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"Estamos apavorados para levantar fundos": Saiba como está o menino de 2 anos ferido após um mês de grave acidente na RS-239

Joaquim estava no carro com os pais e dois irmãos quando foram atingidos por veículo em fuga em Parobé

Ubiratan Júnior
Publicado em: 03/12/2024 às 20h:06 Última atualização: 03/12/2024 às 20h:11
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Há um pouco mais de um mês, a vida de uma família de Novo Hamburgo mudou completamente. Pai, mãe e três filhos viajavam para o litoral gaúcho no dia 29 de outubro quando o veículo da família foi atingido por um carro que fugia da Brigada Militar na RS-239, em Parobé.

Joaquim Gonçalves da Silva, 2 anos | abc+



Joaquim Gonçalves da Silva, 2 anos

Foto: Arquivo pessoal

O caçula, Joaquim Gonçalves da Silva, de 2 anos, ficou gravemente ferido. Foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Porto Alegre, onde ficou por dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Devido à gravidade, foi transferido para o Hospital de Clínicas, que é de maior complexidade, para a realização de exames.

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Infelizmente, o menino perdeu o movimento das pernas e dos braços. De acordo com a família, ele sofreu uma fratura da medula espinhal até a Torácica 2 (T2). Por outro lado, o exame de eletroencefalograma não indicou lesão na cabeça de Joaquim.

Nesta terça-feira (3), a criança seguia internada na UTI e com auxílio de ventilação mecânica para respirar. De acordo com Cristiano Ramos da Silva, pai de Joaquim, o filho não corre mais risco de morte, mas não há previsão para alta hospitalar.

Joaquim já não está mais sedado. O pai conta que o menino corresponde a estímulos. Embora o quadro seja considerado irreversível pela medicina, a família mantém a fé na recuperação da criança. “Por ele ser criança e ter só 2 anos, tudo pode acontecer para Deus”, diz o Cristiano. 

Família pede de ajuda

Com a internação de Joaquim em um hospital da capital, a rotina da família mudou. Diariamente precisam se deslocar para ficar com o menino, que precisa de acompanhante 24 horas por dia. O carro de Cristiano ficou destruído no acidente. Para o deslocamento, a família usa um carro emprestado.

Joaquim segue internado no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre | abc+



Joaquim segue internado no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre

Foto: Arquivo pessoal

Além disso, os pais contam com o apoio de parentes próximos para acompanhar Joaquim no hospital. Apesar da rede de apoio, eles estão preocupados e pedem ajuda com a questão financeira. O casal está desempregado e precisa de dinheiro para os deslocamentos a Porto Alegre.

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A família até iniciou uma ação de arrecadação em um site. Até as 16h50 desta terça-feira (3), 844 apoiadores já haviam ajudado nesta ação, e o valor arrecadado foi de R$ 47.320,09. Porém, devido a um problema inesperado, estão sem acesso ao dinheiro doado por meio da campanha.

Segundo Cristiano, na arrecadação, o casal usou o CPF da esposa como chave, e o dinheiro foi para agência bancária Ame Digital. “Ele [banco] deixou de existir e não libera o CPF para poder mexer, se não, poderíamos mexer naquele valor [da campanha]. Se seria para reforma da casa [adaptações para Joaquim], comprar um carro, as coisas que meu filho precisa, e colocar nossa vida em ordem”, explica.

Dificuldades para retirada do dinheiro

“Já tentamos passar para outro banco, mas como o Ame deixou de existir, não tem como. Fecharam bem na época do acidente”, completa. O pai do menino afirma que a família já busca apoio jurídico para resolver a situação, mas reforça que precisam de ajuda para arcar com os deslocamentos de Novo Hamburgo para a Porto Alegre.

Em seu site, a Ame Digital publicou uma nota informando o encerramento das contas de pagamentos. A empresa justifica que “desde o último ano, o ecossistema Americanas vem passando por uma grande transformação. Agora, em uma nova fase, a Ame assumirá um outro papel, passando a concentrar suas soluções em um novo Programa de Fidelidade da Americanas”.

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O banco ainda salienta que para clientes que tenham saldo na agência, os valores estarão disponíveis para resgate a partir de dezembro deste ano, “exclusivamente por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central”.

Diante dessa situação, a família pede doações diretas para o Pix da mãe, Camila Gonçalves, através da chave milla.gremio@gmail.com, que pertence ao Banco Itaú. “Estamos apavorados para levantar fundos e ficar um pouco mais tranquilos, pois sempre estamos com pensamentos em coisas e adversidades diferentes”, desabafa Cristiano. 

O acidente e como estão os outros feridos 

O acidente que deixou o menino gravemente ferido aconteceu por volta do meio-dia daquela terça-feira. A família que mora no bairro São Jorge, em Novo Hamburgo, estava indo para a casa da praia, em Imbé, quando, no quilômetro 41 da RS-239, em Parobé, um Chevrolet Onix colidiu frontalmente no Renault Clio.

Onix roubado bateu de frente em Clio e pegou fogo na RS-239, em Parobé | abc+



Onix roubado bateu de frente em Clio e pegou fogo na RS-239, em Parobé

Foto: Brigada Militar

O motorista que provocou o acidente era foragido da Justiça e fugia de uma barreira da Brigada Militar. Ele invadiu a pista contrária quando bateu no carro família, que trafegava no sentido Sapiranga-Taquara. O homem em fuga foi preso após o acidente e os policiais apreenderam uma arma de fogo que estava com ele.

No carro atingido, além do menino de 2 anos, estavam o pai, a mãe e dois irmãos. A mulher de 30 anos e as outras duas crianças também tiveram lesões. A mãe, realizou uma cirurgia na perna na dia 30 de outubro.

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No dia seguinte, 1º de novembro, ela retornou ao bloco cirúrgico do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas. Camila teve alta hospitalar no dia 3 de novembro, mas, só quase um mês depois, na última segunda-feira (2), mesmo com uso de andador para afirmar o pé no chão e uso de cadeira de rodas, conseguiu ficar de acompanhante do menino no Hospital de Clínicas. Ela segue fazendo fisioterapia. 

Já os irmão de Joaquim, de 9 e 4 anos, um menino e uma menina, respectivamente, seguem sem ver o menino. “Choram muito com saudade do Quim”, lamenta Cristiano. “Nossa rotina mudou bastante e o que mais queremos é justiça. Porque um bandido que nem ele [foragido] era, não tinha que estar solto como estava, olha tudo o que causou”, completa o pai. 

O filho mais velho segue com gesso na perna e terá uma nova consulta ainda neste mês. Já a menina teve ferimentos leves e foi liberada poucas horas após o acidente. 

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