VALE DO SINOS

Entenda o que pode ter motivado o aumento das aparições de cobras na região

Zoólogo fala sobre o avistamento desses animais em zonas urbanas

Publicado em: 05/12/2023 19:24
Última atualização: 08/12/2023 13:27

O aparecimento de cobras em regiões urbanas, como casas e ruas, tem gerado preocupação na população. Em um dos casos mais recentes, no fim de novembro, após período de chuvas, uma cobra d’água entrou pela porta da frente de uma casa do bairro Feitoria, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Embora essa espécie não seja venenosa, o surgimento do animal assustou a família que tem um bebê de colo.


Picada da espécie cruzeira, capturada no pátio de um casa em São Leopoldo, pode levar à morte Foto: Divulgação

Também em novembro, uma cobra da espécie cruzeira foi capturada no pátio de uma residência no bairro Arroio da Manteiga, também em São Leopoldo. Essa espécie é venenosa e uma picada pode causar necrose na pele e até levar à morte se não for tratado a tempo.

Nos dois casos, agentes do Grupamento de Defesa Civil (GDA) da Guarda Civil Municipal (GCM) do município realizaram a captura dos animais, que foram devolvidos à natureza em locais seguros e longe da zona urbana.

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Para o zoólogo Marcelo Pereira de Barros, o aumento do aparecimento de serpentes pele região pode estar relacionando a questões biológicas e climáticas. “Essa época do ano, primavera e verão, é o período que conseguimos observar mais esses bichos. Eles se movimentam mais em função do aumento de temperatura. Muitas espécies de serpentes vão entrar no período reprodutivo agora por causa do aquecimento”, explica o especialista, que também é professor do curso de Ciências Biológicas e da pós-graduação de Qualidade Ambiental na Universidade Feevale.

“Esse ano, em particular, tivemos muitos eventos de chuvas. Foram intensas, e isso mexeu muito com comportamento dos animais. Por exemplo, eles começaram a aparecer mais dentro de casa, começaram a aparecer mais em pátios, porque todas essas áreas que estão sendo alagadas, aos poucos, foram empurrando esses animais”, observa Barros. Segundo o professor, à medida que o clima se recompõe, os animais voltam para os seus locais.

O especialista explica ainda que não existe um levantamento científico que registra a aparição dos animais. No entanto, argumenta que os anos de atuação na área permitem pontuar que as espécies mais comuns no Vale do Sinos são: cobra-verde, cobra d’água, dormideira e coral falsa, que não são venenosas. Já entre as peçonhentas, jararaca, cruzeira e coral verdadeira são as que mais aparecem.

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