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RETORNO AO BRASIL

"Eu tenho dúvidas do Bolsonaro como líder da oposição", diz ministro de Lula

À frente da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta minimizou potencial de articulação política do ex-presidente

Eduardo Amaral
Publicado em: 30/03/2023 às 17h:53 Última atualização: 29/02/2024 às 08h:09
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Durante o Almoço Metropolitano, realizado nesta quinta-feira (30) em Porto Alegre, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT), colocou em xeque a capacidade de Jair Bolsonaro (PL) de articular e liderar uma oposição concisa e capaz de dificultar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro voltou ao Brasil na manhã de hoje, poucas horas antes de Pimenta comparecer ao evento organizado pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal).

Paulo Pimenta Almoço Metropolitano



Paulo Pimenta Almoço Metropolitano

Foto: Eduardo Amaral/GES Especial

Questionado, durante o evento, se a oposição estaria fortalecida com a volta de Bolsonaro, Pimenta minimizou a capacidade da articulação política do ex-presidente, citando uma recepção tímida em Brasília.

“Eu tenho dúvidas dessa história do Bolsonaro como líder da oposição, porque ele esperava hoje um ato grandioso em Brasília, pediram reforço da Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, tinha de tudo. Chegou na hora tinha mais policiais que apoiadores o esperando”, comentou o gaúcho, aproveitando para alfinetar os opositores. “É a primeira vez na vida que eu vejo um ato onde tinham mais policiais do que manifestantes presentes, parece que tinham três policiais para cada pessoa.”

Na avaliação do ministro, os eleitores de Bolsonaro em 2022 estão menos dispostos a ocupar as ruas em defesa do ex-presidente. “Muitas pessoas que votaram no Bolsonaro, hoje não estão dispostas, principalmente depois do 8 de janeiro, naquela ação criminosa que aconteceu no Brasil, a quantidade de gente presa estimulada por essa conduta antidemocrática, eu tenho muita dúvida sobre a capacidade do Bolsonaro de ainda exercer papel de liderança.”

Objetivo dos 100 dias

Ao falar sobre os primeiros meses de governo, Pimenta ressaltou a retomada de antigos programas sociais das gestões petistas. “Nosso objetivo é devolver ao povo brasileiro todos os seus direitos que de alguma forma foram retirados através de programas. Então até 10 de abril todos os programas principais vão voltar a existir: Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Bolsa Família, Farmácia Popular”, afirmou Pimenta, garantindo que os programas serão diferentes, dando como exemplo o Mais Médicos.

“A grande crítica ao programa era que os médicos não eram brasileiros e havia um problema de fixação nos pequenos municípios. Estamos abrindo 15 mil vagas e, no primeiro momento, essas vagas serão oferecidas somente aos médicos brasileiros que tenham registro CRM. Caso os brasileiros não ocupem todas, vamos abrir uma segunda chamada para médicos brasileiros que estudaram no exterior e não tem registro. Só depois vamos abrir para médicos estrangeiros, que serão contratados na mesma modalidade que os brasileiros, vão receber o salário diretamente sem nenhuma intermediação de instituição ou de país”, explicou.

 

Pauta local

A participação de Pimenta no Almoço Metropolitano foi articulada pelo então presidente da Granpal, Rodrigo Batisttela (PT), prefeito de Nova Santa Rita, que deixou o cargo no mesmo dia para o novo presidente, o prefeito de Esteio Leonardo Pascoal (PP). Um dos objetivos do convite era debater o papel do governo federal no tema do transporte metropolitano.

Pimenta criticou o atual modelo e reforçou a proposta que já é defendida pela Granpal de integração municipal. “Aquele modelo antigo que nós tínhamos está superado, precisamos repensar o sistema de transporte coletivo. E aqui um sistema integrado, porque a Região Metropolitana não tem como ser pensada nem planejada individualmente como se cada município fosse um espaço que não tem interligação e relação com os demais.”apesar da convergência de ideias, o ministro admitiu que a União não tem nada concreto em relação ao tema transporte público. “Não temos ainda um plano concluído, ainda estamos fazendo esse debate.”

A questão do subsídio foi reconhecida por ele como fundamental. “Hoje, praticamente nenhuma cidade se sustenta mais sem subsídio, principalmente a partir da pandemia isso se agravou muito, e isso obriga uma rediscussão do modelo”, afirmou ele, mas também ouviu cobrança dos prefeitos para que a União arque com os custos do subsídio. Pimenta ainda afirmou que os investimentos em infraestrutura, especialmente rodoviária, da União no Estado vão seguir.

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