MEDIDA DA DEFESA CIVIL

Escola tem salas de aula interditadas devido a risco de desabamento em Portão; entenda

Diretora fala em falta de apoio e 2ª CRE diz que serão feitas reformas

Publicado em: 01/11/2024 03:00
Última atualização: 01/11/2024 07:42

A Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) 9 de Outubro, de Portão, teve duas das 12 salas de aula interditadas devido ao risco de desabamento. A medida foi tomada no dia 22 de outubro pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros Militar de Portão, após os órgãos - chamados pela diretora -, identificarem rachaduras nas paredes. O espaço onde os alunos faziam práticas esportivas também foi interditado.

Salas de aula foram interditadas por risco estrutural Foto: Amanda Krohn/Especial

Após 70 estudantes dos 564 matriculados terem ficado quatro dias com as aulas suspensas sem a autorização da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), os alunos voltaram a ter aulas na quarta-feira (30) em salas improvisadas, como a de recursos, o auditório e o laboratório.

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A diretora Márcia Helena Rodrigues de Campos afirma que, apesar de não ter solicitado autorização para a suspensão das aulas, os problemas estruturais da escola não eram uma novidade para a 2ª CRE. "Eu estava desde julho enviando e-mails para a 2ª CRE e pedindo ajuda para resolver a situação, mas nada foi feito."

Problemas elétricos

A diretora destaca também outros problemas no prédio da escola. Dentre eles, rachaduras nas paredes de outras salas de aula, infiltrações no telhado da secretaria que geram alagamentos em dias de chuva, falta de ventiladores, problemas elétricos que já levaram alunos e professores a levarem pequenos choques em tomadas e bebedouros, fios espalhados pelo telhado da sala de aula, entre outros.

Márcia Helena mostrou ainda fios soltos próximos a uma árvore com necessidade de poda - cuja solicitação já foi feita pela diretoria e ainda não foi atendida. "Às vezes os galhos caem em cima das fiações", relata.

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Indignada com a situação, a diretora desabafa: "Vão esperar algum aluno morrer para fazer alguma coisa? Me fizeram assinar uma ata (depois da suspensão das aulas). Eu não preciso de ata, preciso de soluções".

Obras inacabadas pioraram a situação

Diretora da escola 9 de Outubro, Márcia Helena citou ainda que a instituição foi contemplada com uma reforma emergencial na rede de instalações elétricas de baixa tensão, mas, embora o trabalho tenha parado em abril, as obras permaneceram inacabadas e ela nunca recebeu um documento que formalizasse a entrega das obras emergenciais. A professora de Sociologia e presidente do Conselho Escolar, Janete Cunha Martins, também ficou decepcionada com o resultado da obra feita na escola.

“Eles deixaram tudo muito esculhambado, foram pessoas que fizeram a obra com muito descaso”, diz Janete. “Durante as obras, nem o micro-ondas da sala dos professores funcionava”, observa. “Se ligava, caía a luz”, destaca.

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“Nas salas de aula não há ventiladores. Esses dias uma aluna passou mal devido ao calor”, segue. Um estudante de 18 anos, que não quis ter o nome revelado, comenta que já levou choque no bebedouro da escola devido aos problemas elétricos. “Não foi muito forte, mas levei um susto”, conta o jovem.

Contratação simplificada para reforma

Nota enviada pela 2 a CRE, informa que “a interdição da EEEM 9 de Outubro terminará a partir das reformas que serão realizadas por meio da contratação simplificada, modelo implantado este ano para dar mais agilidade à manutenção dos prédios escolares”. A CRE não informou prazo de início.

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“Neste modelo, as licitações são feitas por lotes, conforme a área de abrangência das Coordenadorias Regionais de Obras Públicas (Crops). Não é preciso fazer uma licitação para cada reforma. Basta acionar a empresa pré-contratada responsável pelo lote que a escola integra e demandar o serviço em um “catálogo” à disposição da SOP (Secretaria de Obras Públicas)”, acrescenta.

Fase de assinatura de contrato

A licitação para a região de Portão pertencente à 2ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), de Novo Hamburgo, já foi concluída, segundo a 2ª CRE, estando na fase de assinatura do contrato com a empresa vencedora. O Grupo Sinos procurou a Defesa Civil e os Bombeiros de Portão para mais detalhes sobre a interdição de salas na Escola 9 de Outubro, mas os dois órgãos não deram retorno.

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