A menina de seis anos se distrai com jogos infantis no celular, enquanto os pais dobram roupas e aguardam a secagem de outras peças em uma lavanderia no Centro de Novo Hamburgo. Sem entender o que acontece, a criança é chamada pela mãe, que pede o telefone e o entrega a um desconhecido, acompanhado de outro estranho. O casal procura manter a calma para que a filha não se assuste com o roubo. O crime, na noite domingo (12), foi registrado por câmeras de segurança.
“Está bem perigoso. Não dá pra sair à rua ou ir a uma lavanderia, que somos assaltados por pouca coisa”, lamenta a vendedora de 29 anos. Ela conta que a família entrou no prédio, na Rua Marcílio Dias, por volta das 19h15. Às 20h25, quando o serviço estava a três minutos de ser finalizado pelas máquinas, os dois assaltantes, de capuz e boné, chegaram. A dupla rondava a área em busca de vítimas.
“Perdeu”
O marido, um motorista de aplicativo de 30 anos, foi logo abordado. “Mano, perdeu, perdeu”, disse o ladrão de vermelho, guarnecido pelo comparsa de azul. A mãe, também rendida, fez um gesto para a filha, que brincava no canto, se aproximar. A criança, entre os pais, ficou de frente para os ladrões. Não havia outros clientes.
O criminoso de vermelho, que já tinha tomado o celular do pai e da mãe, exigiu também o da criança. “Não pega”, interveio o cúmplice, discordando em levar o aparelho cor-de-rosa da menina. Mas o que estava à frente pegou. Antes de ir embora, ele deixou o celular da mãe no balcão e disse: “Esse eu não quero.” Identificou que era da marca iPhone e não queria ser rastreado. “Só que levou o do meu marido, sem perceber que é da mesma marca, junto com o da minha filha, da Samsung.”
Aparelho do pai foi largado em parque
A família pegou o carro no estacionamento e foi ao posto da Brigada Militar da Rua Lima e Silva. “Pelo meu celular consegui rastrear o iPhone do meu marido. Dava o tempo todo no parque de diversões ao lado do shopping. Se movimentava de um lado para outro.” Três policiais foram com as vítimas ao local. “Muita gente do parque ajudou a procurar. Demorou uns 50 minutos até que acharam no chão.”
A criança é a única vítima que ficou sem o celular. Já deve ter sido trocado por droga. “Hoje pela manhã ela ficou pedindo. Fui comprar um novo”, diz a mãe. Os ladrões não mostraram pistola ou revólver, apesar de um deles ter feito menção de estar armado. Com a filha exposta, o casal sequer pensou em reagir.
“Os bandidos estão por toda parte”
É a primeira vez que a vendedora sofre roubo em Novo Hamburgo. “Fomos assaltados quando morávamos em Estância Velha. Aqui em Novo Hamburgo, estamos em condomínio fechado para sentir um pouco de segurança. Tem que se cuidar, principalmente na rua. Os bandidos estão por toda parte.” A vendedora comenta a preocupação com o trabalho do marido. “Ele parou de fazer corridas à noite e não aceita mais pagamento em dinheiro.”
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