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Celebração musical

FOTOS: Encontros de coros trouxe música e atrações inéditas para Dois Irmãos neste final de semana

Além do tradicional Encontro de Coros Cantares, município teve pela também o inédito Encontro Infanto Juvenil Cantares

Dário Gonçalves
Publicado em: 01/09/2024 às 21h:16 Última atualização: 01/09/2024 às 22h:04
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O final de semana foi marcado por muita música em Dois Irmãos com o XI Encontro de Coros Cantares – Etnias e o I Encontro Infanto Juvenil Cantares. O primeiro evento, já tradicional na cidade, ocorreu no sábado (31) no Espaço Cultural Antiga Matriz. Com uma edição temática, o encontro reuniu sete coros que interpretaram canções de diversas etnias, incluindo repertório japonês, africano, italiano, francês, judaico e alemão.

Coro Juvenil de Nova Petrópolis | abc+



Coro Juvenil de Nova Petrópolis

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

No domingo (1º), mais de 200 coralistas participaram da primeira edição do Encontro Infanto Juvenil Cantares, realizado na Associação de Moradores do Bairro Travessão (Amotra). Além do anfitrião, que apresentou os corais infanto e infanto-juvenil, o evento contou com a participação do Coral Meninas de Bom Princípio, Coro Juvenil de Nova Petrópolis, Meninos Cantores de Novo Hamburgo e dos Corais Sol Maior e Ouviravida de Porto Alegre.

A presidente da Associação Cultural Cantares, Angela Maria Knob, comemorou o sucesso do evento, destacando que muitos participantes tiveram a oportunidade de se apresentar pela primeira vez. “O Cantares sempre fez o encontro de coros mistos, mas sempre foi um desejo do regente Ronei ter um encontro só de crianças e adolescentes, porque isso é muito carente hoje. Não há um festival só para os jovens. E isso é muito importante, porque é uma outra linguagem; a comunicação entre eles é diferente. Com o impulso deste primeiro encontro, vamos trazer outros e dar mais oportunidades para essas crianças”, afirma.

Um festival para se desenvolver

O regente do Cantares, José Ronei Pehls, de 58 anos, está à frente do coral desde seu surgimento, há 16 anos. Ao longo do tempo, muitos convites foram feitos para apresentações em outros locais, como o Festival Internacional de Coros em Balneário Camboriú, no ano passado.



Por isso, como forma de retribuir esses convites e, principalmente, dar aos jovens um evento em que eles pudessem crescer ao conviver e aprender com outros coros, surgiu o I Encontro Infanto Juvenil Cantares. “O Cantares está ativo há 16 anos. É pouco tempo, mas tenho certeza de que, em muitos casos, o coral foi primordial na vida de quem passou por aqui. Quando essas crianças se tornam adultas e começam a pensar em uma profissão, a música está junto com elas”, afirma.

Angela detalha que o projeto começou timidamente, mas tomou grande proporção. Prova disso é que, já na primeira edição, foram mais de 200 coralistas. “O Coral Sol Maior, de Porto Alegre, está com 56 coralistas. É um trabalho muito bonito, pois eles são de uma entidade que atende 288 crianças carentes. E aquelas com as melhores notas nas escolas têm o privilégio de cantar no coral.”

Coral para além da música

Há nove anos no coral Meninos de Novo Hamburgo, Larissa Metz dos Santos, de 17 anos, conta que era muito tímida antes de integrar o grupo, e hoje já não consegue se imaginar sem ele. “O coral já faz parte da minha vida, me trouxe muitas memórias, músicas e pessoas boas. A música é uma terapia para minha alma. Pretendo continuar no coral até onde eu puder, porque entrando na faculdade não sei como vou conciliar, mas pretendo trazer meus filhos para isso”, afirma.



O sentimento é o mesmo para Maria Pedroso, de 16 anos, do Coral Sol Maior, de Porto Alegre. Há quatro anos como integrante, a música é inspiração de vida. “Não existiria Maria Pedroso sem a música. Tudo o que envolve a música é muito importante para mim, e esse festival é fundamental porque, às vezes, estamos muito acostumados com o próprio estilo. Sair da nossa zona de conforto é muito incrível”, comenta.

Também de Porto Alegre, a jovem Hillary de Britto Guimara, de 14 anos, integra o Ouviravida. Além de cantar, ela também toca flauta e vê na música uma forma de se expressar, já que antes nunca foi boa com as palavras. “Aqui eu sinto que posso me expressar, cantar sem ser julgada. A música é uma linguagem na qual me sinto acolhida e vejo pessoas que querem o bem”, detalha.



Para a pequena Lívia Rambo Jahn, de 12 anos, do Coral Meninas de Bom Princípio, cantar é um dom que Deus lhe deu. “Meu pai sempre me incentivou a cantar. Hoje é o que mais amo fazer. Estou há cinco meses no coral e para mim é maravilhoso. Sinto-me bastante honrada de estar aqui e guardarei esse momento para sempre na minha vida.”



Uma das mais experientes no festival era Eduarda Munize Papke, de 22 anos, integrante do Coro Juvenil de Nova Petrópolis. Sua trajetória na música é longa, tendo iniciado no Coro de Meninas Cantoras do município, que aceita meninas dos 3 aos 12 anos. “Eu já cantava nas pequenas cantoras e a professora Cândida, que é nossa regente, tinha o sonho de criar um coro juvenil para que nós pudéssemos continuar no canto coral. Criamos o coro juvenil em 2019 e estamos aqui”, explica.



Despedida sob lágrimas

Luísa Klein Narciso, de 17 anos, integra o Cantares desde os 9 anos. A apresentação deste domingo, no entanto, foi a última de sua passagem pelo coral. Isso porque a jovem precisou fazer uma escolha profissional e não terá mais tempo para se dedicar aos ensaios. Diante de centenas de pessoas, ela se apresentou com os colegas e recebeu aplausos e homenagens que lhe tiraram lágrimas.

“Dá um aperto no coração porque eu sei que vou sentir muita saudade. Foi uma decisão muito difícil e minha última apresentação foi cheia de emoção. Quando vi o Cantares pela primeira vez, tive a sensação de que era a esse lugar que eu pertencia. O coral me ajudou em diversas coisas, como falar em público, me comportar e ter postura. Assim que eu tiver tempo, pretendo entrar em um coral adulto porque não dá para sair. O coral faz parte da minha vida e se tornou parte do que eu sou”, conta.



Para a presidente Angela Knob, essas crianças são o futuro da música. “Por isso, precisamos de políticas públicas para incentivar a cultura, principalmente o canto coral, que é muito esquecido. Enquanto essas crianças estão em um coral, na música ou em um esporte, elas estão fora de uma zona de risco”, finaliza.

Passeio pela cidade

Além das apresentações, os participantes do Encontro de Coros Cantares tiveram a chance de explorar os pontos turísticos de Dois Irmãos em um passeio pelo Trenzinho do Vale, uma réplica automotiva de Maria Fumaça. “Os grupos adoraram a ideia, pois o passeio lhes permitiu conhecer melhor a cidade,” explicou Angela.

Já na noite de domingo (1º), o Movimento Coral Feevale apresentou, no Espaço Cultural Antiga Matriz, a 2ª edição do Concerto Hygge, sob a regência e direção artística de Federico Trindade. No repertório, músicas brasileiras e estrangeiras interpretadas pelos coros Unicanto Feevale (feminino adulto) e Coro de Câmara Feevale (misto adulto), além da participação especial do Grupo Instrumental Feevale, formado por vários instrumentistas.

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