ESCRITORA CAMPO-BONENSE
Escritora de Campo Bom lança livro nos Estados Unidos
Obra infantil bilíngue conta a história de duas meninas com muita imaginação se divertindo em um dia chuvoso
Última atualização: 12/12/2024 07:22
Há 8 anos, a escritora campo-bonense Liege Leopoldo escolheu a Califórnia, nos Estados Unidos, como sua residência definitiva e foi lá que, no último dia 5 de dezembro, lançou o seu segundo livro infantil “Uma Coleção de Guarda-Chuvas”, obra escrita em português e inglês. A cerimônia de lançamento ocorreu no Consulado Geral do Brasil em Los Angeles. O livro conta a história de duas meninas com deficiência utilizando a imaginação para se divertir em um dia de muita chuva, quando não se pode brincar ao ar livre, utilizando guarda-chuvas.
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Sobre o lançamento, a escritora conta que as iniciativas que visam promover a língua portuguesa fora do Brasil, como língua de herança, são bastante trabalhadas e apreciadas pelo setor cultural do consulado. “A comunidade brasileira é grande e organizada aqui nos Estados Unidos. Na Califórnia, onde resido, muitos brasileiros estão envolvidos com a cultura e o Consulado Brasileiro participa ativamente, promovendo a cultura brasileira aqui”, destaca Liege.
O gosto pela literatura infantil surgiu em etapas, começando pelo trabalho com alunos de 3º e 4º anos, escrevendo histórias, e sendo completo quando conheceu as obras de uma educadora. “Logo que eu comecei a dar aula, comecei a escrever histórias para os meus alunos e as aplicava em sala de aula. Isso lá por 2013, 2014. Então, eu comecei a colecionar essas histórias e engavetá-las. Quando eu me mudei para os Estados Unidos, eu tinha na minha cabeça que eu queria escrever livros didáticos. Nisso, eu me apaixonei por uma educadora britânica do século 19, chamada Charlotte Mason”.
Diferentemente deste lançamento, o primeiro não foi físico, sendo a presença de público a principal diferença entre a chegada das duas obras. “Agora, aqui, eu tive a oportunidade de mostrar e divulgar o trabalho entre a comunidade brasileira dos Estados Unidos”, avalia. Seu primeiro livro infantil foi o “Sabiá que Não Sabia Assobiar”, lançado quando ainda morava no Vale do Sinos, o qual conta a história de um pássaro que desafina na hora de cantar, mas que ganha ajuda da família e de uma professora para conseguir fazer aquilo que almeja.
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Ingresso na literatura e inspiração para escrever
Liege conta que a entrada na escrita começou por outros caminhos antes da literatura infantil. “Comecei escrevendo artigos para jornal, opinião e blog. Participei de muitos projetos literários enquanto estava na faculdade”, comenta. Enquanto professora, desenvolveu o seu primeiro trabalho, o qual foi escrito com os alunos da Emef Rui Barbosa, sendo um livro da história da escola e do bairro Metzler. “Ele é chamado “Legado, lembranças e memórias: 50 anos de Rui Barbosa”, que conta a história da Escola Rui Barbosa, em Campo Bom, e do bairro Metzler. Foi um projeto legal, em parceria com os alunos. Foi ali que eu entrei”.
Mesmo tendo escrito a história antes do nascimento da filha Liesel, hoje com 5 anos, a qual possui uma doença genética, a menina foi inserida nas ilustrações do livro. “A ilustradora fez a personagem com o rosto da minha filha e também com a traqueostomia. Minha filha é portadora de miastenia congênita e eu achei que a mensagem do livro tinha tudo a ver com os dias da minha filha”, comenta. Já a representação da outra menina da história é baseada na sobrinha Esther, de 15 anos, a qual é deficiente auditiva. O próprio aparelho consta nas ilustrações, na personagem principal, Ana.
E o fato de conviver com uma criança diariamente serve como estímulo para a escrita, pois ajuda a relembrar a própria juventude e incentiva a criação de novas aventuras e histórias. “Conviver com uma criança é relembrar nossa própria infância e buscar esses elementos para novas histórias. Desde meu primeiro livro infantil, eu peço para alguns elementos da ilustração aparecerem porque sei que elas vão ficar empolgadas”, destaca Liege.