A criminalidade desenfreada faz mais uma vítima no Vale do Sinos. O industriário Idair José Manfron, 55 anos, foi morto a tiros enquanto esperava um filho sair do trabalho, no bairro Operária, em Campo Bom, na noite desta segunda-feira (4). A principal hipótese é de latrocínio. Assaltantes teriam atacado para roubar o carro que estava com a vítima.
Antigo funcionário de um frigorífico em Sapiranga, Manfron terminou o turno da tarde e saiu com uma Chevrolet Spin da empresa, que usava no transporte de colegas para casa. Por volta das 20 horas, foi buscar o filho mais novo, de 20 anos, em uma fábrica têxtil de Campo Bom, na Avenida dos Municípios.
“É uma região complicada, escura, ainda mais perigosa à noite. De repente viram a Spin e quiseram roubar o carro, que nem era dele. E o Gringo, pelo que a gente conhece, pode ter reagido”, declara o cunhado da vítima, Victor Fernando Souza, vereador em Campo Bom. Manfron, conhecido como Gringo na cidade, levou seis tiros.
Socorro ao pai
Os disparos assustaram os funcionários, entre eles o filho da vítima, João. Imediatamente, com colegas, o rapaz saiu do prédio para ver o que havia acontecido. Deparou com o pai baleado. Manfron foi levado ao Hospital Lauro Reus. Em razão da gravidade, houve transferência ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas. Não resistiu. O corpo foi removido ao Instituto-Médico Legal, em Porto Alegre, para perícia. A Spin foi apreendida para perícia.
“Estamos muito abalados”
Natural de Frederico Westphalen, no norte do Estado, Manfron mudou-se para Campo Bom há cerca de 30 anos. “Fui um dos primeiros amigos dele aqui. Jogamos bastante futebol. E o Gringo casou com a minha irmã”, conta o vereador. Inconsolável, a viúva, Isabel, precisou ser medicada. O casal tem outro filho, Douglas, de 26 anos.
“Um homem sério e trabalhador. Perdeu um irmão há três meses, de câncer. Havia se unido com esse e outro irmão para adquirir um sítio no interior de Taquara, que vinha arrumando para o lazer da família na pescaria, criação de gado. Estamos todos muito abalados”, relata Victor.
Nas redes sociais, Manfron havia publicado uma foto com a picape que comprou para as idas ao sítio. A imagem foi registrada por um amigo.
Irmão assustado com a violência
O irmão Jair, que acompanhou a liberação do corpo no IML, falava em tom de abalo e assombro com a violência. Segundo ele, o industriário não tinha inimigos e não há qualquer informação de desavenças ou ameaças. “A gente acha que foi assalto, mas o que chama a atenção é a quantidade de tiros”, comenta Jair. O enterro está marcado para as 10 horas desta quarta-feira no Cemitério Municipal de Campo Bom.
Arma usada no crime teria sido um revólver
Segundo o delegado de Campo Bom, Rodrigo Camara, nenhuma hipótese é descartada como motivo do crime. Ele revela que, provavelmente, a arma usada pelos assassinos foi um revólver. A investigação está atrás de imagens que possam apontar como o fato aconteceu e a identificação dos autores, que seriam dois. É possível que tenham fugido sem roubar nada por causa dos tiros, que atraíram a atenção dos funcionários da fábrica. Não há informação sobre o veículo usado pelos bandidos.
LEIA TAMBÉM
- Categorias
- Tags