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SENTENÇA

ESCRIVÃO ASSASSINADO: Companheira é condenada e presa pela morte de Paulo Ruschel

Juíza decidiu, na noite desta terça-feira, que Adriana Guinthner não pode recorrer em liberdade

Publicado em: 31/10/2023 às 20h:32 Última atualização: 01/11/2023 às 00h:55
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Após 26 horas de júri no fórum de Novo Hamburgo, Adriana Guinthner foi condenada a 15 anos e oito meses de prisão no regime fechado pela morte do companheiro, o escrivão judicial Paulo Cesar Ruschel. Na sentença do assassinato de 17 anos atrás, que saiu às 20h15 desta terça-feira (31), a juíza Anna Schuh surpreendeu e decretou a prisão imediata da ré. A defesa antecipou, ainda no plenário, que vai tentar a anulação do júri. Sustenta a inocência da cliente. 

ESCRIVÃO ASSASSINADO: "Ou ela praticou ou ela colaborou com o homicídio", diz primeira testemunha do júri do Caso Ruschel | Jornal NH



ESCRIVÃO ASSASSINADO: “Ou ela praticou ou ela colaborou com o homicídio”, diz primeira testemunha do júri do Caso Ruschel

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

O Conselho de Sentença, formado por quatro homens e três mulheres, considerou Adriana culpada da acusação de homicídio duplamente qualificado – motivo torpe, que seria a intenção de ficar com pensão e bens do escrivão, e recurso que impossibilitou defesa da vítima, pois Ruschel estava dormindo quando levou os tiros fatais. Coube à juíza definir o tempo de pena. Ela conduziu o júri sob rígidas normas de acesso e comportamento do público. Não foram permitidas fotos da ré.

BASTIDORES: JURADOS DORMIRAM EM HOTEL SOB VIGILÂNCIA DE OFICIAIS DE JUSTIÇA

“Finalmente a família enlutada sente algum alívio após 17 anos. Que sejam os jurados de Novo Hamburgo saudados pela coragem. Não sinto nenhuma alegria pela condenação, mas apenas o alívio pelo dever cumprido”, declara o advogado Fábio Adams, que representa a família da vítima como assistente de acusação junto com a colega Elaine Haubert. “A decisão foi justa, baseada na prova dos autos”, acrescenta Adams.

Ruschel e Adriana viviam juntos em 2006 no bairro Pátria Nova | Jornal NH



Ruschel e Adriana viviam juntos em 2006 no bairro Pátria Nova

Foto: Arquivo-GES

Nova tentativa

O advogado Jader Marques, chefe da equipe de defesa, antecipou, após o interrogatório de Adriana, na manhã desta terça, a intenção de buscar a “nulidade do julgamento”. O argumento é o mesmo que fez ele impetrar, na última quinta-feira, pedido de impedimento do promotor Eugenio Paes Amorim, que atua em Porto Alegre e foi designado pelo Ministério Público para atuar na acusação ao lado do colega Robson Barreiro.

A SURPRESA DA JUÍZA AO DAR A SENTENÇA PARA A COMPANHEIRA DE PAULO RUSCHEL

Conforme Marques, Amorim teria “uma relação de inimizade antiga” com Adriana, o que feriria o princípio da impessoalidade. O pedido foi negado no dia seguinte pela juíza Roberta Penz de Oliveira, que considerou uma questão superada nos próprios autos do processo. O promotor define o argumento da defesa como “manobra mentirosa, desleal e covarde”.

Entenda o Caso Ruschel

  • Paulo Cesar Ruschel, 48 anos, foi morto com dois tiros na cabeça e um no tórax por volta das 2 horas de 22 outubro de 2006. Ele dormia quando uma pessoa entrou no quarto e disparou.
  • O homicídio aconteceu na residência onde o casal morava, na Avenida Pedro Adams Filho, bairro Pátria Nova. Poucos dias depois, policiais civis e peritos fizeram a reconstituição do crime, com a participação da companheira, a principal suspeita, e apontaram contradições dela.
  • Adriana Guinthner, na época com 36 anos, foi presa na tarde de 8 de novembro, ao sair da Prefeitura de Novo Hamburgo, onde trabalhava. Seis dias depois, ganhou habeas corpus e passou a responder em liberdade.
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