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Encontro Rural reúne apaixonados por carros antigos em Nova Petrópolis; veja fotos

Segunda edição do evento superou o número de veículos do ano passado

Joceline Silveira
Publicado em: 04/02/2024 às 17h:42 Última atualização: 04/02/2024 às 17h:49
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A paixão por um carro icônico, que saiu de produção há cerca de 50 anos reuniu pessoas de todas as idades em Nova Petrópolis neste fim de semana. A Praça das Flores foi o ponto de encontro de sexta-feira (2) a domingo (4) do 2º Grande Encontro de Rural. Para esta edição, foram realizadas 267 inscrições, sendo 195 presenciais e 72 semipresenciais – feitas por aqueles que têm o veículo, mas não puderam trazê-los.

2º Grande Encontro de Rural de Nova Petrópolis | abc+



2º Grande Encontro de Rural de Nova Petrópolis

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Número que superou a primeira edição, em 2022, quando eles tentaram o registro no Guiness Book como o evento com o maior número destes veículos reunidos em um só lugar, com 155. Por conta da burocracia (e os altos custos para trazer um representante), o recorde mundial não foi oficializado, mas os organizadores acreditam que fizeram o maior encontro de Rurais do planeta.

“Superou todas as expectativas, tanto como em visitantes.”, comenta um dos organizadores, Silvano Klauck, 45. E as projeções para a 3º edição, em 2026, apontam um caminho promissor das “viaturas” – como são chamados os veículos produzidos pela Willys nas décadas de 1950 a 1970, e pela Ford até o encerramento de sua produção em 1977- na Serra gaúcha.



“Desde a abertura da exposição as pessoas que não conseguiram trazer seus veículos nesta edição estão nos procurando, ligando, querendo saber se já temos dada e quando abrem as inscrições do próximo”, adianta Klauck. A próxima edição acontece em fevereiro de 2026, em Nova Petrópolis.

De pai para filho

Luiz Prior, morador de Nova Petrópolis, conta que a escolha pela cidade para fazer o encontro é porque há muitos Rurais pela região. “Por conta das culturas dos alemães e dos italianos, as pessoas preservam aquilo que foi dos seus antepassados. Então eles mantêm como segundo ou terceiro dono, o Rural que foi do pai ou do avô, isso não tem muito nos demais estados. Quando ficam velhos, eles vendem”.

Um desses casos é o de Edi José Vanoni, 56 anos, conhecido como Gringo. Ele conta que seu pai tinha uma Rural verde e branca câmbio em cima, quatro marchas, e que vendeu para ele em troca de um boi, quando Gringo tinha apenas 18 anos. Cerca de um ano e meio depois, o rapaz vendeu a viatura e assim passou a vida inteira, comprando e vendendo carros, mas a Rural deixou saudades.

Para muitos, ter um carro antigo é acertar uma dívida com a própria juventude. “Meu tio tinha uma e eu achava linda. E agora depois de adulto, por coincidências do destino, eu pude ter”, conta Silvano Klauck, dono de duas Rurais ano 1971.

Coincidência ou não, Klauck procurava um veículo de passeio para a família. A primeira opção era o Volkswagen Gol, mas o carro que o conquistou foi um Rural 1971 que estava exposto em uma concessionária. “Saí de casa para comprar um Gol, mas quando vi ela me remeteu à minha infância”, relembra.

“Foi amor à primeira vista”, completa. Ele comprou a primeira em 2020 e este ano adquiriu mais uma Rural, esta para o filho, Benício de 11 anos. “Ele já era apaixonada pelo modelo e ajudava em tudo relacionado ao carro, agora têm para manter a tradição”.

*Com colaboração de Dário Gonçalves.

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