combustíveis. No Brasil, o valor exportado em 2022 cresceu 19,1% e o valor importado foi 24,3% maior do que o registrado em 2021. O superávit do país fechou em US$ 61,8 bilhões, superior aos US$ 61,4 bilhões de 2021.