Uma mudança significativa alterou o esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil. As duas doses de reforço com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), popularmente conhecida como “gotinha”, foram substituídas por uma dose única da vacina inativada poliomielite (VIP).
A alteração, promovida pelo Ministério da Saúde, é baseada em critérios epidemiológicos e evidências científicas internacionais.
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O novo esquema, já adotado em países como os Estados Unidos e diversas nações europeias, prevê a vacinação com a VIP aos dois, quatro e seis meses de idade, seguida de apenas uma dose de reforço aos 15 meses.
“O que muda para as famílias é a redução do número de doses de reforço, agora com a VIP. Antes, utilizávamos duas doses da VOPb para esse fim, enquanto as três doses iniciais já eram feitas com a vacina inativada”, explica Juliane Fleck, virologista e coordenadora do mestrado em Virologia da Universidade Feevale.
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A poliomielite, causada pelo poliovírus selvagem, é altamente contagiosa e afeta principalmente crianças menores de cinco anos, podendo causar paralisia irreversível e até morte nos casos mais graves.
No Brasil, a doença está controlada há mais de 30 anos, mas os baixos índices de vacinação infantil trazem o risco de reintrodução do vírus. “Estamos há 34 anos sem casos, graças à imunização. É essencial mantermos o esquema vacinal atualizado para evitar o retorno da doença”, alerta Juliane.
Para garantir a continuidade desse controle, é fundamental combater mitos e divulgar informações corretas sobre a vacinação. Segundo Juliane, campanhas educativas e o envolvimento ativo da comunidade científica são cruciais.
“É importante que as lideranças governamentais reforcem a importância das vacinas, tanto para a proteção individual quanto para a coletiva. Isso ajuda a conscientizar a população”, destaca.
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O icônico Zé Gotinha, símbolo das campanhas de vacinação contra a poliomielite desde 1980, continuará em ação. O Ministério da Saúde garante que o personagem seguirá como figura central nas campanhas, ajudando a aproximar as famílias do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“O Zé Gotinha não vai desaparecer, pelo contrário, ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI. Ele ajuda a promover não só o SUS, mas promover a vida, promover a vacinação”, ressalta Eder Gatti, diretor do DPNI.
Adaptação na região
Em 10 municípios da área de cobertura do Grupo Sinos, a adaptação ao novo esquema vacinal contra a poliomielite tem ocorrido de forma tranquila. A mudança, implementada desde 4 de novembro, está sendo aplicada conforme orientação do Ministério da Saúde.
A meta de cobertura vacinal estipulada pelo órgão é de 95%, mas apenas duas cidades da região alcançaram esse índice: Estância Velha e Ivoti. Já o menor índice foi registrado em Sapucaia do Sul. Os dados são da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e se referem ao período de agosto deste ano, última atualização disponível até o momento.
Veja a cobertura vacinal da VIP na região:
- Novo Hamburgo — 79,68% (menores de 1 ano)
- Campo Bom — 72,97% (menores de 1 ano)
- São Leopoldo — 62,25% (menores de 1 ano)
- Canoas — 83,64% (menores de 1 ano)
- Sapiranga — 80,45% (menores de 1 ano)
- Estância Velha — 113,85% (menores de 1 ano)
- Dois Irmãos — 82,57% (menores de 1 ano)
- Ivoti — 122,73% (menores de 1 ano)
- Esteio — 76,25% (menores de 1 ano)
- Sapucaia do Sul — 50,26% (menores de 1 ano)
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