O Sesc Canoas recebe nesta quinta-feira (20), às 20 horas, o show “Logo a escuridão vem nos fazer descansar”, do ator, cantor e guitarrista Gabriel Braga Nunes com sua banda. O espetáculo tem o repertório baseado em 16 sonetos do poeta e dramaturgo William Shakespeare. Os sonetos são cantados no inglês arcaico da época em que foram escritos, intercalados com interpretações de Gabriel, em português. Os ingressos são vendidos no site e na bilheteria do Sesc. Os preços variam de R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40 para o público em geral.
A apresentação faz parte do circuito de shows promovido pelo Sesc/RS. Além de Canoas, o espetáculo passa pelos municípios de Porto Alegre, Montenegro, Passo Fundo, Carazinho e Santa Rosa. Além do ator no vocal e guitarra, o projeto conta com Luíza Lapa na voz, Eduardo Barretto no baixo, Rafael Stanguini no teclado e Bruno Galhardi na bateria.
Ele comemora a sequência de apresentações que marca o retorno dele aos palcos. O ator explica que ficou um ano se apresentando com a banda em bares de São Paulo e diz que estar em teatro é um sonho realizado
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Veterano de telas
Natural da capital São Paulo, Gabriel Braga Nunes ficou conhecido por diversos trabalhos em telenovelas. O ator passou por grandes emissoras de televisão do país, como Rede Globo e Record TV. Ao longo da carreira, o ator de 51 anos participou de produções no cinema, teatro e televisão. Nos anos de 2011e 2012 venceu premiações de melhor ator pelas telenovelas globais Insensato Coração e Amor Eterno Amor. Recentemente, Gabriel interpretou o personagem Percy Biancchinin a segunda temporada de Verdades Secretas.
Sete perguntas a Gabriel
DC – Como surgiu a ideia de montar uma banda?
Gabriel – Por um triz não fui músico, mas acabou que na juventude fui me envergando para a atuação. Eu sempre gostei de música, o rock é o meu gênero musical favorito. Há cerca de cinco anos atrás comecei a maturar a ideia de colocar letra em algumas melodias que havia criado, porém estava encontrado certa dificuldade em encaixar. Foi quando pensei nos sonetos de Shakespeare, eles começaram a se encaixar de forma perfeita. As coisas começaram a fluir naturalmente.
DC – Porque a escolha de sonetos de William Shakespeare?
Gabriel – A temática de amor e morte dos sonetos casa bem com as influências do estilo musical de rock. O meu cantar é de um jeito um pouco mais falado, a literatura ajuda nisso, além de aumentar o estímulo para compor.
DC – Quais são as principais influências musicais?
Gabriel – Artistas como Nick Cave, Leonard Cohen, Lou Reed e Bob Dylan são as minhas maiores inspirações. São referências que trago para o show. Poder explorar diferentes vertentes. A performance musical que fazemos traz uma carga dramática que envolve a música e a dramaturgia.
DC – Como aconteceu a parceria com a Luíza Lapa?
Gabriel – Conhecia Luíza em2 018, éramos colegas do espetáculo “A Noviça Rebelde”. Na época, eu estava no início do processo de maturação do projeto musical, então convidei ela para trabalhar nas músicas comigo. A Luíza fez todos os arranjos vocais do show. Ela traz uma contribuição e construção melódica leve. A presença dela determinou termos duas linhas vocais na banda.
DC – Como está a expectativa para os shows no Rio Grande do Sul?
Gabriel – Agradeço ao Sesc-RS e à produtora Lado Inverso em conjunto com o Tonho Meira. Eles estão viabilizando que eu leve o meu sonho musical para os palcos [de teatro]. O Rio Grande do Sul tem uma cena forte de rock. É um dos Estados que mais preservam o Rock N’ Roll, que está cada vez mais nichado. A expectativa para tocar não poderia ser melhor. Nesta quarta- feira me apresento em Montenegro e hoje em Canoas. A sensação de estar no palco tocando é uma experiência nova e única. O público pode esperar dedicação total.
DC – Como definiria a atual situação do gênero rock no Brasil?
Gabriel – O boom do Rock N’ Roll no País foi na década de 1980. Tivemos alguns picos nas décadas seguintes, mas com o tempo foi perdendo força. Hoje considero o rock um nicho da cena musical. E infelizmente, acredito que como passar dos anos a tendência seja ficar cada vez mais nichado. O que percebo é que o rock não foi renovado pelas gerações. Não houve interesse.
DC – Pretende dedicar mais tempo para a música? Deixaria de atuar?
Gabriel – Não penso em deixar a atuação. Vou seguir com projetos em filmes, teatro, televisão. Em relação à música, no momento nada definido além da banda que tenho e das apresentações. Claro, uma coisa que gostaria que acontecesse é conseguir fazer shows nos palcos de teatro de São Paulo.