Interessados na cultura japonesa terão duas oportunidades para assistir o documentário “Furusato: um lugar para voltar” em eventos especiais antes da divulgação em plataformas digitais. A primeira é nesta quinta-feira (19), na Câmara de Vereadores de Ivoti, com duas sessões: às 16h30 e às 18h. A segunda é no sábado (21), no Kaikan, Salão Social da Colônia Japonesa, na Rua Sakura, 1028, às 19h. A entrada é totalmente gratuita em ambas as exibições.
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Possibilitada por recursos via Lei Paulo Gustavo, a produção possui cerca de meia hora de duração e é um estudo sobre a vida dos imigrantes japoneses e seus descendentes que vivem na Colônia Japonesa de Ivoti, além de um resgate da ancestralidade e preservação de memórias.
O documentário é um projeto da Associação Cultural Esportiva Nipo Brasileira e demais membros, o qual foi contemplado com R$ 45 mil. Ao total, foram 22 entrevistas com imigrantes descendentes de japoneses, que compartilharam suas trajetórias e a beleza cultural enraizada em Ivoti. O local de gravação escolhido foi a Feira da Colônia Japonesa, que ocorre sempre nos últimos domingos de cada mês, e reúne um pouco da gastronomia e cultura japonesa.
Na terça-feira (17), ocorreu a cerimônia de estreia do documentário, na Sede da Associação Cultural e Esportiva Nipo Brasileira de Ivoti. Segundo o sociólogo e produtor cultural Marco Ushida, a exibição contou com a participação de cerca de 70 convidados, entre jornalistas, participantes e familiares. E as reações dos presentes foram gratificantes.
“Pelos seus semblantes, ficaram muito felizes ao assistirem suas narrativas no documentário finalizado. Uma das protagonistas, a Sra. Neshiba (81), foi a primeira a chegar e estava bem ansiosa para assistir o documentário”, destaca.
Além do sentimento de felicidade para os integrantes da produção e familiares, o curta-metragem documental cumpre com o objetivo de deixar um legado para as futuras gerações de descendentes de japoneses e estudiosos da cultura, “onde eles possam conhecer a história dos nossos antepassados que escolheram o Brasil, e em específico, o município de Ivoti no Rio Grande do Sul para fixarem suas residências”, comenta Marco.
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Experiência gratificante
Para Marco, produzir o documentário foi uma experiência gratificante, pois faz relembrar o sentimento que teve de quando fez a sua monografia acadêmica sobre a imigração japonesa no Rio Grande do Sul no final da década de 1990.
“E é esse sentimento que aflora, o de deixar esse rico material para futuros estudiosos e pesquisadores entenderem o porquê os japoneses se fixaram no município de Ivoti, conforme a narrativa de cada entrevistado. O curta será um elo entre o passado, o presente que eles vão estar vivendo e aquilo o que eles desejarem manter vivos em relação à cultura japonesa”, destaca.
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Origem do documentário
Um dos diretores de fotografia da produção, Alex Nakaóka, comenta que o nome do curta-metragem “Furusato” remete à ideia de que os japoneses sempre terão um lugar para voltar. “É tentar manter e divulgar as formas de relações da cultura japonesa, não só para descendentes, mas para não descendentes”, destaca Nakaóka. Com legendagem dupla em português e japonês, o documentário também possui linguagem em Libras.
Ainda segundo Nakaóka, que estuda a cultura japonesa há anos, a motivação para pesquisar a Colônia Japonesa durante o pós-doutorado surgiu através da família, especialmente da mãe. “Quando eu era criança, eu detestava ser japonês, não queria ser associado e não tinha orgulho. Mas fui crescendo e as coisas foram mudando, até que decidi buscar minha ancestralidade e comecei a pesquisar sobre a cultura”, explica.
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