PREVISÃO
Entenda quando começa El Niño e o que apontam especialistas sobre intensidade do fenômeno
Todos os fortes episódios do fenômeno trouxeram excesso de chuva e enchentes em alguns pontos da América do Sul
Última atualização: 07/03/2024 15:32
O El Niño se aproxima. Nos próximos 60 dias, o fenômeno deve se instalar no Oceano Pacífico Equatorial. É o que aponta a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). No entanto, a estimativa de MetSul Meteorologia, é de que a agência norte-americana possa declarar o começo do evento entre 22 e 29 de junho.
Essa expectativa ocorre, segundo Estael Sias, porque o aquecimento do Pacífico Equatorial tende a se acelerar nas próximas quatro semanas.
Neste momento, há um El Niño costeiro perto da América do Sul, mas "ainda não há um El Niño na sua forma clássica, com aquecimento de maior intensidade irradiado pela faixa equatorial do Pacífico, mas que sinais disso já começam a se observar".
O que é um El Niño costeiro?
Ainda conforme a MetSul, o El Niño costeiro é um evento oceânico-atmosférico que consiste no aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial nas proximidades das costas sul-americanas. Isso afeta o clima de países como Peru, Equador e às vezes no Chile.
"É um fenômeno local que não afeta todo o clima mundial. É diferente do fenômeno na sua forma clássica ou canônica, que é fenômeno climático global de maior dimensão, esperado para os próximos meses", explica Estael.
E a intensidade do fenômeno em 2023?
O que a NOAA aponta em último boletim publicado é que há possibilidade do fenômeno evoluir para um episódio de forte intensidade mais tarde neste ano. A agência dos Estados Unidos não usa a terminologia de um Super El Niño, mas na avaliação da MetSul esta é uma possibilidade crescente.
Em atualização nesta quinta-feira (11), a NOAA esclarece que há 80% de chance de um El Niño moderado a 55% de chance de um forte El Niño. No entanto, a MetSul observa que vários modelos relevantes indicam anomalias até acima de 2ºC, o que configuraria um Super El Niño.
Quando ocorreu o fenômeno com essa intensidade latitudes médias da América do Sul tiveram graves consequências com excesso de chuva e enchentes em alguns pontos. Estael relembra que o Sul do Brasil – bem como o nordeste da Argentina, o Paraguai e o Uruguai – sofreu com períodos excepcionalmente chuvosos, além de muitas tempestades fortes a severas.