2 DE NOVEMBRO
Entre dores e rituais: um dia para lidar com a morte
Enlutados buscam conforto e prestam homenagens em cemitérios no feriado de Finados
Última atualização: 02/11/2023 12:24
O feriado de Finados é conhecido como a data em que as pessoas saem de seus lares e fazem uma visita aos cemitérios para manter uma conexão com os entes que já se foram. De acordo com a psicóloga clínica Bruna Binelo de Ávila, os rituais fúnebres como velório, enterro e visitas a cemitérios são importantes para a elaboração do luto.
A profissional explica que, mesmo sendo um momento difícil, esse ato é psiquicamente benéfico. "Dessa forma, se enfrenta a realidade quando ela ocorre", argumenta. Além disso, a profissional também orienta a não privar as crianças da participação em cerimônias como de velórios e enterros. "Por mais que neguemos, a morte é algo natural e que enfrentaremos mais cedo ou mais tarde, assim, temos a chance de ensinar e demonstrar aos pequenos que isso faz parte da vida", defende.
Encarando a morte
Bruna conta que existem várias formas de lidar com a perda. "Algumas das mais adequadas são falar sobre a perda, evitar o isolamento e buscar apoio com amigos e familiares", recomenda. "Embora momentos solitários possam fazer parte, eles devem coexistir com a experiência social", frisa.
A psicóloga ainda fala sobre as teorias acerca dos cinco estágios do luto que, segundo ela, não necessariamente ocorrem de forma linear. "São eles: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação", cita. Bruna acrescenta, ainda, que nem sempre o enlutado vivencia todas as etapas. "Elas podem ocorrer fora de ordem, e também, é possível vivenciar a negação, raiva e aceitação, sem passar pela barganha ou pela depressão, por exemplo", finaliza, reforçando que se tratam de teorias apenas, mas que são aceitas por fazerem sentido.
Amigos e familiares buscam conexão com quem já se foi
A visitação ao túmulo é um momento importante para algumas pessoas manterem contato com quem não está mais aqui. Na visão da administradora de empresas aposentada Adriana Nissola, 57 anos, esse momento não deveria se restringir apenas ao feriado de Finados. "Muitas pessoas fazem o funeral, o enterro, e depois deixam o túmulo abandonado aqui, não cuidam. Eu estou sempre vindo aqui para limpar e ter esse cuidado."
Adriana frequenta, há mais de dez anos, o Cemitério Municipal Cristo Rei, de São Leopoldo, para fazer a manutenção dos túmulos de seu pai e de sua tia, que faleceu há menos tempo. No entanto, ela defende que cada pessoa deve lidar com a morte à sua maneira. "Depende da crença e da religião de cada um também", argumenta.
No Cemitério Municipal Pedro Carlos Becker, do bairro Feitoria, o servidor público aposentado Denis Moraes visitava o túmulo do ex-sogro e a ex-sogra durante a tarde de quarta-feira (1º), véspera de feriado. Embora o relacionamento com sua cônjuge tenha terminado, o carinho pelos sogros se manteve. "Ela era minha segunda mãe", disse, referindo-se à ex-sogra.
Para Moraes, visitações como essa são uma tradição importante. "É uma consideração que tenho pela alma dela e pelos ossos que estão aqui. Eu prezo muito por esse costume", finalizou.
Quanto custa morrer?
Em São Leopoldo, os preços para os funerais variam entre R$ 2 mil e R$ 18 mil, a depender do que o enlutado desejar incluir na solenidade. Em planos mais básicos, inclui-se o auxílio com a documentação, translado do corpo, os processos de exumação, higienização e vestimenta com as roupas escolhidas pela família. Caso deseje-se um caixão especial ou materiais mais sofisticados, o preço aumenta. Em casos de cremação, os preços são semelhantes aos enterros, variando conforme as exigências referentes ao material da urna, por exemplo.
Para as pessoas de baixa renda, o município oferece, através dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), o auxílio funeral. O benefício é fornecido para famílias com renda igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo, cujo falecido fosse natural de São Leopoldo. Para solicitar, segundo a prefeitura, basta comparecer ao Cras mais próximo com carteira de identidade e comprovante de renda do requerente; declaração ou certidão de óbito e comprovante de residência do falecido.
