SAÚDE

Esporotricose em gatos deixa comunidade canoense em alerta

Doença, que afeta felinos e humanos, é causada por um fungo que está naturalmente presente no solo e na casca de árvores

Publicado em: 01/11/2023 09:50
Última atualização: 16/11/2023 15:42

"O gato não é o vilão, ele é vítima também", destaca a veterinária e secretária adjunta da Secretaria do Bem-Estar Animal (SMBEA), Telma Moraes. Nas últimas semanas, um surto da doença esporotricose, que atinge gatos e humanos, tem deixado em alerta as autoridades de saúde de Canoas.

A infecção cutânea é causada por um fungo, da espécie Sporothrix schenckii, naturalmente presente no solo e na casca de árvores.


Canoas registra 31 casos de esporotricose em felinos Foto: Fotos PAULO PIRES/GES

Segundo a profissional, a melhor forma de prevenção é a castração. "Os tutores devem estar atentos e evitar que os felinos tenham acesso à rua. A transmissão do fungo para o felino ocorre por meio do contato com a terra e casca de árvores contaminadas. Já do gato infectado para o humano, ela é transmitida via secreção por arranhadura ou mordedura", esclarece Telma.

Nos animais, a forma mais comum de manifestação da doença são lesões cutâneas na pele e mucosa, na região da cabeça e nas extremidades das patas. Já nos humanos, a lesão inicial é similar a uma picada de inseto. Em casos mais graves, o fungo pode ocasionar tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre.

"Tutores que recebem até três salários mínimos e estão inscritos no Cadastro Único podem procurar atendimento veterinário gratuito no Bem-Estar Animal, de segunda a sexta, das 8 às 13 horas. As pessoas que apresentarem sintomas devem procurar a UBS mais próxima."

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico em felinos é feito mediante avaliação veterinária e exames de citologia ou biópsia das lesões. "É uma doença que possui tratamento e cura. A taxa de mortalidade nos felinos é considerada baixa", avalia a veterinária. "Os primeiros sintomas podem aparecer em até duas semanas, varia conforme o animal."

Entre os sintomas mais comuns estão o aparecimento de lesões e secreções na pele, apatia, dificuldades para respirar e a perda localizada de pelos. "É essencial ser feito o isolamento do animal para evitar a transmissão", ressalta.

O tratamento nos felinos pode durar alguns meses. "Vai depender do estágio da doença. No mínimo uns 90 dias. O profissional vai avaliar e recomendar o fármaco mais adequado, geralmente o mais indicado é o itraconazol e o iodeto de potássio via oral e pomada de uso tópico", destaca.

O Centro Bem-Estar Animal fica localizado na Avenida Boqueirão, 1985 - Igara. Telefone: (51) 3429-2924.

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