O pregão eletrônico do Estado para elaboração do Projeto Técnico do novo prédio do Instituto Manoel de Almeida Ramos ocorreu na terça-feira (28). Esse é um passo importante para que a escola retorne para o seu terreno de origem e saia do porão do salão paroquial – uma busca que dura dez anos.
Com paredes que vertem água nos dias de chuva, altos níveis de umidade que causam mofo e demandam pinturas constantes, além do uso diário de ar condicionados, o Manoel de Almeida Ramos possui um custo elevado para manter a escola agradável para os seus alunos. “Por mais que a estrutura esteja bem mais cuidada, tem um terreno esperando a escola há dez anos. O tanto que o Estado gasta aqui, além do aluguel, que é R$ 6.200 por mês, já poderia ter feito a nossa sede. Além disso, somos a única escola com Ensino Médio em Capela”, disse o diretor Laércio Lancellotti.
Devido à ausência de janelas no porão, alguns dos 516 alunos matriculados nos turnos da manhã, tarde e noite, apresentam problemas respiratórios. “Hoje nós temos 12 alunos sem vir à aula por problemas de saúde relacionados com a umidade, isso é constante.”
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Expectativa de retorno
Em 2013 a escola tinha uma sede, porém engenheiros do Estado avaliaram que boa parte da estrutura estava comprometida, com isso, os alunos foram para uma escola que cedeu espaço em uma zona rural, depois outra em uma área central, até chegar no porão da igreja.
A professora de História Denise Cappelari foi aluna da antiga sede e lecionou na escola durante todas essas mudanças. Ela mostra um dos poucos elementos nostálgicos que restaram da escola de sua infância, e de tantos outros em Capela: uma placa com o nome da instituição, que agora fica na entrada do porão da igreja, e aguarda para retornar ao seu local de origem, assim como toda a comunidade escolar.
Alunas desejam uma escola normal
As estudantes Hellen Marques, Mariana Silveira e Brendha Ferreira, todas com 13 anos, explicam os diversos problemas que enfrentam na escola. “Às vezes estamos fazendo prova e escutamos barulho do pessoal de cima batendo o pé, a porta chacoalha”, disse Hellen. “Não é arejado, tem que toda a hora ligar ar condicionado e ventilador”, acrescenta Mariana. Para Brendha, fazer educação física na quadra da igreja é ruim, devido ao calor que fica no espaço, além de ser uma área emprestada.
Quando questionadas como seria a escola ideal, as respostas eram simples: um espaço próprio, com janelas. Em resumo, o sonho delas é ter uma escola normal.
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