A 47ª Expointer – chamada de edição da superação, por ocorrer depois da enchente que atingiu severamente, inclusive, o Parque de Exposições Assis Brasil – fechou com recorde no número de negócios. Foram mais de R$ 8,1 bilhões em vendas durante os nove dias de evento, ultrapassando os R$ 7,9 bilhões do último ano – um aumento de 1,41% em relação a 2023. O dado foi divulgado pelo Governo do Estado, em entrevista coletiva na tarde deste domingo (1º), último dia de feira.
“A Expointer certamente superou a expectativa, pois fez todos sorrirem, se recuperarem, renovarem seus espíritos”, iniciou o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kunh, antes de detalhar os números desta edição.
Alguns números
Dentro do total, os negócios fechados no setor de máquinas e implementos agrícolas novamente foram destaque, com mais de R$ 7,3 bilhões em comercialização, o que representa 0,57% a mais do que no ano passado. Outro destaque, ficou por conta da venda de animais, que atingiu quase R$ 19 milhões: mais de 48% acima da última edição.
O setor automobilístico teve aumento de 25% no volume de vendas, ficando com mais de R$ 592 milhões. O artesanato restou com 7,35% acima do registrado em 2023, com R$ 1,5 milhão.
Dois pontos, porém, fecharam negativos. O comércio teve queda de quase 15% em comparação a edição passada. E os insumos, integrados ao sistema cooperativo, fecharam com R$ 36,7 milhões, caindo 57% em comparação à feira de 2023.
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Novo recorde na Agricultura Familiar
No Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF), que teve 413 expositores – o maior número até então –, um novo recorde foi alcançado. No total, foram R$ 10,8 milhões em vendas, chegando a 25,44% a mais do que o observado em 2023.
“Estamos muito felizes, realizados, por estarmos fechando uma feira de superação, extraordinária, porque cada cidadão gaúcho que veio aqui, certamente voltou pra casa sabendo que o Rio Grande do Sul é muito forte e teve muita resiliência”, disse Kuhn.
Movimentação econômica
Presente na divulgação dos dados, o governador do Estado, Eduardo Leite exaltou o resultado da 47ª Expointer. “Os números que aqui foram apresentados, por si só demonstram a importância da realização desta feira. Quando a gente está falando desses números, a gente está falando de movimentação econômica, que reflete em emprego e renda pra nossa população”, destacou, agradecendo aos copromotores e parceiros engajados na organização do evento.
“A Expointer demonstra a capacidade do nosso povo, de nos reunirmos todos aqui, de tantos lugares do estado, de tantas frentes, de tantas áreas, e neste Parque de Exposições Assim Brasil, demonstra a sua capacidade de superação”, reiterou.
A próxima edição da Expointer já tem data definida: será de 30 de agosto a 7 de setembro de 2025.
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Visitantes aproveitaram o último dia
O domingo de tempo firme levou milhares de visitantes ao Parque Assis Brasil, no último dia de Expointer.
Além dos ótimos números em vendas, os pavilhões de máquinas e implementos agrícolas foram alguns dos mais procurados pelos frequentadores. O pequeno Anthony, de 2 anos e 10 meses, chamava a família para tirar fotos com ele, enquanto brincava de “pilotar” um trator. “Ele adora máquinas”, contou a mãe, Jéssica Campos, 28 anos. Moradores de Sapucaia do Sul, Jéssica e o filho resolveram visitar o parque neste domingo, junto com a mãe dela, Quenedi da Silva Machado, 53, e o irmão, Luan Carlos, 17, a pedido de Anthony. “Ele queria ver os bichos também. Ele pediu a semana toda que queria ver os bichos”, comentou Jéssica. “Está bonita a feira e bem movimentada. Até nos perdemos no Pavilhão da Agricultura Familiar”, brincou Quenedi.
“Resolvemos arriscar e deu certo”
Pela quantidade de vendas e movimentação desta Expointer, alguns estandes no PAF já estavam fechados na tarde deste domingo. Em outros, a oferta de produtos já era pequena. Caso do espaço da Embutidos Alves, representada pela empreendedora Josiane Martins Quintana, 41 anos, que estava pela primeira vez na feira. “Nossa expectativa era só vim e tentar. O resto já era lucro. Mas eu achei bom, foi mais do que pensei que seria. Porque com essa questão da enchente, a gente achou que estaria fraca a Expointer”, comentou.
Josiane conta que chegou à feira “carregada” de produtos, trazendo cerca de mil peças de salames e linguiças, entre outros. “Agora não tenho 50 peças expostas aqui”, disse, já mostrando vontade de voltar ao pavilhão no ano que vem. “Por mim, eu venho sim. Eu nunca esperava participar. Nós somos de Canguçu, nunca pensei que um dia chegaríamos aqui e a gente chegou. O máximo que participamos foi da Fenadoce (em Pelotas). Esse ano, resolvemos arriscar e deu certo.”
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