SAÚDE PÚBLICA

ESPOROTRICOSE: "Não há motivo para pânico", diz Conselho Regional de Medicina Veterinária

Doença que afeta os gatos vem crescendo no Brasil e Ministério da Saúde já emitiu alerta sobre transmissão para os humanos; CRMV frisa que há tratamento e animais não devem ser abandonados e nem sacrificados

Publicado em: 20/10/2023 12:38
Última atualização: 03/11/2023 07:56

Diante do crescimento do número de casos de esporotricose no Brasil – em alguns Estados a transmissão está fora de controle, segundo o Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia –, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV) emitiu nota com orientações sobre a doença.


Em caso de suspeita da doença, gato deve ser levado ao profissional veterinário Foto: AdobeStock

Trata-se de uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo por meio de uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto os humanos quanto os animais. Segundo o Ministério da Saúde, o gato é o transmissor mais comum da esporotricose. O órgão já emitiu uma nota técnica com orientações a Estados e municípios.

Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, a ideia é "esclarecer a sociedade gaúcha sobre um importante tópico de saúde que afeta os gatos, a esporotricose" e não há motivo para pânico.

"A esporotricose pode ser tratada com sucesso em gatos e seres humanos. O tratamento é eficaz e muitos animais se recuperam completamente. Portanto, não há motivo para pânico. Se você suspeita que seu gato possa estar infectado, recomendamos procurar um médico veterinário para um diagnóstico adequado e tratamento", informa o conselho.

Principais sintomas da esporotricose

Segundo o CRMV, nos gatos as manifestações clínicas da esporotricose são variadas. "Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente."

Gatos podem transmitir esporotricose para as pessoas?

Segundo nota do Conselho Regional de Medicina Veterinária, sim. "Por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a lesão", detalha a entidade. "Por isso é importante que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal doente receba o tratamento adequado", completa o comunicado. O CRMV destaca que "animais doentes não devem nunca ser abandonados, pois se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença".

Um gato doente pode contaminar animais que convivem no mesmo ambiente?

O Conselho Regional de Medicina Veterinária diz que sim. "Por isso é aconselhável isolar o gato do contato com outros animais, separando-o num ambiente próprio, para que receba os cuidados de que necessita sem comprometer a saúde dos outros bichos da casa", sugere a entidade.

"Outro cuidado muito importante: em caso de morte do animal com esporotricose, é essencial que o corpo seja cremado e não enterrado. Isso porque a micose pode se espalhar pelo solo, espalhando a doença entre outros animais", recomenda a nota.

A nota do CRMV frisa ainda que "a esporotricose não é motivo para sacrificar gatos. Eles não são culpados pela doença e, muitas vezes, podem ser tratados com sucesso. Eutanásia não é a resposta, pois é uma medida extrema e desnecessária na quase totalidade dos casos".

Como identificar a esporotricose em humanos?

Conforme o texto do CRMV, "a doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida". Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de carocinhos ou feridas. Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o ideal é procurar um dermatologista para obter um diagnóstico adequado.

Quais as recomendações para prevenir a esporotricose?

A nota do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS sugere as medidas abaixo a frisa que "a esporotricose é uma preocupação de saúde pública e é nossa responsabilidade cuidar dos animais e da nossa própria saúde".

  • Realizar a castração do seu animal e mantê-lo dentro de casa para evitar possíveis exposições ao fungo.

  • Não permitir que gatos infectados arranhem ou mordam outras pessoas ou animais.

  • Procurar um médico veterinário assim que perceber sinais de esporotricose em seu gato, como lesões na pele que não cicatrizam, feridas ulceradas, ou inchaço.

  • Tomar precauções ao lidar com gatos feridos ou desconhecidos, como o uso de luvas e máscara.

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