“Quando vi meu nome na lista de vencedores, quase nem acreditei.” Aos 13 anos, foi isso o que Rafael Diego Covatti sentiu ao descobrir que era o primeiro estudante do município a conquistar o ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Foto: Acervo Pessoal
O menino, que estuda na Emef Vila São Jorge, e já havia conquistado o bronze em 2023, foi ao Rio de Janeiro no dia 9 de junho para neste ano ganhar o ouro, com tudo pago. Apaixonado pelos números, ele passava uma hora estudando em casa todos os dias. Com a Obmep, a dedicação diária triplicou. “Comecei a estudar 3 horas por dia. Sempre gostei de matemática porque é algo em que tudo se encaixa e que você tem como saber se está certo, e a Obmep só fez aumentar essa paixão”, destaca.
Orgulho em casa
A mãe, Vera Susana Covatti, de 42 anos, não poderia estar mais orgulhosa. A dona de casa, que parou de estudar aos 15 anos, no final do Primeiro Grau (atual Ensino Fundamental) devido a distância até as escolas disponíveis na época, fala sobre as conquistas de seu filho.
“Na minha época o estudo era complicado, então é mais fácil ele ensinar para mim do que eu para ele”, comenta. “Ele sempre teve boas notas e sempre gostou muito de matemática, até que um professor viu o potencial dele e o indicou. Fico muito feliz e me sinto muito orgulhosa”, completa.
Elogiado pelos professores
Na sala de aula, Rafael Covatti é descrito pelos professores de matemática Éder Motta de Oliveira, que o indicou à Obmep, e Éverton, que lhe dá aula desde o ano passado, como um aluno dedicado e reservado. Éverton também logo percebeu o diferencial do estudante. “Ele sempre tem notas entre 95% e 100%, um excelente desempenho. Além disso, ajuda os colegas que estão próximos a ele em sala de aula, mas é bem reservado.” A diretora Cíntia Dexheimer, que viu e ainda vê o garoto crescer, fala sobre o orgulho de vê-lo conquistar um título inédito para a cidade.
“Ele estuda na nossa escola desde os anos iniciais, nunca fui sua professora, mas lembro dele. Sempre foi muito estudioso e as professoras dos anos iniciais sempre o elogiavam”, recorda. “Meu sentimento é o mesmo de todos os docentes: estamos muito orgulhosos. No ano passado ele foi bronze, aproveitou essa oportunidade e se empenhou para desenvolver suas habilidades. É emocionante ver alunos como Rafael tendo seu potencial reconhecido e recebendo chances para continuar”, completa.
Premiação e experiência no Rio de Janeiro
Rafael e sua mãe embarcaram juntos para o Rio de Janeiro (RJ) em junho. Em uma experiência única, o estudante teve a chance não apenas de receber a medalha, mas também de se divertir. “Ficamos hospedados em um hotel. Tudo foi pago pela Obmep, desde as passagens até a hospedagem. Tinha diversas atividades lá, festas jogos, palestras… e não eram aquelas palestras chatas, sabe? Eram palestras legais, sobre o que a gente gosta”, relata, empolgado. Para o aluno, receber a medalha foi algo inesquecível.
“Foi uma sensação incrível, olhei para trás e vi tudo o que eu passei até ali. É um dia que sempre vou lembrar: o dia que fui ouro nas olimpíadas de matemática”, afirma. “Achei que seria igual ao ano passado, em que ganhei bronze, não esperava ganhar ouro. Eu gostaria muito de incentivar meus colegas também, porque dá para todo mundo conseguir”, finaliza.
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