abc+

RECONHECIMENTO

EXPOINTER 2024: Conheça a história e a importância das rosetas dos animais premiados na feira

Os adereços adornam os animais vencedores e representam muito mais que um símbolo ou um título

ico ABCMais.com azul
Publicado em: 30/08/2024 às 16h:30 Última atualização: 30/08/2024 às 17h:03
Publicidade

As rosetas da Expointer, ou escarapelas de premiação, foram criadas na década de 1950, pelo veterinário e jornalista Caio Poester, responsável pelo setor de informação e fomento da Secretaria de Agricultura da época.

Trazem as cores da bandeira do Rio Grande do Sul mescladas com branco, violeta e azul, que representam o arco-íris. Quanto mais importante o prêmio, mais cores compõem a roseta. Os adereços adornam os animais vencedores que disputam por categorias, campeonatos e, por fim, concorrem ao título de grande campeão. Os animais podem ter mais de uma premiação.

Rosetas foram criadas na década de 1950 e adornam os grandes campeões da Expointer | abc+



Rosetas foram criadas na década de 1950 e adornam os grandes campeões da Expointer

Foto: Judy Wroblewski/agência Jardine Comunicação

As rosetas representam um símbolo de vitória na Expointer, uma recompensa pelo trabalho árduo e pelo investimento do agropecuarista, mas também geram valorização e oportunidades de grandes negócios.

“São os prêmios dos melhores animais para o produtor. Ganhar uma roseta de grande campeão significa multiplicar o valor deste animal e da genética da cabanha. Aqui está se escolhendo os melhores exemplares da genética do nosso país ou até mesmo do mundo, de acordo com algumas raças”, explica Pablo Charão, comissário geral da Expointer, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

“O produtor traz os animais aqui não só para participar do julgamento, mas para que tenha sua genética exposta para que o pessoal conheça e possa fazer futuros negócios. Porém, o impacto de uma roseta de grande campeão impacta em duas a três vezes no valor do animal”, complementa Charão.

Paulo Roberto Pavin, proprietário da Estância Renascer, e os filhos Leonardo e Paulo Roberto, com Grande Campeão Brangus | abc+



Paulo Roberto Pavin, proprietário da Estância Renascer, e os filhos Leonardo e Paulo Roberto, com Grande Campeão Brangus

Foto: Rodrigo Martins/Seapi

Genética é a “chave do negócio”

Flávio Humberto Tusinho, 71, agricultor e pecuarista, da cabanha Nova Esperança, de Glorinha, foi laureado grande campeão adulto na raça Pardo Brasil, com o touro Brusque. Para Tusinho, a genética é a chave do negócio.

“Em 1991, eu comecei a criar o Pardo Suíço, mas, de 2014 para cá, comecei a trabalhar nesta nova raça que cruza sangue do zebu (Pardo Brasil). Este touro (Brusque) está com 2 anos e meio e pesa mil quilos. É um animal de ponta, de alta genética. E pode gerar negócios até em coleta de sêmen. Digamos: um animal de R$ 10 mil chega a R$ 20 mil, R$ 30 mil. Essa premiação mostra que eu estou no caminho, certo, né?”, se alegra Tusinho.

Paulo Roberto Pavin, 62, proprietário da Estância Renascer, da Barra do Quaraí, estava vibrante com a vitória do touro Milei, como grande campeão da raça Red Brangus, com 2 anos e 800 quilos.

“A grande vitória é da raça Brangus. Este é um processo seletivo que é extremamente importante para toda pecuária nacional. Esse indivíduo (Milei) traz toda essa melhoria genética. Tem aval do título para que se possa reproduzir ele através do sêmen. Isso, a roseta da Expointer agrega”, afirma Pavin.

Já o filho do produtor, o médico veterinário Leonardo Pavin 35, é diretor comercial da empresa de biotecnologia, Renascer, de Uruguaiana, uma das 20 centrais de inseminação artificial que atuam no Brasil. Ele conta que a roseta mais que duplicou tanto o valor do animal de Milei, quanto do sêmen do touro. “As doses dele, comercializamos aqui nos três primeiros dias da Expointer por 35 reais. As doses pós-premiação chegaram a 78 reais”, diz Leonardo.

“Mas mais importante do que a premiação, é ver as pessoas comprando. O Rio Grande do Sul passando por estas coisas horríveis que aconteceram (por conta das enchentes de maio), a gente está aqui numa Expointer lotada. O cliente está vindo”, pondera o diretor comercial.

A confecção das rosetas

A fabricação das rosetas que desfilam com os grandes campeões da Expointer é feita por uma empresa familiar, a Eco Arte, de Triunfo . Wilson Kuhn Garcia, o Júnior, 42, ao lado da esposa, Solange Abreu, 40, e do irmão, Leandro Garcia, toca os negócios da família, atendendo à demanda da Seapi e da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) para entregar o material para a feira.

“Aqui trabalham um total de dez pessoas. Seis na fabricação dos troféus, pastas e medalhas, e quatro, na parte das rosetas. Começamos esta parte, em 2017. Trabalham aqui o pessoal da família e alguns funcionários. E, graças a Deus, a gente vai expandindo o mercado”, avalia Júnior.

Um animal pode conquistar mais de uma roseta

As rosetas vão adornar os animais vencedores, que primeiro participam de disputas por categorias, depois dos campeonatos e, por fim, concorrem ao título de grande campeão. Ou seja, um animal pode ter mais de uma premiação.

Os prêmios vão se acumulando. Primeiro se ganha a roseta de melhor animal, com uma cor, depois vem a de duas cores, de campeão. A partir de uma tabela de categorias publicada no regulamento da Expointer, todos os animais que têm a roseta verde e vermelha disputam o grande campeonato, para escolher o melhor animal. O grande campeão ou campeã recebe a roseta com as três cores da bandeira do Rio Grande do Sul.

Para chegar aos ganhadores das rosetas, são analisados diversos critérios nos julgamentos, como o sistema reprodutor feminino e masculino, o aprumo, o tamanho e a caminhada, de maneira a definir os Grandes Campeões de cada raça.

O reconhecimento dos jurados e de técnicos capacitados para fazer a classificação confere um atestado de qualidade para a cabanha, que se soma aos demais atestados que os animais têm (sanitários, reprodutivos e de avaliação genética) para atribuir maior valor.

Rosetas do grande campeonato | abc+



Rosetas do grande campeonato

Foto: Fernando Dias/Divulgação

Identificação das rosetas e suas cores

Grande campeão: Verde, vermelho e amarelo
Reservado de grande campeão: Vermelho, violeta e branco
3º melhor animal no Grande Campeonato: Amarelo, violeta e branco
4º melhor animal: Azul, violeta e branco
Campeão de categorias: Verde e vermelho
Reservado de campeão de categorias: Vermelho e violeta
3º melhor animal no campeonato: Amarelo e violeta
4º melhor animal no campeonato: Azul e violeta
1º prêmio na categoria: Verde
2º prêmio na categoria: Vermelho
3º prêmio na categoria: Amarelo
4º prêmio na categoria: Azul
5º prêmio na categoria: Violeta
Menção Honrosa: Branco

Outras rosetas

Melhor exemplar da raça: Branco, verde, amarelo e vermelho
Prêmio especial 1: Branco, verde e amarelo
Prêmio especial 2: Branco, verde e vermelho
Prêmio especial 3: Branco, vermelho e azul
Prêmio especial 4: Branco e amarelo
Prêmio especial 5: Vermelho e branco
Prêmio especial 6: Branco e vermelho
Prêmio especial 7: Verde e branco
Prêmio conjunto: Amarelo e branco

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade