O governo do Estado pretende esterilizar e realizar a chipagem para cerca de 20 mil animais que estão hoje em abrigos. A iniciativa visa atender municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, e conta com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da UniRitter, da Universidade Luterana do Brasil e da Feevale. O recurso será aportado pelo Fundo para Recuperação de Bens Lesados, do Ministério Público do Estado.
Levantamento preliminar estima que o Estado tenha, aproximadamente, 20 mil animais distribuídos em cerca de 400 abrigos. A maioria são cães e gatos, mas há também animais silvestres e de produção. O foco, agora, passa a ser a identificação deles, para viabilizar o reencontro com seus tutores ou o encaminhamento para lar temporário ou adoção.
A meta do Estado integra Plano de Ações de Resposta à Fauna, divulgado nesta sexta-feira (31), por meio do Gabinete de Projetos Especiais do Vice-Governador e da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). O documento propõe a articulação entre as esferas municipal, estadual e federal e o terceiro setor; e define atividades, competências e responsabilidades na assistência a animais em situações de calamidade pública.
O Gabinete de Coordenação de Resposta à Fauna (GCRF), composto por membros do governo e do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad), com apoio de voluntários da Arcanimal, lidera os trabalhos. O acordo de cooperação entre o Estado e o Grad foi assinado em 18 de maio. Desde então, o GCRF auxilia nos salvamentos de animais ilhados e presta suporte aos municípios para a gestão de abrigos.
“Não tem como ignorar a causa animal durante uma situação como a que estamos vivenciando. É muito importante que estabeleçamos essa política pública com a coordenação do poder público, mas com a participação da sociedade”, afirma o governador Eduardo Leite. “Estarmos articulados com quem já se organiza para atender a essas causas e promover uma sintonia para o bem-estar dos animais, que é algo complexo, não é simplesmente fazer de qualquer jeito”, acrescenta.
O vice-governador Gabriel Souza destaca a necessidade de um plano que possibilite a assistência nos abrigos e garanta a saúde animal. “Hoje, são pelo menos 20 mil animais em abrigos, muitos à espera dos seus tutores e uma grande parte que vivia em situação de rua e que poderá encontrar um lar. Por isso, elaboramos um plano robusto, com ações em várias frentes, para prestar assistência nos abrigos, garantir a saúde e viabilizar castrações, além de proporcionar reencontros e adoções desses animais”, explicou.
Jornada rumo à adoção
O Estado propõe um fluxo digital para mapear animais resgatados e encaminhá-los para tutores, lares temporários ou adoção. Eles são identificados com medalhas, dependendo da situação de cada um: vermelha para tutores conhecidos, amarela para animais aguardando identificação, e verde para aqueles que estão prontos para adoção.
As medalhas, doadas pela Animalltag, serão cadastradas por meio de um aplicativo, com auxílio de voluntários da Arcanimal. Os dados serão usados pelo portal Pets RS para a promoção de reencontros e pelo site da Arcanimal para adoções. Os interessados em contribuir com a causa animal podem adotar de modo temporário ou definitivo.
Canal de autoatendimento
O plano inclui um canal de comunicação automatizado, via WhatsApp (51 99486-5180), para atender às necessidades dos abrigos, como informações sobre donativos (onde buscar, solicitação de medicamentos e de outros recursos).
A ferramenta também é destinada ao cadastro de abrigos ainda não identificados no levantamento encaminhado pelo Gabinete de Coordenação da Causa Animal. Também é possível, por meio do canal, manifestar interesse em ser voluntário.
Manual de boas práticas para abrigos
Visando garantir acesso a informações essenciais sobre protocolos sanitários e papéis operacionais, um manual digital de boas práticas, baseado na cartilha do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC), será disponibilizado para os abrigos. Ele oferece orientações sobre organização do espaço, manejo de animais, estrutura operacional e questões de saúde e segurança.
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