Admirar as belezas do Rio Caí e chamar atenção para a necessidade de recompor as matas ciliares. Essa é a proposta da 2.ª Remada Vale do Caí que recebeu a inscrição de 225 remadores de 42 cidades.
O evento teve início neste sábado (26) no Balneário de Bom Princípio e termina somente no domingo (27), no Cais do Porto das Laranjeiras em Montenegro.
Conforme Fernanda Pereira, que integra a comissão organizadora, a maioria dos remadores não teve mais contato com o rio depois da enchente de maio. A cheia mudou a paisagem, deixando as margens desbarrancadas e com muita terra assoreando o leito do rio.
De acordo com ela, antes de maio já era possível perceber a destruição da mata ciliar que, se tivesse preservada, poderia ter colaborado para condições melhores no Caí hoje. Segundo Fernanda, a ação não plantará mudas e nem vai recolher lixo. “Nós estamos plantando uma ideia de salvar as matas ciliares”, ressalta.
Além disso, o passeio sobre as águas vai passar por pontos históricos eclusa da Barragem Rio Branco, ponte ferroviária da Mariazinha, ponte centenária do Arroio Maratá, foz do Rio Cadeia e balsa Passo do Manduca. “Quem participa vê uma paisagem que só se enxerga de dentro para fora. É muito lindo”, garante.
Fernanda explica as águas do Rio Caí são ideais para quem é iniciante no remo, pois são tranquilas e não há sinuosidades.
Neste sábado, serão percorridos 19 quilômetros até São Sebastião do Caí, com previsão de chegada às 16 horas, e parada para almoço na prainha do Paredão Branco, em Harmonia. À noite, os remadores participam de um acampamento para descanso e confraternização.
No domingo, ocorre a segunda parte da aventura, com mais 24 quilômetros até Montenegro e saída programada para 8 horas. Há grupos de remadores que se juntarão aos demais a partir de Pareci Novo.
A previsão de chegada no Cais das Laranjeiras é às 13 horas, quando será realizada uma grande festa. Haverá show de bandas, foodtrucks e beertrucks, com fechamento da Rua Álvaro de Moraes.
Há três anos, o supervisor de vendas Diogo Lauxen, 35 anos, que mora em Tupandi comprou um caiaque e começou a praticar o remo com a ideia de ficar mais perto da natureza. Convidou o pai Ronei Lauxen, 57, e os dois se tornaram parceiros no esporte.
Acompanhados de amigos, eles marcaram presença na remada neste sábado. “Acho que a surpresa deste passeio será o estado do rio depois da enchente. Tem bastante destruição nas margens”, comentou Ronei.
O empresário Anderson de Oliveira, 44, morador de Harmonia, remou na companhia da filha Melissa Ludwig de Oliveira, 19. Desde 2017 os dois aproveitam as belezas do Rio Caí juntos. “Eu me criou no rio, mas nadava. Hoje eu quero encontrar as cachoeiras aqui”, adiantou Anderson.
Fernanda avalia que metade das inscrições são de moradores do Vale do Caí, o demonstra o potencial do esporte na região e a oportunidade para o poder público também promover atividades de remo.
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