OPERAÇÃO ANAMNESE
Ex-prefeita de Estância Velha é denunciada à Justiça Federal
Ação é resultado de operação deflagrada em 2019 e que apontou fraudes na gestão da saúde municipal
Última atualização: 07/03/2024 16:14
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta segunda-feira (8) a ex-prefeita de Estância Velha Ivete Grade por diversos crimes. A denúncia é resultado das investigações da Operação Anamnese, deflagrada no dia 14 de maio de 2019, para investigar supostas fraudes na gestão da saúde municipal.
Além da ex-prefeita, que comandava o município na época da operação, foram indiciadas outras 12 pessoas, entre ex-servidores públicos e empresários. As investigações começaram com a Polícia Civil (PC) e Ministério Público Estadual (MP/RS).
Mas, de acordo com o procurador da República em Novo Hamburgo, Celso Tres, que apresentou a denúncia, como o caso envolvia verbas federais, acabou ficando sob a responsabilidade do MPF. As denúncias foram apresentados na 5ª Vara Federal de Novo Hamburgo.
Contraponto
Ivete se defende e afirma que "não existe nada" que a incrimina. "Somente no final do parecer, relatam que eu estava no exercício de minha função, que é assinar documentos que vem do departamento de licitação. Igual a função de todos os prefeitos."
Segundo a ex-prefeita, seu nome foi envolvido no caso devido a disputas políticas. "Cito perseguição política por ser ano que antecede as eleições de 2024", disse Ivete, que não é mais filiada a nenhum partido.
O advogado de Ivete, Brauli Pires, afirma que a defesa só se manifestará após a Justiça decidir se aceita ou não a denúncia contra sua cliente, afirmando que não é possível se manifestar antes disso.
Relembre o caso
Em maio de 2019 uma operação deflagrada pela PC levou à prisão preventiva três representantes que atuavam ou haviam trabalhado na Secretaria Municipal de Saúde de Estância Velha. Entre os detidos estavam uma ex-secretária, o titular da pasta na época, que no dia da operação estava afastado por motivos de saúde, e a secretária interina.
As investigações apontavam irregularidades no contrato entre o poder público e uma empresa responsável por exames de imagem. Segundo as investigações, a empresa teria recebido de forma irregular R$ 2 milhões.
Além disso, era apontado que exames eram cobrados do poder público mas não eram realizados. Além dos servidores públicos, empresários também foram denunciados nesta terça-feira.