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TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO

Estrangeiros resgatados na Serra foram ameaçados de morte pelo patrão; entenda o caso

Grupo de argentinos foi encontrado em trabalho análogo à escravidão em uma propriedade rural de Nova Petrópolis

ico ABCMais.com azul
Publicado em: 02/04/2023 às 13h:08
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O resgate de um grupo de argentinos em uma propriedade rural em Nova Petrópolis, após as vítimas serem submetidas a trabalho análogo à escravidão, foi possível após dois homens do país vizinho procurarem as forças de segurança.

As quatro vítimas, inclusive uma menor de idade, filho de um dos trabalhadores, foram libertadas na noite de sábado (1º). Eles foram encontrados em condições insalubres, totalmente desassistidos, segundo a PF. Eles trabalhavam no corte de árvores para lenha.

Trabalho análogo à escravidão em Nova Petrópolis



Trabalho análogo à escravidão em Nova Petrópolis

Foto: Brigada Militar

Conforme a Brigada Militar, na manhã de sábado, dois homens argentinos, de 24 e 45 anos, procuraram a Brigada Militar de Bom Princípio. Eles relataram que estavam residindo em Nova Petrópolis. Disseram, ainda, que foram contratados no mês de agosto do ano passado, para exercer a função de lenhador.

Segundo eles, desde quando contratados, não receberam nenhum salário e eram obrigados a residir em barracos improvisados.

Na sexta-feira (31), trabalharam normalmente e, durante a noite, o homem que os contratou os convidou para ir jantar em um restaurante, em um local desconhecido. Após a janta, entraram em um veículo e começaram a rodar, até o suspeito parar o automóvel em frente a um hotel, onde os abandonou.

Sem dinheiro, foram procurar ajuda. Foi quando chegaram à sede da Brigada Militar e denunciaram a situação. Foi também neste momento que contaram que mais duas pessoas viviam na mesma situação, um pai e filho, de 14 anos.

Os homens foram ameaçados de morte, caso a Polícia fosse informada.

Durante a tarde, a Brigada Militar e a Polícia Federal foram até a Linha Imperial, em Nova Petrópolis, junto com o Ministério Público do Trabalho, onde encontraram as outras duas vítimas e constataram a precariedade do local onde permaneciam.

Após descobrir onde estaria o suspeito responsável pela contratação das vítimas, os policiais se deslocaram até Pinhal Alto, mas não encontraram ninguém em casa. Por volta das 19 horas, um veículo Ford Escort, placas de Nova Petrópolis, foi visto se aproximando do local. O condutor tentou fugir, mas o carro foi abordado, sendo que nele estavam três homens.

O homem de 30 anos – o mesmo que tentou abandonar os dois trabalhadores em Bom Princípio –, com antecedentes por lesão corporal, ameaça, estupro, desobediência e crimes contra a flora, foi recrutado pelo dono da terra, para a contratação dos argentinos para trabalhar no local.

No carro ainda estavam outros dois homens, em princípio, sem envolvimento nos crimes.

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