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PARA SALVAR VIDAS

O que é preciso para fazer escritura para doação de órgãos; cidade da região se destaca

Das 2.489 escrituras feitas pelos tabelionatos gaúchos desde a campanha lançada em março deste ano, 246 atos foram lavrados na cidade do Vale do Paranhana

Susete Mello
Publicado em: 31/10/2023 às 05h:00 Última atualização: 31/10/2023 às 09h:54
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O movimento de tabelionatos do Rio Grande do Sul, que estimula pessoas a se tornarem doadoras de órgãos, por meio de escritura pública declaratória gratuita, tem chamado atenção em Três Coroas. O Tabelionato de Notas e Protestos destaca-se na região diante do trabalho realizado pela 1ª substituta do tabelião, a bacharel em Direito Simone Margareth Ferreira, 50 anos.

Ela, que já foi da corte da Oktoberfest de Igrejinha, onde mora, teve a iniciativa de movimentar segmentos da cidade a se engajar na campanha e a criar formas da comunidade abraçar a ideia com o mesmo objetivo: salvar vidas.

Tabelião Rui Pedro Selbach com Simone Margareth Ferreira e funcionários do Tabelionato de Três Coroas engajados na ação | Jornal NH



Tabelião Rui Pedro Selbach com Simone Margareth Ferreira e funcionários do Tabelionato de Três Coroas engajados na ação

Foto: Divulgação

Ela exemplifica que não há valor que pague o que ouviu de uma mulher viúva interessada em doar seus órgãos, depois de ter feito o mesmo quando seu único filho morreu. “Ela autorizou a doação dos órgãos do filho e se acalentava em saber que ele estava vivo em alguém. Por isso também quis deixar escrito a sua vontade”, contou Simone, exemplificando com uma das tantas histórias que chegam ao tabelionato.

Das 2.489 escrituras feitas pelos tabelionatos gaúchos desde a campanha lançada em março deste ano, 246 atos foram lavrados na cidade do Vale do Paranhana. Simone, inspirada no trabalho solidário do tabelião Rui Pedro Selbach e contando com o envolvimento de sua equipe de funcionários, das áreas de Notas e de Protestos e a faxineira, tem conquistado bons resultados.

O Tabelionato de Três Coroas respira campanha em prol da doação de órgãos. Há banners e faixas que relatam a importância dessa ação e servem de ponto para os doadores registrarem fotos. E tem mais. Mais de 1 mil corações em material injetado foram produzidos para distribuir aos doadores. De um lado do mimo, a mensagem é “Eu digo sim à vida” e do outro “Sou doador de órgãos”.

 Simone com os mimos confeccionados | Jornal NH



Simone com os mimos confeccionados

Foto: Divulgação

Com o empurrão dado por representantes do Colégio Notarial do Brasil – Rio Grande do Sul, a participação no Congresso Mercosul de Direito de Família e Sucessões, conhecimentos no 75º Congresso Anual de Notários do Rio Grande do Sul, participação no “Hospital na Comunidade” e na Jornada de Assessoramento Notarial de Portas Abertas – “Tabelião na Comunidade, Simone foi em busca de parcerias.

Prefeitura, hospital, empresários, promotor de Justiça e na Câmara de Vereadores. Em cada lugar que ia para disseminar a ideia, recebia apoio. “Acredito que um dos fatores fundamentais que me motivou a divulgar a Escritura Pública de manifestação de ser um doador de órgão foi seguir o exemplo do nosso tabelião, que exerce a função nesta comunidade há 55 anos e nunca poupou esforços para ajudar a todos”, resume.

Dicas

Para Simone, outros tabelionatos podem também ter bons resultados com a campanha. O importante é divulgar com empresários, hospitais, médicos. “Talvez mudar o conceito do ato gratuito e perceber que este ato traz muito retorno. As pessoas se sensibilizam com o tabelionato divulgando essa escritura e isso acaba refletindo em novos clientes, pois sempre é bom ressaltar que a escolha do tabelionato é livre ao cidadão” , salienta.

O que é necessário

Para lavrar a escritura é necessário expressar a vontade no Tabelionato. O interessado deve levar documento de identificação e ter mais de 18 anos.

“A declaração não obriga a família a doar os órgãos, porque a palavra final é da família, mas é um impulsionador importante. Afinal com o documento em cartório, o óbito é comunicado à central de transplantes que aborda a família a partir da vontade do signatário” , explica, acrescentando que cabe aos médicos avaliar a viabilidade do interessado ser um doador.

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