O feriado de Finados é conhecido como a data em que as pessoas saem de seus lares e fazem uma visita aos cemitérios para manter uma conexão com os entes que já se foram. De acordo com a psicóloga clínica Bruna Binelo de Ávila, os rituais fúnebres como velório, enterro e visitas a cemitérios são importantes para a elaboração do luto.
A profissional explica que, mesmo sendo um momento difícil, esse ato é psiquicamente benéfico. "Dessa forma, se enfrenta a realidade quando ela ocorre", argumenta. Além disso, a profissional também orienta a não privar as crianças da participação em cerimônias como de velórios e enterros. "Por mais que neguemos, a morte é algo natural e que enfrentaremos mais cedo ou mais tarde, assim, temos a chance de ensinar e demonstrar aos pequenos que isso faz parte da vida", defende.
Encarando a morte
Bruna conta que existem várias formas de lidar com a perda. "Algumas das mais adequadas são falar sobre a perda, evitar o isolamento e buscar apoio com amigos e familiares", recomenda. "Embora momentos solitários possam fazer parte, eles devem coexistir com a experiência social", frisa.
A psicóloga ainda fala sobre as teorias acerca dos cinco estágios do luto que, segundo ela, não necessariamente ocorrem de forma linear. "São eles: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação", cita. Bruna acrescenta, ainda, que nem sempre o enlutado vivencia todas as etapas. "Elas podem ocorrer fora de ordem, e também, é possível vivenciar a negação, raiva e aceitação, sem passar pela barganha ou pela depressão, por exemplo", finaliza, reforçando que se tratam de teorias apenas, mas que são aceitas por fazerem sentido.
Amigos e familiares buscam conexão com quem já se foi
A visitação ao túmulo é um momento importante para algumas pessoas manterem contato com quem não está mais aqui. Na visão da administradora de empresas aposentada Adriana Nissola, 57 anos, esse momento não deveria se restringir apenas ao feriado de Finados. "Muitas pessoas fazem o funeral, o enterro, e depois deixam o túmulo abandonado aqui, não cuidam. Eu estou sempre vindo aqui para limpar e ter esse cuidado."
Adriana frequenta, há mais de dez anos, o Cemitério Municipal Cristo Rei, de São Leopoldo, para fazer a manutenção dos túmulos de seu pai e de sua tia, que faleceu há menos tempo. No entanto, ela defende que cada pessoa deve lidar com a morte à sua maneira. "Depende da crença e da religião de cada um também", argumenta.
No Cemitério Municipal Pedro Carlos Becker, do bairro Feitoria, o servidor público aposentado Denis Moraes visitava o túmulo do ex-sogro e a ex-sogra durante a tarde de quarta-feira (1º), véspera de feriado. Embora o relacionamento com sua cônjuge tenha terminado, o carinho pelos sogros se manteve. "Ela era minha segunda mãe", disse, referindo-se à ex-sogra.
Para Moraes, visitações como essa são uma tradição importante. "É uma consideração que tenho pela alma dela e pelos ossos que estão aqui. Eu prezo muito por esse costume", finalizou.
Quanto custa morrer?
Em São Leopoldo, os preços para os funerais variam entre R$ 2 mil e R$ 18 mil, a depender do que o enlutado desejar incluir na solenidade. Em planos mais básicos, inclui-se o auxílio com a documentação, translado do corpo, os processos de exumação, higienização e vestimenta com as roupas escolhidas pela família. Caso deseje-se um caixão especial ou materiais mais sofisticados, o preço aumenta. Em casos de cremação, os preços são semelhantes aos enterros, variando conforme as exigências referentes ao material da urna, por exemplo.
Para as pessoas de baixa renda, o município oferece, através dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), o auxílio funeral. O benefício é fornecido para famílias com renda igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo, cujo falecido fosse natural de São Leopoldo. Para solicitar, segundo a prefeitura, basta comparecer ao Cras mais próximo com carteira de identidade e comprovante de renda do requerente; declaração ou certidão de óbito e comprovante de residência do falecido.